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Pais inspiradores e admiráveis

Ser pai transforma a vida de um homem, a começar pelos hábitos mais simples. Allan Chagas, 28 anos, pai da pequena Laura, exemplifica: “Sempre tive um sono pesado, mas é incrível como um ser tão pequeno pode exercer tanto poder sobre todos ao redor. Hoje, eu acordo a qualquer ruído dela e acordo disposto, apesar do cansaço”.

Elinars Sturms, pai de Allan e Rachel, também relembra: “Tentava protegê-los nas noites de frio colocando-os para dormir em meu peito. Por outro lado, tinha medo de me virar durante a noite e machucá-los. Enfim, foram noites mal dormidas, mas ao menos eu tinha a tranquilidade de saber que eles estariam aquecidos e confortáveis durante o sono”.

Tanta dedicação e amor dos pais por seus filhos já chegou, inclusive, a render bons roteiros de cinema. Um bom exemplo é o o clássico A Vida É Bela. No filme, Guido (vivido por Roberto Benigni) e seu filho Giosué são levados a um campo de concentração e o pai, em uma atitude de sobrevivência bastante irreverente (própria do personagem) diz a Giosué que se trata apenas de um jogo, fazendo com que a criança consiga encarar com mais leveza toda a situação.

Outro exemplo das telonas é À Procura da Felicidade, em que Chris Gardner (Will Smith) vira pai solteiro e precisa enfrentar uma complicada situação financeira para conseguir sustentar o filho Chris (que, aliás, é vivido por Jaden Smith, o próprio filho do ator).

Mas os melhores exemplos desse amor incondicional de pais e filhos estão mesmo na vida real. Quer ver? Confira algumas histórias de pais inspiradores e admiráveis que selecionamos para homenagear todo esse amor:

1 – Pais que transformam o universo dos filhos

Elijah (Nova York/EUA) foi diagnosticado com autismo. Seu pai, o fotógrafo Timothy Archibald, em um gesto de sensibilidade, resolveu, então, construir pontes para o universo do filho através das imagens, desenvolvendo, assim, uma nova forma de se comunicar com o menino.

A ideia foi fotografar Elijah, em ocasiões espontâneas ou montadas, deixando que o filho tivesse a iniciativa e comandasse a situação em alguns momentos. O pai comenta: “…às vezes ele lidera, às vezes sou eu, mas o Eli costuma fazer coisas inesperadas… algo que eu nunca seria capaz de pensar. Eu gosto da ideia de delegar o controle criativo para uma criança, quando eu apenas controlo a câmera”.

As experiências deram origem a um comovente ensaio que se tornou o livro “Echolilia: Sometimes I Wonder”. Para conferir algumas partes desse trabalho, basta acessar o site do fotógrafo aqui.

2 – Pais que transformam os filhos em super-heróis

Leon McCarthy (Massachussets/EUA) nasceu sem os dedos da mão esquerda, devido a um problema de circulação. Seu pai, Paul McCarthy, não queria que o filho pensasse que era diferente das outras crianças. E em 2013, teve uma ideia para resolver a questão: criou uma prótese feita em uma impressora 3D, uma espécie de mão biônica para o filho Leon, na época com 12 anos.

Um vídeo publicado no Youtube mostra o menino comentando empolgado: “Eu, na verdade, me tornei um ciborgue. Agora eu não sou mais diferente. Sou especial”. Segundo o vídeo, conforme o garoto cresce, o projeto da prótese pode ser aumentado e reimpresso. O pai, Paul McCarthy ainda comenta: “fazer seus filhos felizes é a maior recompensa que você pode ter como pai, não é?!

3 – Pais de filhos especiais

O editor americano de quadrinhos Chip Reece mostrou isso. Ele é pai de Ollie, um menino com síndrome de Down, e transformou o filho em um herói dos quadrinhos. Reece comenta: “Na verdade, eu não precisei torná-lo um herói. Ele já é um herói na vida real”. O pai diz que descobriu que o filho tinha “superpoderes” após resistir a sete meses de internação no hospital e três cirurgias no coração ainda no primeiro ano de vida. Ele completa: Estou usando esse livro basicamente para mostrar para o mundo que indivíduos com Down podem ser nossos heróis e nos inspirar como qualquer um pode”.

E muitos têm realmente inspirado o mundo. O americano Elisha Reimer, por exemplo, foi o primeiro a pisar no Everest, em 2012, aos 15 anos. Sabe quem o levou até lá? Seu pai, Justin Reimer.

Contando com o amor, a paciência e o incentivo dos pais, as crianças podem se desenvolver bem e até superar expectativas. É o que mostra o brasileiro Breno Viola. O pai dele era judoca e, aos três anos de idade, Breno já costumava rolar no tatame com o pai. Aos seis anos, começou a praticar o esporte. E em 2002, Breno tornou-se o primeiro faixa preta de judô com a síndrome das Américas. O estímulo ao esporte ajudou com que Breno se desenvolvesse também em outras áreas. Em 2012, ele protagonizou o emocionante filme brasileiro ‘Colegas’ junto a dois outros atores portadores da síndrome e nomes famosos como Lima Duarte, Marco Luque e Juliana Didone.

