Pagamentos por aproximação, transferências 24h em qualquer dia do ano, contas digitais, moedas virtuais. Essas são apenas algumas das inovações do setor financeiro nos últimos tempos.
E a velocidade desse processo de digitalização e de adoção de novas tecnologias foi ainda mais acelerada no ano passado, em virtude das medidas de isolamento social adotadas devido à pandemia de covid-19.
“As pessoas pensam muito que a tecnologia leva a uma mudança de comportamento. Mas tem uma parte também que a mudança de comportamento é que ‘tá levando a essa inovação em tecnologia, em finanças”, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, durante o webinar Uma revolução no seu bolso.
Corroborando a afirmação de Campos Neto, é possível observar que, em 2020 – de acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2021 – o celular (mobile banking) foi o meio mais usado pelos brasileiros para realizar transações financeiras.
“Havia clientes que não tinham usado o aplicativo antes da pandemia, e que agora estão utilizando e não voltam mais para o mundo analógico. Eles aprenderam que é muito mais fácil usar o app do que se deslocar para uma agência”, afirma o líder de tecnologia de uma instituição financeira na Pesquisa da Febraban.
Além disso, esse levantamento também aponta que 67% de todas as operações bancárias feitas no país, em 2020, foram realizadas através de canais digitais. Juntos, internet banking e mobile banking, foram utilizados para 8 de cada 10 pagamentos de contas e para 9 de cada 10 contratações de crédito.
Não é por acaso, portanto, que os investimentos das instituições financeiras em tecnologia também sigam crescendo. Em 2020, o orçamento das instituições do setor para esse fim aumentou em 8% em relação a 2019.
Quer conhecer melhor algumas dessas inovações do setor financeiro e descobrir que diferenças elas fazem em nosso dia a dia? Acompanhe:
Você já realizou algum pagamento por aproximação? De acordo com o BC, entre janeiro de 2020 e junho deste ano, esse tipo de transação aumentou em 400%.
Enquanto isso, no comércio, o novo queridinho é o link de pagamento e muitos consumidores já começaram, também, a usar os cartões virtuais para fazer compras online com mais segurança.
Só que, ao falar sobre as inovações do setor financeiro com foco nos meios de pagamento, não podemos deixar de dar destaque ao PIX – novo sistema de transferências instantâneas brasileiro.
Implantado em novembro do ano passado pelo BC, em maio de 2021, o PIX já tinha 93,6 milhões de usuários cadastrados, e esse número de usuários tem crescido a uma taxa média de 18% ao mês.
Em outras palavras, o PIX está fazendo o maior sucesso entre os brasileiros. Já está sendo mais utilizado, inclusive, do que as transferências por DOC e TED e vem ganhando espaço frente aos pagamentos com máquinas POS.
A questão é que, além de contribuir para a transformação das formas de pagar e de fazer transferências, o PIX também deve impulsionar a digitalização bancária e, com isso, ajudar na inclusão financeira de milhares de brasileiros.
“Identificamos clientes que não faziam TED ou pagamento online, apenas saque, passando a fazer PIX”, diz outro líder de tecnologia de instituição financeira na Pesquisa da Febraban.
A inclusão de novas funcionalidades dentro desse sistema – como o PIX Cobrança, o PIX Saque e o PIX Troco – amplia ainda mais os efeitos que ele deve alcançar no sistema financeiro e no dia a dia de todos os brasileiros.
Outra iniciativa do BC, que começou a ser implementada em fevereiro, e deve impulsionar diversas inovações do setor financeiro.
Afinal, ter um Sistema Financeiro Aberto (Open Banking) permite estabelecer mais parcerias e, com isso, agregar novos produtos, serviços e funcionalidades, à disposição dos clientes.
A ideia de implementação do Open Banking visa, ainda, dar mais transparência e conferir mais competitividade ao mercado financeiro nacional.
Além disso, seguindo as diretrizes da LGPD, essa abertura do sistema financeiro está sendo realizada de forma a colocar você (o titular) no controle dos seus dados.
Leia também: Os efeitos do Open Banking na sua vida financeira.
A inovação nem sempre está relacionada à digitalização ou a outros tipos de tecnologia. Inovar é fazer algo novo, mudar um processo, fazer diferente. Sabendo disso, uma das inovações do setor financeiro que não podemos deixar de comentar é a expansão do cooperativismo de crédito.
