Em qualquer empresa ou instituição, a identidade corporativa é um diferencial fundamental para que as pessoas identifiquem a marca e se identifiquem com ela. No caso das cooperativas – que fazem parte de um modelo socioeconômico alternativo, baseado em valores e princípios próprios – essa identidade é ainda mais relevante. Não é por acaso que, desde o 33º Congresso Cooperativo Mundial, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) está trabalhando para analisar e reforçar a identidade cooperativa. E você também pode contribuir com esse esforço. Veja só:
Foram os pioneiros de Rochdale (os associados à primeira cooperativa de sucesso no mundo) que enunciaram pela primeira vez, em 1844, os princípios cooperativos – uma série de métodos e práticas mais justas e humanas que, atualmente, caracterizam o movimento cooperativista.
Só que, apesar de serem mantidos em sua essência, para continuar sendo válidos e efetivos, esses princípios não poderiam deixar de ser atualizados ao longo do tempo. Ciente disso, em duas ocasiões (em 1937 e 1966), a ACI reuniu seus membros para debater e revisar os princípios cooperativos.
Já em 1995, durante o 31º Congresso Cooperativo Mundial, que celebrou o centenário da ACI, a entidade lançou a Declaração sobre a Identidade Cooperativa – um documento que inclui a definição de cooperativa, os valores cooperativistas e os 7 princípios cooperativos.
De acordo com a Declaração lançada pela ACI em 1995: “uma cooperativa é uma associação autônoma de pessoas unidas voluntariamente para satisfazer as suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais comuns através de uma empresa de propriedade conjunta e democraticamente controlada”.
As cooperativas atuam com base nos valores de: auto-ajuda, auto-responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Além disso, “na tradição de seus fundadores, os cooperados acreditam nos valores éticos de honestidade, abertura, responsabilidade social e cuidado com os outros”.
Os 7 princípios cooperativos são:
1. Associação livre e voluntária
2. Gestão democrática
3. Participação econômica
4. Autonomia e independência
5. Educação, formação e informação
6. Intercooperação
7. Interesse pela comunidade.
“O mundo não permanece imóvel… a sociedade mudou, a globalização da economia avança com rapidez, ocorreu uma crise financeira mundial e surgiram novas tecnologias”.
De acordo com a própria ACI, foram todas essas transformações que conduziram a Assembleia Geral da entidade a tomar a decisão de publicar, em 2015, as Notas de Orientação sobre os Princípios Cooperativos. O documento inclui uma série de diretrizes e conselhos pormenorizados sobre a aplicação prática dos princípios cooperativos.
O material ainda destaca que a identidade cooperativa e os valores dessas instituições são imutáveis, “mas a aplicação dos princípios cooperativos precisa de uma reavaliação constante que acompanhe as mudanças e desafios econômicos, sociais, culturais, meio ambientais e políticos”.
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Em dezembro de 2021, foi realizado, em Seul, na Coreia, o 33º Congresso Cooperativo Mundial, com o tema “Aprofundando nossa Identidade Cooperativa”.
Foi neste evento que teve início o processo de consulta para avaliar a percepção dos cooperativistas sobre a Declaração da Identidade Cooperativa e analisar como a aplicação dos princípios cooperativos vem se desenvolvendo com o passar do tempo.
E essa consulta não ficou restrita ao evento. Após o Congresso, o Conselho de Administração da ACI criou o Grupo Consultivo de Identidade Cooperativa – formado por 23 pessoas provenientes de todas as regiões da Aliança – para continuar com a reflexão e com a sondagem sobre o tema.
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A Aliança Cooperativa Internacional convida as cooperativas de todo o mundo, seus membros e funcionários e todas as outras pessoas familiarizadas com cooperativas a participar da Pesquisa sobre a Declaração sobre a Identidade Cooperativa.
A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) foi a responsável pela tradução da pesquisa ao português. Mas a consulta também está disponível em inglês, espanhol, francês, italiano, grego, finlandês, japonês, chinês, coreano e nepalês.
“Em tempos de crise como os que vivemos, a identidade cooperativa é mais importante que nunca. A participação da comunidade cooperativa global nesta consulta para aprofundar nossa identidade é vital”, reforça Alexandra Wilson, presidente do Grupo Consultivo de Identidade Cooperativa da ACI.
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