4 – Pais que dão liberdade de escolha

Certamente, um dos maiores desafios da paternidade é aceitar os filhos como são, reconhecendo-os como indivíduos únicos e não apenas como reflexos dos desejos dos pais. Para isso, é preciso muito amor, tolerância e aceitação, como demonstraram os pais Neils Pickert e Jeremy Mathis, que geraram polêmica e ficaram famosos ao apoiar as escolhas de seus filhos.

O caso de Neils Pickert ocorreu em 2012, quando circulou na Internet uma foto dele com o filho, caminhando pela rua. O inusitado da imagem é que o menino traja um vestido vermelho e o pai, para acompanhá-lo, usa uma saia da mesma cor. Após a polêmica gerada pela foto, o pai publicou uma carta em que dizia: “eu não quis dissuadir meu filho de usar vestidos e saias”. Neils preferiu respeitar a escolha do filho. “Eu sou um desses pais, que tenta criar seus filhos baseado na igualdade… Além disso, eu sou agora parte da minoria de pessoas que passam ridículo de tempos em tempos. Por pura convicção”. O pai ainda complementa: “Ele já não fazia amigos ao fazer isso em Berlim e depois de muito refletir, eu só tinha uma opção: ampliar minhas perspectivas por meu pequeno filho e usar saias eu mesmo”. Uma verdadeira lição de aceitação e tolerância.

Jeremy Mathis viveu algo parecido com o seu filho Coy, que desde os 18 meses passou a demonstrar identificação com o universo feminino. Aos quatro anos, Coy deixou de sair de casa por se recusar a se vestir como um menino e ser tratado como tal. Jeremy e sua esposa Kathryn não tentaram moldar a criança ao que se esperava de seu gênero, pelo contrário, compraram a briga junto com Coy, buscando a aceitação da escola e do estado. O caso foi parar na corte de direitos civis de Denver/EUA e a conclusão do juiz Steven Chavez foi a favor de Coy, dizendo que “compartimentalizar uma criança como menino ou menina baseado somente na anatomia é uma aproximação simplista para uma questão complexa”. Vitória da família e da liberdade de escolha.

5 – Pais que inspiram os filhos nos negócios

A influência dos pais sobre os filhos vai além da infância. Não são poucos os filhos que seguem a profissão do pai ou inspiram-se na paixão do pai para abrir um negócio próprio. Bons exemplos disso são os de Julio Cesar Kunz e Augusto Kunz e o de Tamiris Ciuccio. Veja só:

Julio Cesar Kunz e Augusto Kunz são filhos de Emilio Kunz Neto. A família de descendência alemã tem tradição secular na produção de bebidas. O bisavô de Emilio, Nicolau Júlio Kunz, tinha sua própria marca de café; o avô era enólogo; o pai produzia whisky’s, runs e licores. Já Emilio Kunz Neto prefere mesmo as cervejas artesanais. Fez até um curso técnico para se aprimorar no assunto. E os filhos Julio Cesar e Augusto resolveram apostar na paixão do pai e se tornaram sócios dele na cervejaria e destilaria Petronius. A ideia tem dado certo. Com lançamento em 2013, a marca já se expandiu para Porto Alegre, Caxias do Sul, Gramado, Flores da Cunha, Santa Maria, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul. E mais planos de expansão vêm por aí.

Outro bom exemplo é o de Tamiris Ciuccio. Ela conta que desde a adolescência via o pai, Renato Ciuccio, desmontar livros para entender como era o processo de encadernação. Aos 19 anos, Tamiris chegou até a frequentar um curso para encadernadores junto com o pai. Foi aí que se apaixonou também pelo negócio e resolveu abrir a Rerciu, microempresa de encadernação e restauração de livros, que Tamiris toca com o apoio do pai, que é funcionário público e a ajuda nas horas vagas. A empresária comenta: “Amo meu pai. trabalhar com ele é ter mais tempo para curtir momentos em família. É algo que vai além do profissional”.

6 – Pais que entram na brincadeira

Ensinar valores, incutir caráter, dar exemplo, incentivar. Essas são algumas das tarefas que geralmente são cobradas dos pais. Mas brincar também é muito importante. Aliás, é essencial para o desenvolvimento das crianças. E quando o pai resolve mesmo entrar na brincadeira pode até ser emocionante.

É o caso de Devin Delune, pai da pequena Mia de 6 anos. O alemão fez uma série de divertidas fotografias protagonizadas por ele e pela filha. As situações são diversas e hilárias. Em uma das fotos, por exemplo, Mia aparece maquiando o pai. Em outros cliques, Mia ensina o pai a montar um quebra-cabeça ou a dançar ballet. Vale a pena conferir o trabalho aqui.

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