Reconhecendo que as cooperativas financeiras (também chamadas de cooperativas de crédito) impulsionam a inclusão e a educação financeira e também podem contribuir para dar mais competitividade e transparência ao setor, o próprio Banco Central já incluiu, entre os objetivos da Agenda BC#, o de aumentar a participação das cooperativas no Sistema Financeiro Nacional.
Novidades como o PIX e o Open Banking também têm colaborado para dar mais destaque às instituições cooperativistas do ramo.
No ecossistema do Open Banking, por exemplo, das 834 instituições que já estavam registradas em maio deste ano, mais de 600 são cooperativas do ramo.
No caso do PIX, das 760 instituições financeiras participantes (total de entidades que já estavam habilitadas pelo BC em julho), 622 são cooperativas financeiras.
Para os consumidores brasileiros, essa expansão do cooperativismo financeiro tende a trazer muitas vantagens, já que as coops financeiras são instituições já conhecidas por oferecer taxas e juros bem menores (uma vez que não visam ao lucro), além de participação nas sobras e outros benefícios.
“Nessa pandemia, por exemplo, eu tenho um vizinho que acha que eu sou o mago das finanças. Porque ele ‘tava completamente sem crédito. No primeiro, no dia zero da pandemia, ele ‘tava completamente sem recursos, tendo que fechar… e aí eu indiquei pra ele uma cooperativa e ele acha que eu sou o mago das finanças, que eu sei tudo”, conta a jornalista Mara Luquet em tom bem-humorado durante o webinar Uma revolução no seu bolso.
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Na opinião de muitos especialistas, todo esse cenário de inovações do setor financeiro que estamos vendo até agora é somente a ponta do iceberg. O incremento dos investimentos das instituições financeiras em inovações tecnológicas deve contribuir para confirmar essa ideia.
Exemplo disso pode ser observado na mencionada pesquisa da Febraban, em que 93% dos participantes apontaram como prioritário o investimento em inteligência artificial, enquanto a automação robótica de processos (RPA) foi citada por 80% dos entrevistados e a internet da coisas (IoT) por 33%.
Tais tecnologias são direcionadas, sobretudo, a otimizar o atendimento ao cliente, as operações de crédito, a área jurídica e também a segurança cibernética.
No ano passado, por exemplo, logo no início da pandemia, o Sicoob – um dos principais sistemas de cooperativas financeiras do Brasil – desenvolveu um mecanismo de reconhecimento facial para que os cooperados pudessem fazer suas operações com segurança sem ter que ir até um agência.
As moedas digitais também já são uma realidade. Há inúmeras iniciativas do tipo sendo criadas. Os próprios Bancos Centrais de vários países já veem necessidade de criar sua própria moeda, seja para manter o papel de principal guardião monetário nacional, seja para implementar mais facilmente suas políticas monetárias ou mesmo para mostrar-se preparados frente às inúmeras e constantes inovações do setor financeiro.
Em maio deste ano, o próprio Banco Central do Brasil divulgou as diretrizes gerais para o potencial desenvolvimento de uma moeda digital brasileira.
Além disso – para estimular a inovação e a competitividade –, desde outubro do ano passado, o BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovaram a implementação do sandbox regulatório:
“um ambiente em que entidades são autorizadas pelo BC a testar, por período determinado, projeto inovador na área financeira ou de pagamento, observando um conjunto específico de disposições que amparam a realização controlada e delimitada de suas atividades.”
Esse mecanismo deve permitir, portanto, que cooperativas, fintechs e outros players possam testar projetos inovadores para o setor financeiro, atuando diretamente no mercado, em um ambiente controlado, sim, mas com clientes reais.
Para os consumidores, por sua vez, esse contexto deve facilitar o aparecimento de cada vez mais soluções e inovações, atendendo a necessidades mais específicas com serviços mais personalizados. Entre fevereiro e março deste ano, ocorreram as inscrições para o Ciclo 1 do Sandbox Regulatório. Em setembro, serão divulgados os projetos selecionados (de 10 a 15) para operar dentro desse ambiente. Ou seja, vêm mais novidades por aí.
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