4 segredos para ter uma empresa familiar de sucesso

Dicas de administração e de controle financeiro para empresas familiares

Guia de Bolso | 23 de outubro de 2017
empresa familiar

Montar um negócio em parceria com familiares é uma prática muito comum e que pode ter muitas vantagens.

Para começar, o comando único e centralizado permite decisões e ações mais rápidas. A organização interna da empresa, certamente, será mais leal e dedicada, com um grupo interessado e unido em torno do negócio, além da estrutura administrativa e operacional mais enxuta, entre outras vantagens.

Por outro lado, a maioria das novas empresas começa com uma gestão informal, sem políticas internas ou padrões de gestão – comportamento não recomendável para empreendimentos de sucesso. Afinal, para gerenciar uma empresa familiar é preciso encará-la como uma grande empresa, partindo de uma definição clara dos objetivos do negócio.

Quer saber outras dicas fundamentais para administrar sua empresa familiar? Confira:

1 – Regras claras: atribuições e retornos bem definidos.
Por mais próximas que sejam as relações familiares entre os membros da empresa, é aconselhável não confundir os papéis profissionais e de parentesco.

Para tanto, o ideal é estabelecer, desde o início, regras claras para todos da família, definindo as funções e responsabilidades de cada um na empresa, assim como os possíveis retornos que cada um terá (em termos de porcentagens, salários ou comissões).

E é fundamental conscientizar todos os familiares participantes do empreendimento de que, na empresa, eles são colaboradores e, portanto, serão cobrados constantemente por suas funções, responsabilidades e resultados.

2 – Controle financeiro: não misturem as contas.
Apesar de ser uma prática comum, misturar as finanças da empresa com as finanças pessoais e familiares pode gerar muitos problemas.

Há, por exemplo, empresas familiares que não pagam um salário formal aos parentes trabalhadores, os quais fazem retiradas diretas do caixa da empresa para saldar despesas pessoais. Por um lado, essa opção pode parecer mais cômoda. Mas imagine que um dos parentes colaboradores decida trocar de carro, por exemplo. Como essa despesa pessoal seria encarada pela empresa?

Além de situações assim, a mistura de contas familiares e empresariais pode dificultar a execução de demonstrações financeiras da empresa para fins de declarações de impostos, entre outros problemas relacionados ao descontrole financeiro.

Por isso, investir na abertura de uma conta bancária de pessoa jurídica exclusiva da empresa é um passo importante para melhor administração das finanças de empresas familiares.

O analista Marcelo Barroso, do Sebrae, comenta que “apesar de as contas bancárias específicas para pessoas jurídicas (PJ) apresentarem valores um pouco mais altos do que as de pessoas físicas (PF), elas compensam em relação aos serviços mais amplos, às concessões de crédito mais vantajosas, às taxas mais baixas e ao acesso a produtos financeiros específicos para pessoas jurídicas, que não são disponibilizados para pessoas físicas”.

Para reduzir os custos bancários, vale a pena fazer uma boa pesquisa, comparando as tarifas cobradas e os serviços oferecidos por cada instituição financeira. Nesse caso, considere as cooperativas financeiras como opção. Essas instituições oferecem os mesmos produtos e serviços financeiros que os bancos comuns, mas não têm fins lucrativos e, por isso, cobram taxas e juros bem menores.

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3 – Profissionalização e decisões racionais.
As empresas familiares devem estar cientes de que competem no mercado com todo tipo de instituição. Portanto, precisam otimizar seus recursos e demonstrar a qualidade de seus produtos e serviços, para terem sucesso.

Para tanto, é fundamental contar com uma equipe qualificada. E isso inclui os familiares trabalhadores, que devem ser competentes para as funções que exercem.

Mais uma vez, é aconselhável não confundir os papéis familiares com os profissionais, e primar, sempre, por decisões racionais na gestão do negócio. Isso, em alguns casos, pode significar contratar colaboradores extras para determinadas funções em que não haja um familiar preparado. Ou, quem sabe, investir na profissionalização de um membro da família para exercer certo cargo.

4 – Planejamento e governança corporativa.
Para sua empresa familiar "ir pra frente" (como se diz no jargão popular) é necessário saber, antes, onde é “a frente”. Quer dizer, em que caminho a empresa está seguindo, aonde pretende chegar. Em outros termos, é preciso ter um bom planejamento empresarial, com objetivos e metas bem definidos.

Planejamento e organização são essenciais para garantir a tomada de boas decisões no gerenciamento empresarial. Em empresas familiares, especialmente, ter boa organização e planejamento pode ajudar a evitar decisões intuitivas ou emotivas, ocasionadas por situações familiares diversas.

Para garantir a transparência nas relações e ajudar nas definições de critérios e no alinhamento de expectativas, também pode ser aconselhável criar um conselho de família, com reuniões esporádicas, como prática de governança corporativa.

O importante é que todos entendam que as relações e decisões empresariais devem atender aos objetivos da empresa e que isso não muda os laços e sentimentos dos familiares uns para com os outros.

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