No primeiro trimestre de 2017, o desemprego no Brasil chegou a 13,7%, atingindo 14,2 milhões de pessoas – a maior taxa de desocupação da série histórica iniciada em 2012, segundo dados do IBGE. Diante de tal cenário alarmante, o cooperativismo ganha destaque como alternativa para enfrentar a situação. Veja só:
– Foi assim que tudo começou
Você sabia que a origem do cooperativismo está justamente na luta contra condições precárias de emprego e renda?
Foi na Inglaterra, durante a Revolução Industrial, que se reuniu um grupo de 28 operários para formar a primeira cooperativa do mundo: a Sociedade dos Probos de Rochdale. Cooperando entre si, eles uniram forças para conseguir melhores condições de trabalho em um mercado em plena transformação.
Desde então, o cooperativismo vem se expandindo por todo o mundo. E a lição histórica de Rochdale também vale para os dias atuais. Confira:
– Cooperativas de trabalho e de produção
O cooperativismo é um modelo socioeconômico que pressupõe unir esforços comuns de um grupo em prol do benefício geral – ideia que pode ser aplicada a uma variada gama de negócios.
As cooperativas de produção, por exemplo, são empresas que reúnem variados tipos de profissionais envolvidos na produção de um ou mais artigos (cooperativa de produção de móveis, por exemplo).
As cooperativas de trabalho, por sua vez, são formadas por um determinado tipo de profissionais que se reúnem para oferecer seus serviços com mais vantagens para todos (cooperativas de costureiras ou de advogados, por exemplo).
Em ambos os casos, a união de profissionais em uma cooperativa pode ser uma boa solução para enfrentar o desemprego e conseguir melhores condições de trabalho e renda.
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– Cooperação e competitividade
Para quem já está no mercado de trabalho e quer se manter competitivo, saber cooperar também é importante. Por mais paradoxal que pareçam os dois conceitos, é preciso saber a hora de cooperar e a hora de competir.
O professor universitário, Fábio Zugman, co-autor do livro ‘Criatividade sem Segredos’, explica: “Alguém que consegue bons resultados para si, mas prejudica a equipe ou empresa onde trabalha, pode ter resultados bons a curto prazo, porém, mais cedo ou mais tarde, alguém perceberá o custo que essa pessoa exerce sobre a organização. A competitividade é desejada, mas não a qualquer preço”.
Zugman ainda completa: “Muitas das novas tecnologias e modelos de negócios que surgiram com o avanço da Internet ajudaram a trazer a cooperação um pouco mais perto do foco de atenção das empresas. Aqueles que aprenderem as vantagens de cooperar para conseguir melhores resultados, com certeza, terão uma vantagem no mercado e em seus ambientes de trabalho”.
E a cooperação não é uma postura valorizada só entre os profissionais, mas também tem se mostrado cada vez mais relevante a cooperação entre as empresas, combinando competências e serviços, compartilhando conhecimentos e custos, de forma a se manterem competitivas no mercado.
– O cooperativismo como alternativa para os jovens
O cooperativismo é um modelo socioeconômico que segue alguns princípios básicos, entre eles, a adesão livre e voluntária e a gestão democrática – valores que correspondem aos anseios de reconhecimento, informalidade e individualismo das novas gerações.
O professor da Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop), Fernando Dewes, comenta que “o cooperativismo é uma alternativa profissional viável e atraente, pois tem todas as características valorizadas pela geração que ingressa no mercado de trabalho: desafio, inovação, possibilidades de progresso profissional e pessoal”.
Sobre as oportunidades oferecidas pelo setor, Dewes ainda complementa: “O cooperativismo encontra-se em grande expansão e vem ampliando cada vez mais suas fronteiras no mundo. No Brasil, o fenômeno não é diferente. Além disso, ele hoje vem conquistando mais espaços nos mais diferentes segmentos da atividade econômica, ganhando capilaridade e competitividade”.
Contrapondo-se ao alarmante quadro de desemprego no país, apresenta-se, enfim, a essência do cooperativismo: unir esforços para transformar essa situação, em prol do benefício geral.
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