Aproveitando que estamos em ano de eleições, nós queremos trazer para você hoje um texto falando sobre a democracia. Aliás, você sabia que colocar a democracia em prática é uma das especialidades das cooperativas? De fato, a Gestão Democrática é um dos 7 princípios do cooperativismo. E as cooperativas demonstram que, na prática, isso funciona muito bem. Confira como:
Para operar junto a uma cooperativa e usufruir dos benefícios do cooperativismo, é preciso associar-se à instituição, adquirindo ao menos uma cota-parte. Em uma cooperativa financeira, por exemplo, ao abrir uma conta e integrar o valor de sua cota-parte, você passa a ser um associado da instituição. Ou seja, passa a ser um cooperado, um dos donos do negócio cooperativo.
Uma das maiores vantagens disso é que, a partir daí, você tem direito a participar das decisões da instituição. Como isso acontece? De forma democrática. Cada associado – independentemente da quantidade de cotas que possua – tem direito a um voto.
Mas não para por aí, já que, além de votar, os associados também têm direito a ser votados. E a opinar. Isso acontece durante as assembleias de membros realizadas, pelo menos, uma vez ao ano por cada cooperativa.
Aliás, a Assembleia Geral Ordinária (AGO) é o ponto alto da gestão democrática cooperativa. Durante esse encontro (que pode ser realizado física e/ou virtualmente) são examinadas as demonstrações financeiras do negócio, ocorre a deliberação sobre a destinação das sobras do exercício e também pode ocorrer a eleição de membros dos Conselhos Administrativo e Fiscal.
Também podem ser realizadas assembleias extraordinárias para discutir junto a todos os associados outros temas de interesse.
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Como acabamos de ver, nas cooperativas, a decisão final é de todos os cooperados. São eles que elegem a diretoria, escolhem os conselheiros, definem as políticas de distribuição dos resultados, etc.
Por outra parte, quem cuida do dia a dia das cooperativas, tomando decisões cotidianas do negócio (como a contratação de pessoas, a definição de metas comerciais, etc.) é o Conselho Administrativo ou a Diretoria.
Isso garante que, além de ser uma gestão democrática, a gestão das cooperativas seja também bem estruturada e organizada.
De todo modo, é bom lembrar que o Conselho de Administração e a Diretoria são órgãos subordinados à Assembleia Geral de cooperados e devem prestar contas a esse grupo.
A transparência é um dos valores fundamentais da democracia. Para salvaguardar essa transparência, garantindo a gestão democrática cooperativa, a Assembleia Geral também pode eleger um Conselho Fiscal, responsável por fiscalizar os atos do Conselho Administrativo e dos gestores executivos da cooperativa.
Além disso, é bom saber que todos os cooperados têm o direito de examinar livros e documentos, pedir esclarecimentos aos Conselhos de Administração e Fiscal e até convocar a Assembleia Geral, caso seja necessário.
Podemos dizer, inclusive, que manter-se bem informado sobre a sua cooperativa é o que permite aos associados exercer de forma plena e consciente sua participação nas operações da instituição.
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Outro fator que comprova que as cooperativas têm gestão democrática é a distribuição de sobras entre todos os cooperados, conforme sua participação na cooperativa.
De fato, a participação econômica de todos os cooperados na instituição, além de ser outro princípio cooperativista, é o que permite que a instituição mantenha suas operações.
E nada mais justo e democrático do que devolver a todos os associados o excedente dos resultados financeiros positivos.
Como vimos até aqui, a gestão democrática das cooperativas vai muito além da ideia de “um membro, um voto”. Ter direito ao voto igualitário é um fator fundamental para garantir a democracia.
Mas é igualmente importante que todos tenham direito a opinar, que todos estejam bem informados para exercer seus direitos de forma plena e que todos possam, em caso de resultados positivos, receber o retorno pela sua participação.
Além disso, é válido destacar que, nas cooperativas, o tratamento dado aos cooperados é muito mais próximo e humano, já que essas instituições são realmente centradas nas pessoas (razão de ser das cooperativas) e que o cooperado é, afinal, um dos donos da instituição.
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