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Quando se fala em sustentabilidade, o mais comum é pensar diretamente no viés ecológico do conceito. Mas a definição do termo não está relacionada apenas com a questão ambiental. A sustentabilidade também engloba aspectos econômicos, sociais e culturais, uma conjunção de fatores que tem tudo a ver com a ideia de saúde integral.
Sim, sustentabilidade e saúde estão mais relacionadas do que muita gente imagina. Atitudes sustentáveis podem trazer grandes benefícios para a saúde, do mesmo modo que atitudes saudáveis podem estimular a sustentabilidade.
Ao mesmo tempo, é válido considerar que, “se desenvolvimento sustentável é aquele que garante as melhores condições de vida das gerações futuras, ele simplesmente não acontecerá se nossos netos e bisnetos tiverem sua saúde prejudicada por efeitos da escassez de recursos e das mudanças climáticas”, como afirmou a ex-primeira ministra da Noruega, Gro Brundtland.
Entenda melhor essa relação e confira exemplos práticos de como aliar sustentabilidade e saúde no seu dia a dia:
Ter saúde não significa apenas estar bem fisicamente. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que o conceito vai além da ausência de enfermidade, aliando o bem-estar físico, mental e social.
Enquanto isso, vem da psicologia a noção de saúde integral, que engloba o bem-estar físico, espiritual, intelectual, ocupacional, financeiro, emocional, meio ambiental, social e cultural. Segundo essa vertente, se um desses aspectos não está bem, o ser humano como um todo também não estará.
Diante disso, é notável que saúde e sustentabilidade têm vários fatores de influência em comum. Confira:
Sustentabilidade | Qualidade do que é ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso. |
Saúde integral | Bem-estar físico, espiritual, intelectual, ocupacional, financeiro, emocional, meio ambiental, social e cultural. |
O meio ambiente não é apenas um dos aspectos mais lembrados quando se trata de sustentabilidade. É também uma dimensão com grande influência sobre a nossa saúde. Um meio ambiente sustentável é fundamental para uma vida saudável. Ou, em outras palavras, nossa saúde também pode ser afetada pela saúde do planeta.
Uma triste ilustração disso é dada pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade de São Paulo, segundo o qual, cerca de 15 mil paulistanos morrem a cada ano devido a doenças causadas pela poluição do ar.
Por outro lado, atitudes ambientalmente sustentáveis, como a redução do lixo e a contenção de emissão de gases do efeito estufa, contribuem para a melhoria da qualidade de vida de toda a população.
Reconhecendo a relação entre a saúde e a sustentabilidade, a própria Organização das Nações Unidas (ONU) incluiu entre os seus 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos em 2015 o seguinte tópico:
“3 – Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”.
Agora, quer saber como aliar esses dois conceitos no seu dia a dia? Veja a seguir:
Consumir alimentos orgânicos contribui para sua saúde, uma vez que evita a ingestão de agrotóxicos, prejudiciais ao seu organismo. Ao mesmo tempo, trata-se também de uma atitude sustentável, já que incentiva os cultivos não contaminantes, que não agridem o solo, não poluem os lençóis freáticos e não causam danos aos agricultores.
Para incluir mais orgânicos na sua alimentação, uma boa estratégia é juntar-se com a vizinhança e criar uma horta comunitária ou até mesmo fazer uma horta em sua própria casa. No final das contas, até seu orçamento pode ficar mais saudável e sustentável com essa ideia.
Trocar o automóvel particular por deslocamentos em transporte público, caronas, pedaladas e caminhadas são práticas sustentáveis, que reduzem ou evitam a emissão de gases de efeito estufa.
Optando, sempre que possível, por ir a pé ou de bicicleta, você ainda faz atividades físicas que são comprovadamente benéficas para sua saúde. E, para completar, também economiza com combustíveis ou passagens.
O cooperativismo é um modelo socioeconômico alternativo, baseado na união de esforços para alcançar objetivos comuns. Em uma instituição cooperativista, as decisões são democráticas. Os ganhos são distribuídos proporcionalmente entre todos os associados. E as comunidades onde as cooperativas estão instaladas também saem ganhando, com iniciativas que incentivam seu desenvolvimento econômico, social e cultural.
Assim, podemos afirmar que cooperar é realmente uma forma mais sustentável de fazer negócios e que ainda contribui positivamente para o bem-estar ocupacional, financeiro, meio ambiental, social e cultural dos seus participantes e das comunidades.
A reciclagem é outro bom exemplo de atividade que contribui para a sustentabilidade e (ainda que indiretamente) para a sua saúde. Reciclar reduz a necessidade de extração e uso de novos recursos naturais e diminui a quantidade de lixo acumulado nos aterros e nas ruas, evitando enchentes e outros transtornos ambientais que podem acabar por provocar doenças como leptospirose, desidratação e cólera.
Higienizar e separar bem o seu lixo é uma das melhores formas de incentivar a reciclagem. Até mesmo o lixo orgânico pode ser reciclado e transformado em adubo por meio da compostagem. Além disso, sempre que possível, dê preferência à reutilização, aluguel, venda e compra de seminovos.
Colocando em prática atitudes como essas, que aliam saúde e sustentabilidade, você só tem a ganhar em qualidade de vida.
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