Você já parou para pensar como o consumo é supervalorizado atualmente? As pessoas não consomem apenas para satisfazer suas necessidades, mas também para ter praticidade e conforto, para interagir com outras pessoas e, muitas vezes, para ter status e ser reconhecidas por suas posses.
É claro que não está errado consumir. O consumo pode, sim, ser visto como um instrumento de bem-estar. Mas, para isso, pode ser preciso repensar a nossa forma de consumir.
Afinal, já somos mais de 7,5 bilhões de consumidores em todo o mundo. E a maior parte dos nossos bens de consumo são produzidos a partir de recursos limitados. Portanto, é fundamental pensar no consumo de forma mais sustentável.
Em outras palavras, é preciso ter mais consciência de como e do quê estamos consumindo, reduzir desperdícios e fazer escolhas mais favoráveis para o planeta. Mas, com tantas responsabilidades e atividades diárias, como é possível colocar isso em prática?
Para responder a essa pergunta, o Instituto Akatu elaborou os 12 princípios do Consumo Consciente – uma lista com atitudes simples que podem ajudar a aplicar o consumo consciente em nosso dia a dia.
Conheça os princípios e mais alguns exemplos e sugestões a seguir:
1 - Planeje suas compras
A impulsividade nas compras é o oposto do consumo consciente. Para evitá-la, planeje suas compras com antecedência, verificando o que realmente precisa e observando seu orçamento.
Aliás, fazendo um acompanhamento mais frequente das suas finanças e analisando melhor seus hábitos de consumo, você pode passar a comprar menos e melhor, fazendo economia e gastando com o que realmente lhe interessa.
Leia também:
2 - Considere os impactos do seu consumo
Você já parou pra pensar em quanto plástico consome? Ou em quanto papel utiliza ao comprar alimentos empacotados, por exemplo? Nossas escolhas de consumo, certamente, têm diversos impactos para a sociedade e para o meio ambiente. Ou seja, consumir com consciência não é só uma questão de economia, mas de sustentabilidade.
Pensando nisso, Simão Costa, 31, morador de Florianópolis, fez uma experiência que deixaria muita gente assustado: durante seis meses, ele guardou todas as embalagens que consumia e fez um inventário para avaliar seu consumo. Na opinião do rapaz: “É um ato importante porque nos faz refletir sobre o que realmente precisamos de fato. Estamos longe de não causar impacto, mas o que podemos evitar temos que evitar”.
3 - Consuma apenas o necessário
Excessos de consumo geram desperdícios, lixo e exageros na exploração de recursos. Portanto, o aconselhável é repensar tudo que consumimos (água, energia, alimentos, roupas, produtos de beleza, higiene e limpeza, etc.), assim como tudo o que é consumido na produção desses bens e serviços. E a atitude mais consciente é reduzir os desperdícios e, consequentemente, o consumo.
Veja também:
4 - Reutilize produtos e embalagens
Em vez de comprar algo novo, muitas vezes, é possível consertar, transformar ou reutilizar algo que você já tem. Aposte nisso. Usando a criatividade, uma garrafa de vidro pode virar um vaso de plantas, uma caixa pode virar um organizador de gavetas ou aquela roupa antiga pode ganhar uma cara nova.
Confira algumas ideias:
5 - Separe seu lixo
A separação do lixo destinado à reciclagem contribui para a economia de recursos naturais, para a redução da degradação ambiental e para a geração de empregos.
Além disso, se conhecer algum lugar que faça compostagem, você também pode separar o lixo orgânico, destinado a virar adubo, restando apenas o lixo comum e os lixos especiais para serem descartados.
Tipos de lixo:
Reciclável
- jornais, revistas, caixas de papelão, caixas de longa vida e outros papéis limpos;
- garrafas, frascos e potes de plástico;
- latas de bebidas e alimentos;
- garrafas, potes e frascos de vidro;
- copos e taças;
- parafusos, pregos, grampos, clipes e fios;
- sacos, sacolas ou plástico filme (limpos);
- canos, tubos e conexões;
- isopor.
Lixo orgânico (que pode virar adubo)
- restos de alimentos (exceto carne e ossos);
- cascas, talos e folhas de frutas e legumes;
- cascas de ovos;
- pó de café e coador de papel;
- retalhos de tecido.
Lixo comum (rejeitos)
- lixo sanitário;
- fitas e etiquetas adesivas;
- guardanapos e toalhas de papel;
- embalagens metalizadas;
- copos descartáveis sujos;
- papéis engordurados ou sujos, papel carbono, celofane, amanteigado ou parafinado;
- bituca de cigarro;
- esponjas e espuma de colchão;
- latas com restos de tintas ou materiais tóxicos e corrosivos;
- restos de espelhos, lâmpadas, utensílios de porcelana ou cerâmica;
- fezes de animais.
Lixos especiais (com destinação específica)
- óleo de cozinha usado*;
- pilhas e baterias;
- embalagens de agrotóxicos, combustíveis e remédios.
*Não jogue na pia o óleo de cozinha usado, pois ele pode entupir redes de esgoto, além de poluir rios e represas. O ideal é armazenar o óleo usado em garrafas em encaminhá-lo para reciclagem em instituições específicas.
6 -Use crédito de forma consciente
Empréstimos, financiamentos e até cartões de crédito também podem representar formas de consumo. Portanto, use-os conscientemente.
Leia também:
7 -Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas
Para que o consumo seja realmente consciente, não basta observar os preços e a qualidade do que é consumido. É preciso pensar também na empresa que produz o que é consumido e em suas práticas.
Apoiar empresas que adotem atitudes positivas em relação ao meio ambiente e em relação aos seus colaboradores, é apoiar, por meio do consumo, um futuro mais sustentável.
8 -Não compre produtos piratas ou contrabandeados
Se você refletir bem, certamente, não deseja que suas compras estimulem atitudes como o crime e a violência. Então, o mais aconselhável, para praticar um consumo realmente consciente, é comprar de negócios legalizados, que contribuem para a geração de empregos e para o desenvolvimento social.
9 - Contribua para a melhoria de produtos e serviços
Você não precisa esperar que as empresas tornem-se mais conscientes e comecem a adotar atitudes mais sustentáveis. Tenha uma postura ativa, envie questionamentos, sugestões e críticas construtivas às empresas com as quais se relaciona.
A gerente de comunicação do Instituto Akatu, Gabriela Yamaguchi, exemplifica: “Ligue para o SAC das empresas de quem você compra seus produtos e pergunte que tipo de água eles utilizam, se tratam seus esgotos, para onde vão os rejeitos industriais. Isso vai permitir que você saiba mais sobre a produção dos produtos que consome”.
10 -Divulgue o consumo consciente
Se você já percebeu a importância de consumir com mais consciência, não deixe de conversar sobre isso com familiares, amigos e colegas de trabalho. Com certeza, essa é uma ideia que merece ser espalhada para o bem de todos.
11 -Cobre dos políticos
Lembre-se de que, como cidadão e eleitor, você tem o direito de cobrar de partidos, candidatos e governantes ações e propostas que estimulem a prática do consumo consciente.
12 -Reflita sobre seus valores
Avalie constantemente o seu padrão de vida, suas prioridades, seus hábitos de consumo e o impacto gerado por suas escolhas. Repensar é o primeiro passo para a mudança de atitude.
Gostou do artigo? Tem algum comentário para compartilhar? Compartilhando e cooperando, a gente cresce. Aliás, você já conhece o maior Sistema Cooperativo Financeiro do Brasil, o Sicoob?