Desde que o cooperativismo chegou ao Brasil, a região Sul do país está relacionada ao movimento. Já em 1902, foi fundada no Rio Grande do Sul a primeira cooperativa de crédito nacional. Desde então, o modelo segue em expansão por todo o Brasil, tendo grande representatividade nos estados de Santa Catarina (SC), Rio Grande do Sul (RS) e Paraná (PR).
De acordo com as Organizações das Cooperativas estaduais catarinense, gaúcha e paranaense – Ocesc, Ocergs e Ocepar – o Rio Grande do Sul é o que tem mais cooperativas e associados entre os três estados da região. São 437 instituições cooperativistas com 2,9 milhões de cooperados no total.
Enquanto isso, Santa Catarina tem a maior porcentagem de habitantes cooperados. São 254 cooperativas no estado, com 2,7 milhões de associados, o que representa 38,5% de toda a população catarinense. Já no Paraná se encontram 215 cooperativas com 1,7 milhão de associados.
Juntos, os três estados da região têm 13% do total de cooperativas brasileiras e já chegam a mais da metade (52%) do total de associados de todo o país.
É válido observar também que – mesmo em tempos de crise e pandemia – o cooperativismo não para de se expandir por todo o território nacional. O maior sistema de cooperativas financeiras do Brasil, o Sicoob, é prova disso. Apenas entre janeiro e março deste ano, a instituição registrou cerca de 40 mil novos cooperados.
Nesse contexto, também vale comentar alguns casos de sucesso vindos do Sul do Brasil que demonstram que a região segue sendo protagonista no movimento e dando exemplo de cooperativismo.
Conforme a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), no último ano, o total de cooperados do estado aumentou em 9,6%. Mas se levarmos em consideração apenas o público feminino, esse aumento foi de 16%, quase o dobro da expansão geral.
Isso significa que dos 2.698.313 catarinenses associados a cooperativas, 1.088.957 são mulheres.
Nossa intenção é ampliarmos esse número e fortalecermos cada vez mais essa participação
Afirma o presidente da Ocesc, Luiz Vincente Suzin.
Suzin também comenta que, em 2005, as mulheres representavam apenas 8% do quadro de associados em SC e que, atualmente, elas já correspondem a 40% de todos os cooperados do estado.
Além de ser consequência das vantagens apresentadas pelo próprio cooperativismo – um modelo mais justo e humano com benefícios repartidos entre todos os cooperados – parte desse crescimento também se deve à criação de novas formas de participação – como encontros regionais, programas específicos, cursos e treinamentos –, bem como de produtos e serviços especialmente destinados ao público feminino.
Para Suzin, com a maior participação das mulheres, as cooperativas se beneficiam tanto quanto as cooperadas:
“As atividades desenvolvidas nas Assembleias, cursos, treinamentos, dias de campo, comitês educativos e grupos de trabalho tornaram-se mais dinâmicos, mais produtivos e mais consequentes com a participação feminina”, opina o dirigente.
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Outro bom exemplo de cooperativismo vindo da região Sul é o da Sicoob Corretora SC/RS, que cresceu 17,3% no primeiro quadrimestre deste ano, com aumento no número de cooperados assegurados.
Segundo Marcel Evandro Bankow, diretor técnico e comercial da instituição, a Corretora ofereceu a renovação facilitada de seguros para proteção dos associados quando o isolamento impedia o atendimento presencial nas agências, o que contribuiu para a manutenção da carteira.
Além disso, em meio à pandemia, aumentou também a procura pelo seguro de vida individual e outros seguros pessoais, já que “o risco à vida tornou-se assunto do cotidiano de cada família”.
Os dados demonstram que, mesmo em tempos de crise, é cada vez maior o número de pessoas que tem encontrado no cooperativismo a solução para viver mais tranquilo.
Durante a pandemia, o Sicoob nacional registrou recorde no saldo de Poupança. Entre maio de 2019 e o mesmo mês de 2020, o valor total poupado pelos cooperados do Sicoob em todo o Brasil cresceu 30,8%, chegando a R$ 7,1 bilhões.
Mas neste caso, a região Sul também se destaca. Afinal, além de aumento do volume de recursos na Poupança, o Sicoob SC/RS registou ainda, no mesmo período, crescimento de 30% na captação de Recibos de Depósito Cooperativo (RDC) e, entre janeiro e maio, teve 17% de crescimento em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
De acordo com o presidente da instituição, Rui Schneider, esse aumento de investimentos em aplicações cooperativas de renda fixa se deve, em grande parte “ao fato de muitas pessoas sentirem-se um pouco frustradas com o baixo rendimento de fundos nos últimos meses e efetivas perdas na renda variável.”
O diretor de Negócios Olavo Lazzarotto acrescenta: “Embora tenhamos ciência de que a taxa de juros atual é considerada a menor da história, os investimentos em renda fixa são muito seguros, pois contam com a garantia do Fundo Garantidor.”
Lazzarotto comenta ainda que os investimentos feitos junto a cooperativas são especialmente atrativos, não apenas pelas taxas muito mais baixas que são praticadas, mas também “pela possibilidade de incrementar a rentabilidade com a distribuição de sobras”.
Assim, com maior participação feminina, mais assegurados e mais investimentos, o Sul do Brasil segue demonstrando a força que o cooperativismo tem na região. E afinal, os bons exemplos existem para serem seguidos.
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