À primeira vista, as cooperativas financeiras podem até parecer com um banco comum, devido aos produtos e serviços financeiros similares. Só que as cooperativas possuem muitos diferenciais: não têm fins lucrativos, são geridas por seus associados e orientadas por princípios mais justos e humanos, além de já serem reconhecidas por estimular a educação financeira – um tema cada vez mais em voga no cenário brasileiro.
Ao falar em educação financeira, vale destacar, antes de tudo, o papel de protagonismo do Banco Central (BC) na promoção desse processo a nível nacional. Além de ser uma das dimensões da Agenda BC# (conjunto de metas estratégicas da entidade), é também o objetivo de muitas das ações dessa autoridade monetária.
Em setembro de 2019, por exemplo, o BC tratou de estabelecer, através do Comunicado 34.201, quatro princípios básicos para incentivar as instituições financeiras a engajarem-se na promoção do tema.
Para este ano, já está previsto o lançamento de uma plataforma online de educação financeira para que bancos, cooperativas e outras instituições autorizadas a funcionar pelo BC possam criar programas de recompensas com acúmulo de pontos, estimulando os consumidores a participarem.
Só que, no caso das cooperativas financeiras, não é de hoje que existe esse estímulo à educação financeira. Pode-se dizer, inclusive, que essa ideia integra a essência cooperativista. E são muitas as ações de cooperativas que comprovam isso. Veja só:
O cooperativismo é um modelo socioeconômico alternativo orientado por 7 princípios básicos, entre eles está o da Educação, formação e informação e o do Interesse pela comunidade.
Promover a educação é, portanto, uma diretriz básica para as cooperativas e não apenas no que diz respeito à educação e formação de seus membros, como também no que se refere ao interesse das comunidades onde estão instaladas.
Além disso, como os associados são também donos do empreendimento cooperativo e participam de sua gestão, é do interesse da própria instituição – em prol da sustentabilidade e do desenvolvimento do modelo – que membros e comunidade tenham bom nível de educação financeira, sabendo tomar decisões financeiras conscientes em benefício de todos.
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De acordo com o Banco Central, a Educação Financeira é apenas uma das dimensões da Cidadania Financeira, que também é composta pela Inclusão Financeira, pela Participação e pela Proteção do Consumidor.
Poderíamos dizer até que a Inclusão Financeira é um passo prévio à Educação Financeira, já que é preciso primeiro incluir e ter acesso a algo para depois aprender a utilizá-lo com consciência.
Nesse sentido, cabe destacar que o próprio Banco Central reconhece o papel das cooperativas financeiras na Inclusão Financeira dos brasileiros, tanto que “expandir o cooperativismo” é um dos objetivos de destaque da Agenda BC#.
Você sabia, por exemplo, que em centenas de municípios brasileiros as cooperativas são as únicas instituições financeiras disponíveis?
É o caso de muitas localidades do interior ou de periferias, que não costumam ser atrativos para os grandes bancos, onde os habitantes só tem acesso a serviços financeiros devido a existência de uma cooperativa.
O agricultor Silvino Matias da Silva, morador de Nova União, MT, comenta como era a situação antes de que o Sicoob – maior sistema de cooperativas financeiras do Brasil – fosse inaugurado na cidade:
“Para se ter uma ideia, quando tinha que receber pagamento ou quitar um boleto com valor mais alto, viajava cerca de 70 km de estrada de chão. Era um sofrimento, principalmente no período chuvoso, quando o acesso ficava muito ruim.”
Nessa ocasião, Rogério Pereira, outro morador do distrito, complementou: “Há muitos anos aguardávamos a chegada de uma instituição financeira. Acredito que a cooperativa contribuirá com o desenvolvimento dos negócios, pois agora ficará mais fácil o acesso às linhas de crédito para investirmos na propriedade.”
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Como vimos até aqui, promover a educação financeira faz parte da essência do cooperativismo financeiro. Atuar na inclusão financeira de milhares de brasileiros é apenas uma das práticas cooperativistas que contribuem para esse processo.
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