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Planejamento financeiro empresarial para 2022

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Independentemente do ramo ou setor de atuação, toda empresa precisa de recursos para funcionar. Mas não basta apenas ter dinheiro no caixa. É preciso saber como empregá-lo da melhor forma para atingir os objetivos do negócio. É exatamente por isso que o planejamento financeiro empresarial é tão importante.

Vale esclarecer que, quando falamos no planejamento financeiro de uma empresa, estamos nos referindo a projetar a situação financeira futura de um negócio com base na realidade atual, traçando uma espécie de roteiro.

Assim, além de organizar melhor a área financeira da empresa, fica muito mais fácil tomar decisões estratégicas.

Afinal, é melhor abaixar os preços ou subir a margem de alguns itens? É favorável investir em melhorias? É positivo liquidar o estoque ou seria o caso de variar a oferta? É possível contratar um novo funcionário? Há alguma ação que se possa realizar nos períodos de poucas vendas?

Com um bom planejamento financeiro empresarial em mãos, é possível responder a essas e muitas outras questões.

Além disso, diante da situação econônomica do país e do mundo, este ano, a elaboração de um plano financeiro corporativo bem estruturado ganha uma relevância ainda maior.

Para ajudar você nessa missão, vamos falar a seguir sobre os seguintes pontos:

  1. Como fazer o plano financeiro empresarial
  2. Conheça o Break Even Point
  3. Descubra o Markup
  4. A importância da Análise SWOT
  5. Erros que se deve evitar
  6. Atenção especial este ano

Acompanhe!

Leia também Sustentabilidade econômica: entenda!

Como fazer o plano financeiro empresarial

Podemos dizer que o objetivo de elaborar um planejamento financeiro empresarial é definir exatamente:

  • O que será feito?
  • Por quais motivos?
  • Quando será feito?
  • Onde será feito?
  • Como será feito?
  • Por quem será feito?
  • Com quais recursos?

Para responder a essas perguntas, uma estratégia bastante prática e eficiente é seguir algumas etapas. Veja:

  1. Analise a situação atual

    Antes de começar a traçar objetivos e planejar o futuro, é fundamental ter uma noção precisa da situação atual do negócio. Nesta etapa, além de ter suficiente informação sobre o fluxo de caixa, também é favorável analisar outros indicadores financeiros, como o ponto de equilíbrio do negócio (Break Even Point) e os preços ideais de venda (Markup), sobre os quais comentaremos mais adiante. Além disso, também é positivo estar bem informado sobre outros setores da empresa que podem ter impacto nas finanças (RH, comercial, operações, desenvolvimento, etc.).
  2. Defina os objetivos

    O planejamento financeiro empresarial não funciona de forma isolada. Para realmente ser efetivo, ele deve ser parte do planejamento estratégico da empresa. É fundamental, portanto, alinhar os objetivos do seu plano financeiro aos objetivos estratégicos do negócio. Nesse sentido, a Análise SWOT (sobre a qual falaremos mais adiante) pode ser bastante útil.
  3. Considere distintos cenários

    Ao analisar a situação atual do negócio (passo 1), você provavelmente deve ter notado algumas variantes que podem interferir nos planos da empresa. Podem ser, por exemplo: períodos de maior ou menor movimentação comercial, fatores externos que podem afetar o negócio, negociações pendentes, etc. Por isso, antes de definir as ações a serem realizadas, é importante considerar diferentes cenários, imaginando alternativas para alcançar os objetivos estabelecidos.
  4. Planeje as ações

    A partir das análises feitas nos passos anteriores, você já pode começar a estabelecer metas específicas (relacionadas a cada objetivo) e desdobrá-las em ações. Só que, nesta etapa, além de definir as ações a serem realizadas, é necessário considerar também: o tempo médio para executá-las, o(s) responsável(is) por cada tarefa, os gastos envolvidos e outros recursos humanos ou materiais necessários, assim como os efeitos que essas ações podem ter no funcionamento da empresa (questões tributárias, de estoque, logísticas, etc.).
  5. Defina prazos

    Além de estabelecer o tempo médio necessário para a realização de cada atividade, é favorável elaborar um cronograma de ação. Afinal, uma atividade pode depender da realização de outra previamente ou ser realizada simultaneamente a uma terceira. Nesse contexto, também é importante definir prazos para cada meta, facilitando a revisão regular do plano.
  6. Monitore e revise seu plano

    Não basta apenas elaborar o planejamento financeiro empresarial. É preciso acompanhar sua aplicação no dia a dia da organização, monitorar o andamento das atividades e o alcance de metas. No caso de um planejamento anual, é aconselhável, ainda, fazer uma revisão do plano com alguma regularidade (a cada dois ou três meses, por exemplo), promovendo pequenos ajustes nas ações planejadas, se for o caso.

