Inovação disruptiva: o que você tem a ver com isso?

Descubra como essa ideia está transformando a economia e o mundo.

Vantagens da Cooperação | 18 de março de 2016
cooperação
cooperar
cooperativa de crédito
disrupção
inovação catalítica
Inovação Disruptiva
Inovação Disruptiva cooperação
inovação sustentadora
serviços de um banco
Sicoob
Inovação Disruptiva cooperação
Inovação Disruptiva cooperação

Inovação disruptiva e disrupção são termos que estão se tornando cada vez mais recorrentes nas conversas sobre empreendedorismo. Fora desse contexto, as expressões podem parecer, à primeira vista, relacionadas a complicados conceitos. Mas não são. E estão, aliás, cada vez mais integradas ao dia a dia de todos nós. Afinal, falar em inovação disruptiva é falar em microcomputadores, smartphones, serviços de streaming, plataformas online de compartilhamento e também em cooperativismo, entre outros exemplos. Quer saber a relação entre tudo isso? Confira:

O que é inovação disruptiva?

Não se trata apenas de um novo jeito de denominar algo inovador, moderno ou, quiçá, revolucionário.

O conceito de inovação disruptiva pressupõe uma desestabilização (ruptura) dos padrões de consumo correntes, pois trata-se, geralmente, de uma versão mais simples ou mais barata de um produto ou serviço, capaz de atender a um público que ainda não tinha acesso a tal.

Exemplos:

- os microcomputadores vieram baratear e ampliar o acesso tecnológico antes restrito aos donos de mainframes;

- os smartphones têm ampliado e popularizado a interação digital, antes só possível a partir dos computadores;

- serviços de streaming de vídeo e de música, como o Netflix e o Spotify, têm tomado o lugar das locadoras de vídeo e lojas de CD, ampliando o acesso de todo o público;

- entre inúmeros outros.

Inovação sustentadora x inovação disruptiva.

Para esclarecer melhor a ideia, o inventor do termo, Clayton Christensen, diferencia a inovação disruptiva da inovação sustentadora.

Segundo o professor de Harvard, a maioria das inovações em produtos e serviços é sustentadora (conserva-se dentro dos padrões e modelos de consumo), podendo garantir qualidade maior ou funcionalidade adicional aos clientes atuais ou, ainda, representando avanços incrementais, podendo ser também um produto ou serviço revolucionário.

A inovação disruptiva, por outro lado, não costuma atender tão bem ao público atual, pelos padrões tradicionais. Pode carecer de certos recursos ou comodidades, pois, em geral, é mais simples, mais conveniente e mais barata, atraindo clientes novos ou com necessidades inferiores.

Segundo o empreendedor e investidor Marc Andreessen: “Uma inovação disruptiva dá a novos consumidores acesso a produtos historicamente apenas disponíveis para consumidores com muito dinheiro ou habilidades”.

Exemplos:

- uma amostra de uma inovação sustentadora pode ser a de um hospital que investe em equipamentos e treinamentos para o atendimento de ponta, voltado a um público relativamente pequeno de pacientes.

- neste mesmo ramo, um exemplo de inovação disruptiva é a MinuteClinic (sediada em Minneapolis/EUA), que abriu clínicas expressas em diversas farmácias e drogarias, oferecendo diagnósticos ambulatoriais rápidos e mais acessíveis, para um público bem mais amplo. Aliás, este especificamente é um caso de inovação disruptiva catalítica. Veja só:

O viés social da inovação disruptiva.

A inovação catalítica é um tipo de inovação disruptiva, só que voltada à geração de mudanças sociais. Assim, inovadores catalíticos também oferecem produtos e serviços mais simples e mais baratos que as alternativas existentes, mas de forma a criar uma mudança social sistêmica por meio do dimensionamento e da reprodução.

Já é possível encontrar exemplos de entidades dos setores de saúde, educação e desenvolvimento econômico, com e sem fins lucrativos, que têm adotado a estratégia da inovação catalítica para gerar mudanças sociais. Confira:

Exemplo:

- o ensino online (no Brasil também chamado de EAD - educação a distância) pode ser entendido como uma forma de inovação catalítica, na medida em que amplia o acesso e barateia os custos de relevantes fatores sociais: a formação e a educação.

Fundado em um modelo de negócio rentável e disruptivo - o ensino de baixo custo, aberto a todos - esse tipo de prática pode apresentar maior evasão de alunos e exigir forte automotivação (não é uma inovação sustentadora), mas segue sendo uma alternativa adequada para uma população subatendida.

O viés ambiental e colaborativo: a economia compartilhada.

A economia compartilhada (também chamada de economia colaborativa) é um novo modelo socioeconômico e cultural que pressupõe, exatamente, uma ruptura com os atuais padrões de consumo.

Neste tipo de modelo, consumidor e fornecedor se confundem, negociando e compartilhando seus próprios bens uns com os outros. O compartilhamento passa a ser uma nova forma de posse. Com isso, ampliação de acesso e barateamento de custos são consequências diretas.

Portanto, quem pratica a economia compartilhada inova de forma disruptiva. E também colabora com o meio ambiente. Afinal, focando no compartilhamento e reuso, a economia colaborativa aumenta a eficiência de recursos e desestimula a produção de lixo.

Exemplos:

- o Airbnb é uma plataforma digital que já conecta usuários de 190 países, para que negociem e aluguem seus próprios imóveis, sem intermediários (há desde quartos até casas completas, castelos e casas-barco). A alternativa de compartilhamento rompe com o tradicional mercado hoteleiro, oferecendo opções mais baratas e ampliando o acesso de usuários.

- aplicativos como EasyTaxi, 99Taxis e Uber, que conectam usuários para compartilhamento de automóveis e negociação de caronas, têm irritado taxistas e empresas de rádio-táxi, por sua acessibilidade e menores preços. Segundo o jornal El País, em NY/EUA, o Uber já ultrapassou os táxis amarelos.

Saiba mais sobre economia compartilhada.

Inovação disruptiva e cooperação.

Cooperar também é forma de praticar a inovação disruptiva. As cooperativas, por exemplo, são associações de pessoas com algum interesse em comum que se ajudam mutuamente para obter vantagens também comuns a todo o grupo; vantagens essas, geralmente, ligadas ao barateamento de processos, produtos e serviços e à ampliação de acesso dos cooperados.

Exemplo:

- uma cooperativa de crédito oferece os mesmos produtos e serviços de um banco comum, mas pode cobrar taxas bem inferiores, pois não visa lucro, e sim uma melhor administração do dinheiro de seus associados. Assim, a instituição barateia produtos e serviços financeiros e amplia o acesso a eles, rompendo com a lógica capitalista de lucro e funcionando como uma ótima mostra de inovação disruptiva.

Já conhece o maior sistema cooperativo de crédito do país, o Sicoob?

Gostou dessa dica? Cooperação começa por aqui, compartilhe esse conhecimento.


    Artigos que você também pode gostar