Desde janeiro deste ano, está em vigor no país a tarifa branca relativa à conta de energia elétrica. Mas a norma – regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – ainda não está valendo para todo mundo. A adoção da tarifa branca pelos consumidores deverá acontecer gradativamente e não é obrigatória.
Com a tarifa branca, a ideia do governo é otimizar o uso das redes de energia, desestimulando o uso de aparelhos eletrônicos nos horários de pico (também chamados horários de ponta) e incentivando o uso fora desses horários, já que a nova modalidade tarifária consiste exatamente na cobrança de valores diferentes pelo uso da energia elétrica ao longo do dia.
Ou seja, o consumidor que adotar hábitos priorizando o uso da energia fora dos horários de pico tem grandes chances de economizar optando pela tarifa branca. E a adesão é gratuita.
Saiba mais sobre o assunto:
Como funciona a tarifa branca?
Atualmente, não faz diferença na sua conta de luz se você usa mais energia de manhã, à tarde ou à noite, se é durante a semana ou em finais de semana. Contudo, para quem opta pela tarifa branca, esse cálculo muda.
Nesse caso, a medição do uso de energia é contabilizada de forma variável. Nos dias úteis, há três faixas de preços: para horários de pico, para horários intermediários e para horários fora de pico. Nos feriados e nos fins de semana, o preço corresponde ao dos horários fora de pico.
Mas a definição de horários de pico, intermediários e fora de pico varia conforme a região do país, de acordo com cada concessionária distribuidora de energia.
ATENÇÃO: De acordo com a Proteste, as principais distribuidoras de energia do Sul do país (COPEL-PR, CELESC-SC e CEEE-RS) consideram o horário de pico (ou horário de ponta) como sendo das 18h às 21h. Para a COPEL-PR e para a CEEE-RS, no horário de verão, esta faixa muda para o intervalo das 19h às 22h.
Como funciona: tarifa variável
- Horário de pico: energia mais cara
- Horário intermediário: preço intermediário
- Horário fora de pico, feriados e fins de semana: energia mais barata
Horário de pico
- Paraná (COPEL): das 18h às 21h (ao longo do ano) - das 19h às 22h (horário de verão)
- Santa Catarina (CELESC): das 18h às 21h (ao longo do ano) - das 18h às 21h (horário de verão)
- Rio Grande do Sul (CEEE): das 18h às 21h (ao longo do ano) - das 19h às 22h (horário de verão)
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Quem pode e quem não pode aderir à tarifa branca
Consumidores que já pagam uma tarifa reduzida – como é o caso da tarifa social – não podem aderir à tarifa branca. Além disso, indústrias e outros grandes consumidores, que fazem parte de redes de média e alta tensão, já pagam uma tarifa variável desde a década de 80.
Nos demais casos, a adesão será gradativa (e opcional), iniciando por quem consome mais de 500 kWh por mês, como é o caso de alguns pequenos comércios ou grandes residências.
Em 2019, a tarifa passa a valer como opção para quem consome entre 250 e 500 kWh por mês. E apenas em 2020 essa opção estará disponível para todas as famílias brasileiras.
Quem pode
- 2018: 500 kWh ou mais
- 2019: 250 a 500 kWh
- 2010: todos
Quem não pode
- Tarifa social
- Grandes consumidores, como indústrias
Vale a pena aderir à tarifa branca?
A adesão à tarifa branca pode representar economia na conta de luz para os consumidores que utilizem aparelhos fora do horário de ponta. Por outro lado, pode causar aumento na conta de quem utiliza a energia nesse intervalo de maior custo.
Ou seja, é preciso analisar bem o seu perfil de consumo e os seus hábitos de utilização de energia antes de tomar uma decisão. É claro que alguns aparelhos, como geladeira ou sistemas de segurança eletrônica, podem ficar ligados o dia inteiro. Mas é preciso estar atento à utilização de aparelhos de alto consumo, como chuveiros, ar-condicionado, ferro de passar, etc.
Além disso, vale a pena consultar as tabelas tarifárias disponibilizadas pela distribuidora de energia da sua região, comparando os valores da tarifa convencional e da tarifa branca em horários fora de ponta. Quanto maior a diferença, maior pode ser a vantagem de optar pela tarifa branca.
Para começar, analise: em que horário você costuma usar estes aparelhos?
Horário de pico (ou) Horário fora de pico:
- Chuveiro
- Ar-condicionado
- Forno elétrico
- Micro-ondas
- Ferro de passar roupa
- Secador de cabelo
Para quem trabalha ou estuda à noite, por exemplo, e usa a maior parte desses aparelhos fora do horário de pico, a tarifa branca pode valer a pena. Porém, para quem trabalha em horário comercial, por exemplo, e faz maior uso da energia em horários de ponta, a tarifa branca pode não compensar.
Após aderir, é possível voltar atrás?
Caso você opte pela tarifa branca e perceba que ela não compensa para você ou uma alteração na rotina faça seus hábitos de consumo mudarem e a tarifa branca passe a ser desvantajosa, você pode, sim, voltar atrás em sua decisão e passar a ser cobrado novamente pela tarifa convencional. Para isso, é preciso entrar em contato com a sua concessionária de energia e esperar cerca de 30 dias.
Agora, se você já foi usuário da tarifa branca, voltou para a tarifa convencional e quer optar novamente pela tarifa branca, terá que esperar mais 180 dias.
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Como aderir à tarifa branca da conta de luz?
Como a adesão à tarifa branca é opcional, o consumidor que escolher essa alternativa deve entrar em contato com a distribuidora de energia da sua região para fazer a solicitação.
A partir da data de contato, a concessionária tem até 30 dias para instalar na unidade consumidora solicitante o aparelho que mede o consumo nos diferentes horários.
Lembrando que, por enquanto, só consumidores acima dos 500 kWh/mês podem solicitar a adesão. No próximo ano, consumidores intermediários também terão essa possibilidade. E a partir de 2020, todas as famílias poderão considerar essa alternativa de economia.
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