Conheça o Break Even Point

Quantos produtos sua empresa precisa vender para cobrir todas as despesas e começar a dar retorno? A resposta para essa pergunta pode ser descoberta pelo cálculo do Break Even Point, o ponto de equilíbrio do negócio.

De forma simplicada, podemos dizer que o Break Even Point é o momento em que despesas e receitas totais se igualam. Ou seja:

Quantidade vendida x Preço de venda = Despesas fixas + Despesas variáveis

Ter conhecimento sobre esse indicador financeiro pode ser muito útil para analisar a situação atual do negócio e planejar ações mais assertivas.

Para saber exatamente como calculá-lo, confira o artigo Break Even: o ponto de equilíbrio do seu negócio.

Descubra o Markup

Assim como o Break Even Point, o Markup também é um indicador financeiro. Só que, neste caso, trata-se de calcular o preço de venda ideal de um produto.

Sabendo ainda que o cálculo do Markup envolve o conhecimento de outros custos e indicadores (como despesa fixa por unidade, mão de obra direta por unidade, etc.), essa análise torna-se ainda mais interessante para a elaboração do planejamento financeiro corporativo.

Confira o artigo Markup: como calcular o preço de venda e saiba mais.

A importância da Análise SWOT

Utilizada por muitos gestores, a Análise SWOT é uma ferramenta muito útil para avaliar o cenário interno e externo a um empreendimento, dando suporte para a formulação de táticas que otimizem o desempenho da empresa no mercado.

Traduzida ao português, a sigla refere-se a:

  • forças (Strengths),
  • fraquezas (Weaknesses),
  • oportunidades (Opportunities) e
  • ameaças (Threats).

Por isso, também é conhecida no Brasil como Análise FOFA.

Repare ainda que, enquanto as forças e fraquezas são características próprias da empresa (ambiente interno), as oportunidades e ameaças estão relacionadas ao ambiente externo (mercado, economia regional, nacional e internacional).

A descrição franca e detalhada desses quatro fatores-chave e a análise de todos os pontos positivos e negativos levantados permite visualizar de forma mais clara todo o panorama, projetar objetivos e traçar estratégias bem fundamentadas.

Erros que se deve evitar

Ao elaborar e aplicar o planejamento financeiro empresarial, existem alguns erros comuns que é melhor evitar. Veja:

  • Não integrar os setores

    A gestão financeira da empresa interfere em todos os demais setores, ao mesmo tempo em que os demais setores também influenciam na área financeira. Integrar informações, considerar efeitos e compartilhar objetivos é fundamental.
  • Não observar os fatores externos

    Muito além da concorrência direta, diversos outros fatores externos podem interferir no funcionamento de uma empresa e, por isso, precisam necessariamente ser considerados no plano financeiro da organização.
  • Superestimar o faturamento ou Subestimar as despesas

    O ideal é arredondar as receitas para baixo e as despesas para cima, além, é claro, de trabalhar com informações realistas, bem embasadas e organizadas.
  • Precificar sem critérios

    Utilizar indicadores como o Break Even Point e o Markup é ideal para conseguir precificar seus produtos de maneira bem fundamentada, com expectativas realistas de retorno.
  • Planejar e não executar

    Planejar sem executar não leva a nenhum resultado prático ou, o que é pior, se se trata de uma ação necessária ou urgente, a omissão pode até levar a resultados negativos. O ideal é seguir o ciclo: planejar, fazer, checar e agir.
  • Planejar e não controlar

    A elaboração do planejamento financeiro empresarial depende de um bom controle financeiro do negócio. Ao mesmo tempo, a implementação desse plano exige controle e acompanhamento frequente para alcançar os resultados almejados.

Atenção especial este ano

Durante 2021, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, foi elevada de 2% para 9,25% ao longo do ano, para tentar conter o avanço da inflação no país. Para 2022, a previsão dos especialistas varia entre 11,5% e 12,25% ao ano.

Contudo, após a divulgação do IPCA de novembro pelo IBGE, as previsões de inflação para 2022 pararam de subir, fixando-se em 5,02% – aproximadamente metade do que foi registrado no ano passado.

Na opinião do economista Murilo Ferreira Viana, para o setor produtivo, alguns pontos preocupantes desse contexto são: o encarecimento das matérias-primas e a forte aceleração dos custos de energia e logísticos.

O especialista ainda alerta para a possibilidade de desaceleração da atividade econômica durante este ano e diz que “uma ampla reforma tributária dificilmente será aprovada em ano eleitoral”.

Na hora de elaborar o seu planejamento financeiro empresarial para 2022, é bom ficar atento a fatores como esses, pensando em alternativas para diferentes cenários.

daniele

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