Guia de Bolso

Ser mãe: doação e responsabilidade

Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo.

Para muitas mulheres, ser mãe – seja gerando ou adotando um filho – é um sonho. E não há como negar que a relação entre mães e filhos é realmente admirável, uma ligação carregada de sentimentos e de intensas experiências.

Por outro lado, ser mãe também envolve uma série de responsabilidades e preocupações. Para começar, imagine-se a vida de muitas mulheres contemporâneas que precisam administrar seu tempo entre os cuidados com os filhos, o trabalho e as tarefas da casa, além, é claro, de seus cuidados e afazeres pessoais.

Some-se a isso os custos da criação de um filho, a existência (ou não) do apoio de um parceiro e/ou de familiares, as mudanças de conceitos e de prioridades pelas quais passa uma mãe e, ainda, a preocupação com o mundo que deixaremos para nossos filhos.

Ou seja, ser mãe envolve muito mais do que um sonho. É um ato de doação, carregado de sentimentos e de responsabilidades. Vale a pena refletir melhor sobre o assunto:

Toda mãe é uma guerreira

Os custos da criação e educação de um filho.

Exames, fraldas, parto, escolas, uniformes, remédios, transportes, roupas, lanches, brinquedos, etc. Criar um filho envolve custos com alimentação, educação, saúde e lazer, entre outros variados.

Para começar, desde o planejamento da gestação, a decisão de ter um filho pode incluir também outras decisões importantes, como mudar de casa, mobiliar o quarto, trocar de carro, etc.

Ao longo do crescimento da criança, os custos variam, ainda, conforme o padrão de vida familiar. De acordo com o professor Adriano Maluf Amui, da ESPM, para famílias com renda de até R$ 2 mil por mês, o custo médio de criar um filho até os 23 anos é de aproximadamente R$ 53 mil. Já para famílias com renda entre R$ 6 mil e R$ 25 mil mensais, essa soma pode chegar a R$ 948 mil.

Quer saber mais sobre o assunto e ter dicas de economia? Leia também: Quais os custos para criar um filho?

Toda mãe é dedicação

Mudam as prioridades, o tempo e a disposição.

Há quem pense que as mães são naturalmente carinhosas, dedicadas e compreensivas. Embora essa ideia nem sempre corresponda à realidade, o fato é que ser mãe realmente mexe com a cabeça de uma mulher.

Afinal, ela passa a ser uma das principais responsáveis por uma nova vida, por uma pessoa em formação que, aos menos nos primeiros anos, dependerá quase totalmente dos cuidados da mãe. Por isso, muitas mulheres, quando são mães, passam a ter os filhos como prioridade, em muitos casos, à frente até de si mesmas.

De qualquer forma, a rotina de uma pessoa muda quando ela se torna mãe, envolvendo desde a troca de fraldas até os cuidados com a lancheira, desde o acompanhamento das lições até o ensinamento de valores. Passar algumas noites mal dormidas, responder perguntas embaraçosas e rever seus próprios conceitos e valores também estão no pacote.

Mas é claro que tudo isso faz parte da experiência enriquecedora de ter um filho, seja pelos sentimentos da mãe em relação à criança, pela evolução do filho ou até mesmo pelo crescimento pessoal da própria mãe, advindo dessa relação com o filho.

Muitas mulheres, inclusive, alegam ter desenvolvido maior disposição para realizar tarefas em geral, após terem sido mães. Por outro lado, a falta de tempo continua sendo a maior reclamação de muitas mães contemporâneas que precisam equilibrar os cuidados com os filhos, a carreira, a casa e os cuidados pessoais.

Leia também:

Toda mãe é coração

Apegos, desapegos e outros sentimentos.

São intensos e variados os sentimentos relacionados com a maternidade, não apenas durante a gestação (ou processo de adoção), mas principalmente, os que se vivem ao longo da criação de uma criança.

É normal, por exemplo, que uma mãe crie grande apego pelos seus filhos. Mas, como diz o ditado popular, “filhos são para o mundo” – uma expressão que subentende o necessário desapego das mães ao preparar seus filhos para serem adultos independentes.

Outro sentimento que, infelizmente, é bastante comum entre as mães é a culpa. Sentindo-se responsáveis absolutas pelos comportamentos e reações dos filhos, algumas mães se culpam quando a criança vai mal na escola, quando apresenta mal comportamento, etc.

Nesse sentido, a historiadora Maria Izilda Matos, do Núcleo de Estudo da mulher da PUC-SP, relembra que “a maternidade não é instinto”. Ser mãe é uma transformação pessoal com responsabilidades em tempo integral. Além disso, é algo que só se aprende na prática, vivendo. Ou seja, as mães também são passíveis de erros como qualquer ser humano. E precisam compreender isso para aprenderem a lidar com essa culpa, caso se sintam assim.

De toda forma, os sentimentos maternos não se resumem a preocupações, responsabilidades e apegos, mas envolvem também muito amor e muita alegria, assim como muitos aprendizados com cada experiência vivida e sentida.

Toda mãe é bem-querer

O mundo que deixaremos para nossos filhos.

“Dar do bom e do melhor” para os filhos e “querer o melhor” para os filhos não são expressões necessariamente equivalentes. Afinal, nem sempre “dar do bom e do melhor” garante que os filhos terão sempre o que é melhor.

O mais recomendável é pensar não apenas no presente da criança, mas também em seu futuro. E quem “quer o melhor” para os filhos precisa prepará-los para enfrentar um mundo em que nem sempre lhes será oferecido “do bom e do melhor”.

Além disso, pensar no futuro da criança, inclui, necessariamente, refletir sobre o futuro de todo nosso planeta. Ou seja, ter um filho deveria envolver não apenas os cuidados com a criança, como também uma consciência maior para os cuidados com o mundo.

E é preciso pensar também na sentença reversa, quer dizer, que filhos deixaremos para cuidar do mundo? Daí a importância de transmitir para a criança valores consistentes, incluindo, por exemplo, a sustentabilidade, a educação financeira e a valorização do outro.

Todas essas reflexões práticas acerca da maternidade colaboram para reafirmar o mérito de todas as mães, que, com ou sem apoio, vencem desafios diários na criação de seus filhos, sentindo-se recompensadas, muitas vezes, apenas por um sorriso.

Leia também:

Gostou do artigo? Tem outras ideias ou comentários para compartilhar? Compartilhando e cooperando, a gente cresce.

Aliás, você já conhece o maior Sistema Cooperativo Financeiro do Brasil, o Sicoob?

Photo by Camila Cordeiro on Unsplash
Sicoob

Recent Posts

O cooperativismo e seu poder de transformação social

Aqui, falamos com bastante frequência sobre o cooperativismo. Mas você já parou para pensar o…

2 semanas ago

Drex: O que é, como funciona e quais as diferenças em relação ao PIX

Desde que foi anunciado pelo Banco Central, o Drex — também conhecido como “Real Digital”…

3 semanas ago

Como vai ser o seu futuro financeiro?

Você já parou para pensar como será o seu futuro financeiro? A cada dia que…

1 mês ago

Como investir em dólar?

Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo. Investir em dólar…

1 mês ago

Dia das Crianças com brincadeiras e jogos cooperativos

No Dia das Crianças, não precisa necessariamente ter um presentão novinho em folha. Mas é…

2 meses ago

O que é desemprego estrutural e como ele afeta você?

O desemprego estrutural é uma realidade que afeta a sociedade como um todo. Mas você…

2 meses ago