Ninguém gosta de pagar juros, seja do cartão, de compras parceladas, de um empréstimo ou financiamento. Mas os juros não são necessariamente algo ruim. É possível, inclusive, fazê-los trabalhar a seu favor. Melhor ainda se você fizer isso pensando nos juros compostos.
Sim, existem os juros simples – que incidem só sobre o valor principal e, geralmente, são aplicados em situações de curto prazo – e os juros compostos – que, basicamente, significa juros sobre juros.
É isso que, em uma dívida, costuma gerar o popular efeito bola de neve, já que os juros de um determinado período são somados ao capital inicial devido e utilizados para o cálculo de novos juros do período seguinte, e assim sucessivamente.
Só que, em vez de ser o devedor, você pode ser o beneficiário desses juros compostos. Como? Investindo seu dinheiro em aplicações que lhe permitam aproveitar esse tipo de rendimento.
Quer saber mais sobre a mágica dos juros compostos e como tirar proveito dessa ideia? Acompanhe:
Para compreender melhor como funcionam os juros compostos, vamos imaginar duas pessoas que investem, cada uma, uma cota única de R$ 20.000, durante um ano, com uma taxa de juros de 5% ao mês.
Só que, a primeira pessoa investe com juros simples. Portanto, os juros serão calculados sempre com base no montante inicial (R$ 20 mil). Assim, a cada mês, o rendimento dessa pessoa será o mesmo: R$ 1.000:
Mês 1: 20.000 x 0,05 = 1.000
Mês 2: 20.000 x 0,05 = 1.000
Mês 3: 20.000 x 0,05 = 1.000
…
E, ao final do ano, ela terá acumulado R$ 12.000 com juros (somando R$ 32.000).
Já a segunda pessoa investe com juros compostos. Logo, a cada mês, os juros serão calculados com base no montante obtido do mês anterior. Portanto, ao final do primeiro mês, seu rendimento será igual ao da pessoa 1 (R$ 1.000), mas a partir do segundo mês, esse rendimento já será maior. Veja:
Mês 1: 20.000 x 0,05 = 1.000
Mês 2: (20.000 + 1.000) x 0,05 =
21.000 x 0,05 = 1.050
Mês 3: (21.000 + 1.050) x 0,05 =
22.050 x 0,05 = 1.102,50
Mês 4: (22.050 + 1.102,50) x 0,05 =
23.152,50 x 0,05 = 1.157,62
E assim sucessivamente. Em um ano, portanto, a pessoa 2 acumularia R$ 15.917,13 com juros (somando R$ 35.917,13).
Resumindo:
PESSOA 1 | PESSOA 2 | |
Investimento inicial (aporte único) | R$ 20.000 | R$ 20.000 |
Taxa de juros | 5% ao mês | |
Tipo de juros | Juros simples | Juros compostos |
Tempo de investimento | 1 ano | |
Rendimento dos juros | R$ 12.000 | R$ 15.917,13 |
Montante final acumulado | R$ 32.000 | R$ 35.917,13 |
Existem basicamente três fatores que fazem a diferença no cálculo dos juros compostos: o capital inicial, a taxa de juros e o tempo.
Mas o tempo é, sem dúvida, o verdadeiro catalisador dessa reação; é o fermento que permite o crescimento da quantia investida de forma exponencial e a olhos vistos.
Retomando o exemplo anterior, veja como ficaria a situação da pessoa 1 (que investe com juros simples) e da pessoa 2 (que investe com juros compostos) em 5 e em 10 anos:
PESSOA 1 | PESSOA 2 | |
Investimento inicial | R$ 20.000 | R$ 20.000 |
Taxa de juros | 5% ao mês | |
Tipo de juros | Juros simples | Juros compostos |
Montante acumulado em 1 ano | R$ 32.000 | R$ 35.917,13 |
Montante acumulado em 5 anos | R$ 44.000 | R$ 373.583,72 |
Montante acumulado em 10 anos | R$ 56.000 | R$ 6.978.239,71 |
Se ainda assim não ficou claro, talvez seja mais fácil ter noção desse efeito multiplicador dos juros compostos, pensando no crescimento de uma dívida com o passar do tempo.
