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Dar aos seus filhos tudo do bom e do melhor é o desejo de todos os pais e mães. Mas você já parou para pensar se isso é, realmente, o melhor para o futuro dos seus filhos? Essa é apenas uma das questões que costuma surgir da relação entre pais, mães, dinheiro e filhos.
Outras dúvidas comuns são aquelas relacionadas à necessidade de fazer economia nos gastos com as crianças, ou até sobre como tratar do tema financeiro com os mais pequenos. Em que idade é adequado começar a falar sobre dinheiro? É positivo dar mesada? E se eu não tiver como dar mesada?
Além disso, muitos pais e mães também têm dúvidas sobre como guardar dinheiro para assegurar o futuro dos filhos. Que investimentos são mais adequados? Como controlar as contas para guardar dinheiro com frequência?
Em relação a todas essas questões, o primeiro ponto a ter em conta é que pais e mães são igualmente responsáveis pelo mantimento e pela educação das crianças.
Só que, também é válido saber que, atualmente, em quase metade das casas brasileiras (mais de 34 milhões de domicílios), a responsável financeira é uma mulher. Se antigamente o chefe de família era, de maneira geral, uma figura masculina, cada vez mais, temos visto as mulheres assumindo este papel.
Sabendo ainda que o Dia das Mães está quase chegando, este artigo reúne reflexões e conselhos relativos à relação entre mães, dinheiro e filhos.
Mas se você é pai, irmão, avô, professor ou simplesmente tem interesse no assunto, também poderá descobrir muitas dicas por aqui. Então, acompanhe:
Como economizar nos gastos com as crianças
Se equilibrar as contas nem sempre é uma tarefa fácil, quando se tem filhos, esse desafio pode ser ainda maior.
Nesse sentido, a primeira recomendação é manter um acompanhamento frequente dos seus ganhos e gastos, planejando-se financeiramente para cada etapa do crescimento da criança.
Além disso, confira algumas dicas para economizar:
- Antes do nascimento, faça um chá de bebê simples (ou até online) e peça vários itens que vai precisar.
- Entre em contato com outras mães, participe da troca de roupas infantis e beneficie-se de doações.
- Em vez de buscar sempre por novos brinquedos, considere trocas com outras mães e coleguinhas, assim como a ideia de fazerem vocês mesmos alguns brinquedos.
- Para economizar com educação, reaproveite materiais escolares de anos anteriores, promova trocas e doações de livros com outras mães e considere a carona solidária.
- Dê preferência a opções de diversão gratuita: parquinhos, parques públicos, eventos gratuitos, etc.
- Quando sair com a criança, procure levar sempre uma garrafinha de água e algum lanche, para não precisar gastar dinheiro com isso.
- Estabeleça um limite para os gastos extras da criança (lanches, doces, jogos, etc.) e converse com ela sobre isso.
Vale reforçar que este último ponto – conversar com seus filhos e estabelecer limites – além de contribuir para conscientizar a criança sobre a necessidade de economizar, é fundamental para o desenvolvimento da educação financeira. Vamos falar mais sobre isso a seguir.
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Dar dinheiro ≠ dar educação financeira
Muitos especialistas em educação financeira consideram que a mesada, quando bem aplicada, pode ser um instrumento interessante para que a criança possa começar a aprender na prática a lidar com o dinheiro.
Em relação a isso, a primeira questão a esclarecer são as condições para que essa ideia seja, de fato, bem aplicada:
- Não usar a mesada como prêmio por bom comportamento ou a falta de mesada como castigo.
- O valor deve ser adequado às condições financeiras da família.
- Deve ser acompanhada por ensinamentos financeiros constantes sobre como gastar o dinheiro, por que guardá-lo, como se planejar, etc.
- Se o dinheiro acabar antes da hora, é importante ser firme e fazer seu(ua) filho(a) esperar pela próxima mesada, aproveitando para reforçar a importância da economia e do planejamento.
- Se houver desemprego ou necessidade de economizar, é importante explicar aos filhos e fazer os ajustes necessários.
