Você sabia que, em 2019, o número de cooperativas brasileiras exportadoras cresceu 18% em relação ao ano anterior? Sendo definidas legalmente como sociedades civis e comerciais – ainda que sem fins lucrativos – as cooperativas também estão autorizadas a exportar seus produtos e serviços. Aliás, a exportação cooperativa tem ganhado cada dia mais incentivo.
Prova disso é que, desde o último mês de junho, representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) já estavam debatendo formas de ampliar a participação das instituições cooperativistas nacionais no mercado externo. E em novembro, os dois órgãos firmaram finalmente um acordo de cooperação.
Exemplos de cooperativas que já participam do comércio internacional demonstram, ainda, que essas instituições também têm recebido apoio de outras entidades públicas (como a Embrapa) e privadas (como o Sebrae), assim como de associações da sociedade civil, o que faz com que todo esse processo de exportação cooperativa seja ainda mais colaborativo.
Saiba mais sobre o tema:
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) é um serviço social autônomo que atua basicamente em 2 vertentes principais:
Para levar a cabo cada um desses propósitos, a Agência realiza ações diversificadas, oferecendo, por exemplo, qualificação empresarial para instituições interessadas em exportar, assim como estudos e análises de mercado e serviços de orientação, entre outros.
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Firmado oficialmente no dia 19 de novembro de 2020, o acordo de cooperação entre o Sistema OCB e a Apex-Brasil baseia-se em 3 pilares:
O evento para a assinatura do documento ocorreu de forma online e contou com a presença de:
Cabe pontuar ainda que, apesar deste acordo fazer menção direta apenas às cooperativas agropecuárias, ele pode acabar servindo de inspiração para outras iniciativas similares em um futuro próximo.
E as cooperativas de outros ramos econômicos que desejam começar a exportar também podem procurar pelo apoio da Apex-Brasil, das entidades regionais do Sistema OCB e de entidades como o Sebrae. Quer ver como é possível? Inspire-se com os casos a seguir.
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Em fevereiro de 2020, a Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac – ES) exportou 26 toneladas de pimenta-do-reino para Israel.
Em junho, a Lacoop – Cooperativa de Agricultores Familiares da Amazônia – despachou 640 sacas de café Robusta Amazônico para a Coréia do Sul.
Em julho, foi a vez da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curacá (Coopercuc) realizar o seu primeiro embarque de doce de maracujá com banana para a Alemanha.
E esses são apenas alguns exemplos, até porque, existem ainda diversas cooperativas que atuam em outros ramos econômicos e também já entraram no mercado internacional.
É o caso da Justa Trama – união entre cooperativas e associações que promove o cultivo orgânico e a comercialização de produtos têxteis de forma justa e solidária.
Há 15 anos no mercado, a cooperativa já chegou a exportar fios e peças de roupa para a Itália. Depois, voltou-se ao mercado interno. Mas a fundadora Nelsa Nespolo revela que “além de irmos a eventos na América Latina e Europa para falar que dá para trabalhar de forma coletiva e que tem espaço para se desenvolver, lógico que queremos também que nosso produto chegue para mais pessoas lá fora”.
Vale notar ainda que todos esses exemplos aconteceram antes do recente acordo entre OCB e Apex. Porém, como ressaltou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas:
“Com este acordo de cooperação técnica estamos inaugurando uma nova fase no cooperativismo, já que temos alguma experiências com as exportações, mas essa aliança é muito importante para todo o nosso movimento, porque a Apex-Brasil conhece do assunto. É um projeto sólido para construir espaços para as nossas coops, contribuindo também com o acesso delas aos novos mercados.”
Assista o vídeo que o Sistema OCB publicou sobre o tema:
Durante o evento online para assinatura do acordo entre a OCB e a Apex-Brasil, ocorreu também a palestra “Cenários do Comércio Global para 2021”, ministrada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro.
Em seu discurso, Ribeiro destacou que, devido à alta qualidade da produção nacional, a exportação de carne suína brasileira deve seguir crescendo, e também podem surgir boas oportunidades para a exportação de grãos ao mercado asiático.
O palestrante ainda comentou que, “graças à imagem de credibilidade do nosso café”, o produto tem sido muito exportado. “Vejo o comércio internacional do café com expectativas positivas nos próximos anos”, completou Ribeiro.
Em relação ao panorama geral e às expectativas para o futuro, foram marcantes também as palavras do presidente da Apex-Brasil, Sergio Segovia:
“Vale destacar que o cooperativismo remete à união para enfrentar desafios que sempre surgem, por isso, estamos confiantes de que podermos avançar em busca de melhores resultados, especialmente por podermos contar com o apoio da OCB e, claro, com o enorme potencial de trabalho das cooperativas. Uniremos os nossos esforços para inserir mais cooperativas no mercado internacional.”
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