Fundamentais para a sustentabilidade social, os temas da diversidade, não discriminação, inclusão e igualdade de gênero estão cada vez mais em alta. Mas você sabe qual a diferença entre esses conceitos? Quer entender quais são as vantagens de adotá-los?
Neste artigo, nós respondemos a essas e a outras perguntas relacionadas, além de trazer bons exemplos sobre o assunto. Mas antes de tudo, é válido levar em conta o panorama brasileiro.
É bom saber, por exemplo, que, conforme a edição 2020 do estudo Diversity Matters (Diversidade Importa) da consultoria McKinsey, somente 21% dos profissionais brasileiros afirmam que sua empresa tem alta diversidade étnica.
De acordo, ainda, com a pesquisa A Diversidade e Inclusão nas Organizações do Brasil, publicada em 2019 pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 40% dos entrevistados relatou já ter presenciado discriminação de gênero em seu ambiente de trabalho, 35% discriminação por idade e 30% por cor ou etnia.
Além disso, segundo o IBGE, em 2019, 52,4% da população brasileira com idade para trabalhar era formada por mulheres. Porém, o público masculino representava, nesse mesmo período, 56,8% da população que efetivamente trabalhava.
Dados do IBGE também demonstram que, em 2019, entre os brasileiros com mais de 25 anos, 19,4% das mulheres e 15,1% dos homens possuíam Ensino Superior completo. No entanto, as mulheres ocupavam apenas 37,4% dos cargos de gestão e recebiam 77,7% do rendimento dos homens.
Por outro lado, é bom saber também que investir em diversidade, não discriminação, inclusão e igualdade de gênero pode trazer ganhos que vão do aumento do potencial de inovação ao aumento da competitividade e do retorno financeiro, entre muitos outros. Confira:
Diversidade, não discriminação, inclusão e igualdade são conceitos relacionados entre si, mas eles não têm o mesmo significado.
Para começar, diversidade é sinônimo de variedade e está relacionada à pluralidade dos indivíduos em termos de diferenças culturais, de identidade e de experiência. Podemos falar, portanto, em diversidade de idade, de gênero, de orientação sexual, de etnia, de condições físicas, etc.
A não discriminação, por sua vez, refere-se ao comportamento adotado em relação a essas diferenças humanas. Aqui está incluído não apenas o combate ao racismo, como também a outros tipos de preconceitos, como o machismo, a homofobia, etc.
A inclusão vai um passo além da não discriminação. Trata-se de um conjunto de atitudes de compreensão e acolhimento das diversidades, de forma que todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, sintam-se pertencentes ao ambiente comum.
Como disse a VP de estratégia de inclusão da Netflix, Vernã Myers, se a diversidade é ser convidado para a festa, a inclusão é ser chamado para dançar.
Já a igualdade é referente ao tratamento equitativo entre todas as pessoas, independentemente de suas diferenças. Trata-se de oferecer ou permitir a todos o acesso a condições igualitárias, às mesmas oportunidades.
Para entender melhor, digamos, por exemplo, que uma empresa comece a investir na ampliação da diversidade da sua equipe e, logo, perceba a necessidade de investir também em políticas internas de não discriminação para promover a inclusão de todos. Nesse caso, a igualdade (não apenas de gênero, mas também de idade, etnia, etc.) pode ser entendida, inclusive, como o resultado de todo esse processo.
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Entre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) que constam na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) está o de:
“Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas” (ODS 5).
O fato de que um princípio de igualdade social conste entre esses objetivos (voltados ao desenvolvimento global de maneira sustentável) já evidencia a importância desse tratamento igualitário e equitativo entre todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Por outro lado, é verdade que o ODS 5 está focado especificamente na igualdade de gênero, o que se deve, provavelmente, à extensão e gravidade dos desafios enfrentados a nível mundial nesse sentido.
De todo modo, é bom relembrar que a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, já em seu artigo 1º, diz que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.
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Na opinião da empresária Adriana Barbosa, CEO da PretaHub, fundadora da Feira Preta e colunista do UOL, “as pessoas com as quais você trabalha – a sua rede de trabalho – se elas forem plurais, elas estarão naturalmente e constantemente tirando você dos seus lugares de conforto e, com isso, colaborando para que seu negócio esteja sempre um passo à frente em inovação, inventividade e criatividade”.
O mencionado estudo da consultoria McKinsey demonstra ainda que empresas que adotam a diversidade são mais saudáveis, felizes e rentáveis. As organizações que aplicam a igualdade de gênero em suas equipes executivas, por exemplo, têm 14% mais chances de superar a performance de seus concorrentes.
Esse levantamento também mostra que, quando comparados a colaboradores de companhias que não adotam esses princípios, os funcionários de organizações diversas e inclusivas consideram ter mais espaço para propor novas maneiras de executar tarefas (152% mais).
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Recentemente, a Central SC/RS do Sicoob – um dos maiores sistemas cooperativos financeiros do Brasil – disponibilizou o seu Relatório de Sustentabilidade 2020.
Além de seguir as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) e de ser totalmente acessível online, o estudo merece destaque também – no âmbito deste artigo – pelos indicadores sociais apresentados pela instituição.
No mesmo documento, a instituição ainda afirma que “respeitar as diferenças do público com que nos relacionamos reforça a cultura que defendemos. Ela está pautada no reconhecimento e valorização das diferenças no ambiente de trabalho, na consideração com nossos associados, tanto em termos de segurança das suas informações quanto ao respeito de suas crenças e valores, e na inclusão das nossas comunidades nas mais diversas ações executadas pelas nossas cooperativas”.
Para aplicar tais palavras na prática o Sicoob SC/RS realiza projetos como a Semana da Ética e capacitações envolvendo temas relacionados a diversidade, não discriminação, inclusão e igualdade, além de manter diversos canais de comunicação para o tratamento de possíveis denúncias.
Outro exemplo de projeto recente nesse sentido é o Mulheres Seguras Sicoob, que tem o objetivo de encorajar as mulheres, cooperadas ou funcionárias, nas áreas profissional e social, além de conscientizar o público em geral sobre temas relacionados à igualdade de gênero.
Promovido pelo Sicoob Corretora SC/RS com apoio do Instituto Sicoob regional, o projeto Mulheres Seguras teve início no dia 27 de maio com a transmissão de uma live e terá continuidade durante todo o ano com outras ações como palestras, conversas, audiovisuais, etc.
O bom desempenho econômico e o crescimento contínuo da instituição (que também podem ser conferidos no Relatório) demonstram que incentivar a diversidade, não discriminação, inclusão e igualdade é uma estratégia com bons resultados para todos.
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