Você já ouviu alguém reclamar que não tem tempo para nada? Será que você mesmo já não se sentiu assim?
No mundo contemporâneo, é cada vez mais comum encontrar pessoas que vivem em ritmo acelerado. Estar sempre com pressa, correr no trânsito e engolir a comida sem nem mastigar direito são hábitos cada vez mais comuns.
Para muitos, a correria do dia a dia está relacionada ao trabalho, além de afazeres domésticos e outras atividades. Porém, se pararmos para pensar, muito do nosso tempo gasto é motivado senão diretamente dedicado ao consumo.
Em outras palavras, gastamos tempo trabalhando para ter dinheiro para consumir. E também gastamos tempo com o consumo em si.
É claro que, em muitos casos, consumimos porque precisamos nos alimentar, nos vestir, ter serviços básicos ou satisfazer necessidades de lazer, por exemplo.
Mas, certamente, boa parte do nosso consumo é influenciado por nosso estilo de vida, por nossos valores pessoais e até, em alguns momentos, por nossa forma de encarar algumas situações. Assim, muitas vezes, acabamos consumindo as coisas de forma impensada, por impulso, para provar algo ou para satisfazer uma necessidade latente.
Na contramão de todo esse processo, surgem movimentos que visam fazer as pessoas desacelerarem seus ritmos de vida e pararem para pensar, de forma a realizar um consumo mais consciente.
Veja só:
– Slow food
Em contraponto aos já tradicionais fast foods, o movimento slow food (comida lenta, em inglês) defende a ideia de uma melhor apreciação dos alimentos e das refeições.
Essa ideia de comer de forma consciente, prazerosa e com mais qualidade foi lançada já no final dos anos 80 por Carlo Petrini, italiano que fundou uma associação internacional sem fins lucrativos para difundir o movimento slow food pelo mundo.
Segundo o site slowfoodbrasil.com “o princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores”.
A organização não governamental atua em três eixos principais: na promoção da educação do gosto; na salvaguarda da agrobiodiversidade e da cultura alimentar; e no encurtamento de cadeias, aproximando produtor e co-produtor.
Quem quiser contribuir com a causa, tem a opção de associar-se ao movimento Slow Food Brasil. Mas, ainda que você não tenha a intenção ser um associado, vale a pena refletir sobre a forma que você tem se alimentado:
- Você costuma sentar-se durante as refeições e parar para comer com calma?
- Você presta atenção no que está comendo e no sabor dos alimentos?
- Você faz bom aproveitamento dos alimentos (armazenando, consumindo por completo e reaproveitando sobras)?
- Tem alguma noção da procedência dos alimentos que consome (para além das prateleiras do supermercado)?
- Você sabe se os alimentos que consome causam prejuízos ao meio ambiente ou aos seus produtores?
Se você respondeu negativamente a alguma dessas perguntas, talvez seja o momento de começar a fazer um consumo alimentar mais consciente.
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– Slow fashion
Inspirado no movimento slow food, surgiu, em 2008, o movimento slow fashion (moda lenta), criado pela inglesa Kate Fletcher, consultora e professora de design sustentável no Centro de Moda Sustentável britânico (Centre for Sustainable Fashion).
O slow fashion também representa um contraponto, neste caso, uma alternativa à produção de moda em massa, com seus inúmeros lançamentos e coleções. Portanto, trata-se, sobretudo, de consumir a moda de maneira mais consciente, valorizando os produtos, os produtores, a diversidade e a riqueza de tradições.
Pense bem: quantas peças de roupa você tem? Quantas efetivamente usa? De quantas você realmente precisa? E os sapatos e bolsas? Você tem noção de onde ou como foram produzidas essas peças? Você cuida das suas roupas e acessórios para que durem mais? Costuma fazer uma limpa nos armários para doar o que não usa mais?
Será que não está na hora de começarmos a consumir com um pouco mais de consciência? Talvez refletir sobre questões assim já seja o início de um movimento pessoal, no sentido de repensar nossos gastos constantes e nossa forma de aproveitá-los.
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