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Open Finance: Marketplaces de crédito e outras novidades

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Anteriormente, nós já falamos por aqui sobre o Open Banking, o Open Investment e o Open Insurance. Só que, em março deste ano, o Banco Central anunciou novas soluções no âmbito do Open Finance, entre elas, os marketplaces de crédito.

Vale recordar que o Open Finance ou Sistema Financeiro Aberto é um sistema digital que propõe o compartilhamento de dados entre empresas do setor financeiro, trazendo mais inovações e facilidades para todos os brasileiros.

Confira as novidades que integrarão esse sistema:

Marketplaces de crédito

No dia 22 de março, o Banco Central publicou a Resolução nº 206, que estabelece novos requisitos técnicos e operacionais de compartilhamento do serviço de encaminhamento de proposta de operação de crédito.

De acordo com a Resolução, ao oferecer crédito aos consumidores no âmbito do Open Banking, as instituições financeiras devem seguir os seguintes princípios:

I – proposta de crédito assertiva e personalizada;

II – transparência na solicitação e na contratação de operação de crédito;

III – comparabilidade entre propostas de crédito; e

IV – experiência do cliente ágil e conveniente.

Na prática, as novas medidas anunciadas pelo BC permitem que correspondentes bancários digitais atuem como marketplaces de crédito.

Ou seja, em vez de buscar por propostas de empréstimo em vários sites e plataformas de distintas instituições financeiras, os consumidores brasileiros poderão ter acesso a várias ofertas de crédito em uma mesma plataforma.

Similar à Amazon ou ao Mercado Livre, que são marketplaces que reúnem diversas lojas, a ideia é que esses marketplaces de crédito reúnam propostas de diferentes instituições. Assim, em vez de buscar por um produto com o melhor custo-benefício, você poderá buscar pela melhor oferta de empréstimo.

Inicialmente, essas plataformas devem reunir apenas ofertas de crédito pessoal sem consignação e sem garantia. Mas ao longo do tempo essas ferramentas devem ser ampliadas para incluir novos produtos.

Open Banking rural

Além dos marketplaces de crédito, no mesmo dia 22 de março, o Banco Central também anunciou que as instituições financeiras que operam o crédito rural poderão compartilhar dados nos moldes do Open Banking.

De fato, desde o dia 2 de maio,  já entrou em vigor essa autorização de compartilhamento, desde que o usuário dê seu consentimento expresso. Os tipos de dados, as finalidades e o período de compartilhamento também ficam a critério do usuário.

De acordo com o BC, o objetivo de inserir o crédito rural no Sistema Financeiro Aberto é ampliar as fontes de recursos para os produtores rurais, que deverão conseguir melhores ofertas de crédito devido à concorrência criada entre as instituições financeiras.

Além disso, o BC prevê também que essa medida deve reduzir a desigualdade de informações no crédito rural e aumentar a oferta de serviços financeiros.

Vale esclarecer que o compartilhamento de dados será operacionalizado diretamente pelo BC na plataforma Sicor, sistema que registra as operações de crédito rural.

Leia também: Conheça as Cooperativas de Energia Solar

EXTRA: Real digital

Apesar de não estar diretamente relacionado ao Open Finance, o Real digital é outra novidade do setor financeiro nacional que – assim como os marketplaces de crédito e o Open Banking rural – deve trazer mais facilidade e praticidade para os brasileiros.

Previsto para entrar em vigor a partir de 2024, o Real digital será uma versão virtual da moeda brasileira que poderá ser utilizada com as mesmas finalidades do dinheiro físico (para fazer compras, reserva financeira, investimentos, etc.).

É importante comentar ainda que o Real digital será uma CBCD (Central Bank Digital Currency ou moeda digital do banco central).

Ou seja, diferente das criptomoedas (moedas cujas transações são baseadas em tecnologias de criptografia), como a Bitcoin, que são muito voláteis, a ideia é ter uma moeda digital com emissão regulada e valor lastreado no Real brasileiro, contando com o suporte do BC.

Com isso, além da maior aceitação por parte das pessoas, o BC espera também oferecer mais segurança e versatilidade aos usuários.

daniele

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