Em 15 de outubro de 1827, o então imperador D. Pedro I implementou o Ensino Elementar no Brasil, ordenando a construção de escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Em 1963, a data foi finalmente oficializada como o Dia dos Professores.
Responsáveis pela transmissão de conhecimentos e pelo desenvolvimento educativo, esses profissionais têm uma importância inquestionável, para todos os setores econômicos e para todo o mundo. Por outro lado, quando falamos da carreira docente, aí sim, há diversos questionamentos latentes.
O fechamento das escolas como medida de contenção da pandemia de coronavírus trouxe ainda mais dúvidas e incertezas para muitos professores brasileiros. Ao mesmo tempo, o contínuo desenvolvimento tecnológico apresenta novas oportunidades para os profissionais da educação. E existem ainda outras alternativas que valorizam o trabalho dos educadores e ensinam outros valores.
Quer saber mais? Confira a seguir alguns dos desafios e novas oportunidades da carreira docente:
Durante a vigência do distanciamento social, muitas escolas foram fechadas e tiveram suas aulas suspensas. Diante disso, algumas instituições decidiram oferecer aulas remotas online aos seus alunos.
Contudo, pesquisas feitas pelo Instituto Península nesse período revelaram que 88% dos professores respondentes nunca tinha ministrado nenhum tipo de aula remota até o momento e que 83,4% não se sentia nada preparado ou se sentia pouco preparado para ensinar de forma remota.
A diretora executiva do Instituto Península, Heloísa Morel, acrescenta: “A pesquisa mostrou que os professores querem instruções e ajuda sobre como dar aula à distância.”
É importante esclarecer também que o levantamento foi feito com educadores do Ensino Infantil até o Ensino Médio, casos que devem ser entendidos à parte do Ensino Superior – etapa em que a Educação à Distância (EaD) já é bem mais difundida, como veremos a seguir.
De toda forma, é perceptível que, apesar da situação ocasionada pela pandemia ter sido singular e, provavelmente, pontual, ela só vem a reforçar alguns comportamentos e tendências que já estão em voga, relacionados à comunicação online e ao contínuo desenvolvimento tecnológico. Vamos falar mais sobre isso:
Engana-se quem pensa que a educação à distância é algo recente. No Brasil, as primeiras experiências ocorreram já nos anos 1900 com os cursos pagos, por correspondência. A partir dos anos 30, surgiram as primeiras iniciativas de rádio-escola e, já na década de 70, foram lançados os programas de televisão estilo telecursos.
Após a difusão da Internet, em 1996, surgiu a primeira legislação específica para a EaD no Ensino Superior. Desde então, o modelo tem crescido de forma acelerada no Brasil. De acordo com o último Censo da Educação Superior, já são mais de 1 milhão de alunos matriculados em cursos do tipo.
Só que existe uma forte tendência que essas experiências de ensino à distância se expandam muito além do Ensino Superior.
O jornalista Clayton Melo destaca, por exemplo, o caso dos cursos online de especialização: “num mundo em constante e rápida transformação, atualizar seus conhecimentos é questão de sobrevivência no mercado. Mas a era de incertezas aberta pela pandemia aguçou esse sentimento nas pessoas, que passam, nesse primeiro momento, a ter mais contato com cursos online com o objetivo de aprender coisas novas, se divertir e/ou se preparar para o mundo pós-pandemia. “
Com ênfase na figura dos mentores virtuais, a plataforma mundial de tendências Trendwatching confirma: “Sim, as pessoas passarão várias horas online entretendo-se. Mas muitas delas também desejam usar um pouco desse tempo de forma produtiva e, portanto, adotarão plataformas que os conectem a professores, especialistas e mentores em sua busca para aprender novas habilidades.”
Nesse contexto, novas oportunidades têm surgido para professores e outros profissionais que queiram dedicar-se ao ensino. Veja a seguir:
Baseadas em outras experiências de sucesso no âmbito da Economia Compartilhada (também chamada de Economia Colaborativa), nos últimos anos, têm surgido várias plataformas de ensino que conectam diretamente alunos com professores, tutores e mentores e, em alguns casos, também com escolas.
O Profes, por exemplo, é o maior portal de aulas particulares do Brasil, com mais de 160 mil alunos cadastrados. Através da plataforma, é possível contratar professores para aulas presenciais ou online. Aulas particulares de idiomas, para o ENEM e para concursos são algumas das mais buscadas.
Já o Tutormundi conecta alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio com tutores de diversas matérias. As aulas funcionam como uma monitoria digital.
Há outros casos também como o do Superprof, do Corujito e do Beved em que é possível ensinar e aprender sobre temas e habilidades variadas, de edição de vídeo, de culinária, de instrumentos, de esportes, etc.
Enquanto isso, a startup Prof-e aposta na conexão entre instituições de ensino e professores especialistas que podem atuar como substitutos. A empresa se define como uma plataforma colaborativa de professores por demanda.
Outro exemplo nesse contexto é o da Hotmart, plataforma de compra e venda de cursos online que incentiva os usuários a “aprenderem o que quiserem e ensinarem o que souberem”.
A professora de História Vanessa de Sá Costa conta que já dava aulas particulares, mas que foi o cadastro em uma dessas plataformas que a permitiu descobrir um mercado para adultos:
“Gostei bastante de atuar com adultos, que têm outros objetivos. Era um mercado que eu não estava vendo e a plataforma me mostrou. Outra vantagem foi ministrar as aulas online, pois não perco tempo com deslocamento.”
De todo modo é válido esclarecer que essas plataformas não oferecem contratos nem criam vínculos trabalhistas com os professores. Mas não deixam de ser opções válidas, seja para quem quer fazer uma renda extra, para quem quer ganhar mais experiência em aulas remotas ou para quem quer iniciar um novo negócio no ramo educativo.
Para quem segue a carreira docente, outra alternativa interessante é criar ou associar-se a uma cooperativa educacional. Essas instituições funcionam como as escolas convencionais, só que são dirigidas pelos próprios educadores, pedagogos e/ou pais de alunos.
Não é por acaso que as cooperativas de ensino são algumas das instituições que mais valorizam os professores, que podem participar do conselho pedagógico da escola, ajudando a decidir qual o melhor método de ensino, qual a estrutura necessária para que os alunos aprendem com qualidade, quais as atividades curriculares e extracurriculares mais adequadas, etc.
Além disso, fundamentadas nos próprios princípios cooperativistas, essas instituições promovem a educação com base em valores como a cooperação, a cidadania e o desenvolvimento da comunidade.
Fundada em 1997, a Cooperativa Educacional Magna, mais conhecida como Colégio CEM, em Concórdia – SC, é exemplo disso.
A presidente Elizeth Alves Pelegrini conta que “a cooperativa surgiu da necessidade de um grupo de professores. Desligados de outra instituição, eles buscaram uma alternativa para continuar oferecendo o serviço para pais e alunos, foi aí que surgiu a ideia de criar uma cooperativa.”
Atualmente, já são 32 cooperados e mais de 400 alunos matriculados. Elizeth comenta: “O nosso modelo educacional prima pela valorização da pessoa, respeitando as diferenças e incentivando as potencialidades dos alunos. Além disso, baseamos nosso ensino em valores comuns ao cooperativismo como a honestidade, a transparência e a solidariedade.
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