Por outro lado, é fundamental entender que dar mesada não é uma condição indispensável para estimular a educação financeira dos seus filhos. Há diversas outras formas de fazer isso. Confira algumas ideias sobre o tema:
- Conversando, todos se entendem. Dizer que sim porque sim – ou não porque não – pode ser mais fácil, mas não ajuda seus filhos a entenderem sobre a necessidade de fazer escolhas. O ideal mesmo é conversar, explicar de onde vem o dinheiro, sobre a dificuldade para ganhá-lo, sobre a necessidade de fazer escolhas, sobre a situação financeira da família, etc.
- Envolver as crianças e jovens nas conversas sobre o orçamento familiar e em algumas decisões de compra (como no mercado, por exemplo) também pode render lições valiosas.
- Dar absolutamente tudo que seu filho pede ou quer pode acabar criando uma dependência excessiva, desfavorável ao desenvolvimento da educação financeira da criança. Seja qual for a situação financeira familiar, estabelecer limites é fundamental para preparar melhor a criança para lidar com suas próprias contas no futuro.
- Acima de tudo, lembre-se que os filhos aprendem observando o exemplo dos pais. É muito mais fácil para uma criança aprender que precisa se planejar se ela vê seus pais fazendo o mesmo. Então, comece por você: economize, poupe, planeje suas compras, estimule doações e trocas, etc.
– Como guardar dinheiro para o futuro dos filhos
Quando falamos de mães, dinheiro e filhos, outra preocupação bastante recorrente é como assegurar financeiramente o futuro da prole. Nesse sentido, investir, certamente, é a melhor opção.
Mas antes de investir pensando no futuro dos filhos, é aconselhável criar e manter uma boa reserva de emergência e também ter seu próprio investimento, para garantir sua independência financeira na aposentadoria e já ir ganhando experiência no assunto.
É bom destacar também que, para investir, é preciso antes aprender a manter o controle das contas, economizar e poupar o seu dinheiro. Da mesma forma, o investimento no futuro dos filhos deve ser acompanhado pela educação financeira, para que esse valor possa ser utilizado posteriormente de forma mais consciente, assegurando reais benefícios.
Também é válido saber que, para guardar dinheiro no nome da própria criança, ela precisa ter um CPF. E é preciso avaliar bem as opções de aplicações e condições oferecidas por cada instituição financeira para conseguir mais vantagens.
De maneira geral, a poupança e a Previdência Privada costumam ser as alternativas mais recorrentes para esse fim. Mas há também casos de pais que vinculam o nome da criança à sua conta em uma corretora de valores para ter acesso a outras opções de investimento.
Em todo caso, aplicações de renda fixa costumam ser as mais recomendáveis para esse objetivo de investimento, incluindo certa diversificação na carteira, mas sem pesar a mão em ativos de maior risco.
– Como responder a questões financeiras
Outra questão que surge da relação entre mães, dinheiro e filhos é como responder à criança quando ela pergunta ou comenta sobre temas financeiros.
Veja alguns exemplos:
- "Mãe, por que a gente não pode levar o chocolate e o sorvete?"
Porque o dinheiro que a gente tem para as compras é limitado e a gente precisa dividí-lo entre tudo que a gente precisa levar.
- "Pega dinheiro no caixa, então"
Para pegar dinheiro no caixa, precisa ter dinheiro guardado no banco e, cada vez que eu pego, sobra menos dinheiro para usar até receber novamente.
- "De onde vem o dinheiro guardado no banco?"
O dinheiro vem do trabalho. Quem trabalha recebe todo mês uma quantidade de dinheiro para comprar e pagar o que precisa – comida, roupa, escola, etc. É por isso que a gente precisa se planejar, para dividir o dinheiro entre tudo isso.
- "E por que a gente precisa pagar pelas coisas que compra?”
Porque alguém trabalhou para fazê-las e precisa receber dinheiro por esse trabalho.
É claro que essas questões podem variar muito dependendo da idade e do nível de compreensão da criança. O importante, em todo caso, é conversar, é dar atenção desde essas primeiras dúvidas, é tentar explicar, incluir, ser sincero e dar o exemplo, fazendo dos temas financeiros um elo para aproximar ainda mais a pais, mães e filhos.