Natal é época de partilha, de harmonia, de união e de esperança. Mas essa Noite Feliz, repleta de bons sentimentos, não precisa durar apenas algumas horas. Por isso, Natal também é época de refletir, para que esse espírito natalino espalhe felicidade por todos os dias do ano.
Então, que tal refletirmos um pouco sobre o cooperativismo social? Afinal, esse ramo do cooperativismo trabalha, o ano inteiro, desenvolvendo a partilha, a harmonia, a união e a esperança. Veja só:
Em qualquer ramo cooperativo, a ideia central é sempre cooperar. Isso quer dizer que, em uma empresa cooperativa, as pessoas estão sempre partilhando esforços e benefícios.
Não há uma minoria de donos que recebe os lucros ou uma maioria de funcionários que só arca com os esforços. Todos os cooperados participam das operações e recebem as sobras da cooperativa conforme suas participações.
Partilhando das tarefas e responsabilidades, os cooperados somam forças e conseguem resultados melhores para compartilhar entre todos. E isso acontece em todos os tipos de cooperativas. Uma atitude que merece ser propagada.
As cooperativas sociais, especificamente, são constituídas por pessoas em situação de desvantagem (portadores de deficiência física, sensorial, psíquica ou mental, dependentes químicos, ex-presidiários, jovens em situação de risco ou vulnerabilidade social, etc.).
Além disso, costumam incluir também associados voluntários que não se encontrem em situação de desvantagem, para prestar serviços gratuitos à instituição.
Assim, as cooperativas sociais são formadas com base na harmonia entre seus membros, independente de sua variedade de condições. Conforme o primeiro dos sete princípios cooperativos, a adesão é livre, voluntária e sem qualquer tipo de discriminação.
A ideia de conviver em harmonia – ressaltada pelas cooperativas sociais – envolve ainda outros valores e atitudes positivos, como a sensação de empatia, o respeito mútuo e a valorização do outro. Virtudes que merecem ser cultivadas por toda a sociedade.
Segundo a Lei nº 9.867, de 10 de novembro de 1999, que dispões sobre a criação e o funcionamento das cooperativas sociais, essas instituições têm por finalidade a inserção social e econômica de seus membros.
Ou seja, as cooperativas sociais oferecem oportunidades de reabilitação a pessoas em situação de desvantagem por meio de atividades produtivas.
A Cooperativa Especial Social CrêSer, por exemplo, inclui jovens e adultos com deficiência mental que trabalham em três diferentes oficinas: padaria, cartonagem e horta.
Outro exemplo é a Coopersocial, em que os associados portadores de deficiência produzem, montam e comercializam produtos, como fraldas geriátricas, peças industriais e sacos de lixo.
Mas é importante perceber que o trabalho nessas cooperativas não é visto apenas como uma forma de ocupação, mas como um meio de capacitação e também de produzir vínculos sociais. Ou seja, o trabalho em uma cooperativa social é um trabalho que promove a inclusão ou, em outras palavras, que incentiva a união.
Conforme a mencionada Lei 9.867/99, as cooperativas sociais podem desenvolver atividades agrícolas, industriais, comerciais, de serviços; organizar e gerir serviços sociossanitários e/ou educativos.
A definição é abrangente, mas as cooperativas sociais ainda usam como balizador o princípio cooperativo do Interesse pela Comunidade. Dessa forma, buscam sempre oferecer produtos e serviços que gerem transformações sociais positivas.
Na citada Cooperativa CrêSer, por exemplo, preza-se sempre pela sustentabilidade. Toda a cartonagem é feita com papel reciclado. A horta é orgânica e seus produtos também são aproveitados pela padaria da cooperativa.
Outro exemplo são as cooperativas sociais de catadores que efetuam a coleta e a reciclagem de materiais, culminando em maior bem-estar social.
Ou seja, além de produzir esperança pela inclusão socioeconômica de seus membros, as cooperativas sociais produzem bens e serviços que disseminam essa esperança para toda a sociedade. Uma ideia que merece apoio para crescer e continuar inspirando bons sentimentos e atitudes mais humanas.
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