Só que a ideia aqui é ajudar você a passar para o outro lado dessa equação e começar a receber esses rendimentos multiplicados. Acompanhe, então, algumas alternativas para isso no tópico a seguir.
Atualmente, grande parte das aplicações financeiras têm seus rendimentos atrelados a juros compostos.
A questão é que, para sentir o efeito multiplicador dessa taxa, é preciso dar tempo ao tempo. Investimentos de médio e longo prazo podem ser, portanto, mais favoráveis para observar a ação dos juros compostos.
Diante disso, ganham destaque as aplicações de renda fixa, que estão sujeitas a menor volatilidade e oferecem mais segurança, independentemente do tempo de aplicação.
É claro que muitos desses ativos também contam com boa liquidez, permitindo a retirada de parte ou do total investido em curto prazo. Mas se a ideia é contar com o poder dos juros compostos, quanto maior o tempo de investimento, maiores os ganhos.
Confira algumas recomendações:
Quando você gostaria de ganhar daqui a 10, 20 ou 30 anos? Quando se fala em investimentos de longo prazo, contando com juros compostos, a Previdência Privada é um dos mais recomendados. Mas antes de escolher a sua, fique atento a opções mais vantajosas, como os planos fechados oferecidos por cooperativas financeiras.
O Recibo de Depósito Cooperativo (RDC) é similar aos CDB e RDB oferecidos por bancos comuns. Ou seja, é uma aplicação de renda fixa, pré ou pós-fixada, de curto, médio ou longo prazo, com rentabilidade e liquidez diárias. Só que o RDC é um investimento feito exclusivamente em cooperativas financeiras e, por isso, conta com vantagens que só o cooperativismo pode oferecer. Saiba mais aqui.
As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e do setor Imobiliário (LCI) merecem destaque por não contar com a incidência de Imposto de Renda nem de IOF. Por outro lado, pode haver um prazo de carência e a liquidez costuma ser relativamente menor do que a de um CDB ou RDC. Só que, pensando no rendimento com juros compostos, isso pode ser até favorável.
Os títulos do Tesouro Nacional negociados pelo Tesouro Direto são outra opção para quem quer contar com rendimento atrelado aos juros compostos. Só que, neste caso, é preciso cadastrar-se em uma corretora de valores para ter acesso a essa aplicação.
Após 8 meses de taxa Selic a 2,00% ao ano, em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, estabelecendo o valor de 2,75% ao ano.
Esse é o primeiro aumento da taxa após quase 6 anos de sucessivas reduções. Portanto, apesar da elevação ter sido pequena, já pode tratar-se de uma boa notícia para os investidores da renda fixa, que tem aplicações atreladas às taxas de mercado, como a Selic e o IPCA.
Assim como os bancos comuns, as cooperativas financeiras também oferecem contas, cartões, linhas de crédito, consórcios e também opções de investimentos, entre outros serviços e produtos financeiros.
Só que, como as cooperativas não têm fins lucrativos, as taxas e tarifas cobradas costumam ser muito menores. Além disso, as cooperativas são geridas democraticamente por seus associados, que podem participar das decisões da instituição e também das sobras, quando os resultados são positivos.
Ou seja, para operar junto a uma cooperativa – fazendo um investimento, por exemplo – é preciso associar-se e, com isso, você tem acesso a todas as vantagens do cooperativismo, podendo até conseguir uma melhor remuneração pela sua aplicação.
Assim, além de contar com o poder dos juros compostos, você conta também com os benefícios do cooperativismo financeiro.
Para saber mais sobre esses temas, baixe grátis os e-books Investimentos e O Cooperativismo Financeiro é para você.
Aqui, falamos com bastante frequência sobre o cooperativismo. Mas você já parou para pensar o…
Desde que foi anunciado pelo Banco Central, o Drex — também conhecido como “Real Digital”…
Você já parou para pensar como será o seu futuro financeiro? A cada dia que…
Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo. Investir em dólar…
No Dia das Crianças, não precisa necessariamente ter um presentão novinho em folha. Mas é…
O desemprego estrutural é uma realidade que afeta a sociedade como um todo. Mas você…