O setor de franquias é um dos que mais cresce no país. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o avanço do setor costuma ser, inclusive, superior ao do PIB nacional.
De 2015 para 2016, por exemplo, a despeito da crise financeira, o ramo de franquias registrou 8,3% de aumento em seu faturamento, chegando a R$ 151,247 bilhões. O número de redes diminui de 3.073 para 3.039 em todo o país. Mas o número de unidades de franquias cresceu. Já são mais 142.593 em todo o território nacional.
Esses dados da ABF são sinais positivos para quem pensa em empreender adquirindo e administrando uma franquia. Mas é bom entender mais sobre esse tipo de negócio para saber se realmente vale a pena, para você, investir em ser um franqueado. Então, acompanhe:
O sistema de franquias é um jeito de operar o negócio, no qual o franqueador disponibiliza sua marca e estrutura para que outros empresários (franqueados) possam desenvolver a mesma atividade em outras localidades.
Trata-se, portanto, do acordo entre duas partes: o franqueador e o franqueado, em que o primeiro cede ao segundo alguns direitos, como o uso da marca, o sistema de operação e de gestão, além da comercialização.
Em troca, o franqueado paga ao franqueador um valor específico pela aquisição e uma mensalidade que varia conforme os níveis de faturamento que é possível obter com a unidade.
Para regulamentar esse acordo entre as partes, a Lei 8.955 determina que o franqueador disponibilize previamente ao franqueado uma Circular de Oferta de Franquia (COF) – documento que deve apresentar todas as condições do negócio, incluindo aspectos legais, obrigações, deveres e responsabilidades das partes de forma criteriosa, clara e completa.
Em geral, redes que operam por franquias são marcas já estabelecidas, planejadas, com modo de operação e público-alvo já definidos. Por isso, costumam ser considerados negócios menos arriscados.
Como a marca principal já é reconhecida, a franquia pode ser, também, uma opção mais lucrativa de negócio. Inclusive, o retorno do investimento financeiro em uma franquia costuma ser mais rápido do que em um negócio próprio. A média é em torno de 24 meses.
Outra vantagem das franquias costuma ser o bom contato com fornecedores. Como se trata, geralmente, de um volume maior de suprimentos, é possível conseguir melhores negociações.
Por outro lado, quem decide investir em uma franquia não se torna automaticamente seu próprio chefe (como é o sonho de muitos ao empreender). Afinal, é preciso prestar contas frequentemente ao franqueador; é necessário seguir as orientações da marca para manter o padrão de qualidade; e não se pode alterar nenhum produto ou serviço oferecido, havendo risco de ter que pagar multas ao franqueador.
Então, é bom estar ciente de que, ao abrir uma franquia, o empresário não fica totalmente independente. Mas, com dedicação e bom conhecimento do mercado, o negócio pode ter um ótimo retorno. Veja só:
Se você está interessado em abrir uma franquia, o primeiro passo é solicitar a Circular de Oferta de Franquia (COF) e o Plano de Negócios ao franqueador. Nesses documentos devem estar especificadas todas as características da marca e todas as regras da franquia.
Analise a COF atentamente, reparando em todas as taxas cobradas (taxa de adesão, de publicidade, de fornecimento de suprimentos, royalties, etc.), em todas as responsabilidades de cada parte e na estrutura de suporte oferecida pelo franqueador.
Busque também na Internet (inclusive nas redes sociais) para saber mais sobre a marca (experiência do franqueador, reclamações dos consumidores, etc.). E converse com outros franqueados mais antigos para tirar dúvidas e saber sobre o suporte dado pela marca.
Além disso, informe-se sobre o segmento de mercado em que a franquia atua. Para isso, você pode, por exemplo, entrar em contato com a Fecomércio e o Sebrae da sua região. Pesquise o público e o mercado. Compare taxas entre franquias. Faça um balanço entre pontos fortes e fracos do negócio. Enfim, lembre-se que o franqueador tem o know-how da marca, mas você precisa ter o conhecimento regional do mercado em que irá atuar. Aliás, confira só:
Normalmente, as franquias cobram uma taxa única de aquisição, em que estão inclusos os gastos com estruturação do espaço físico da unidade, compra de equipamentos para trabalhar, treinamento de funcionários e gestores, abastecimento do primeiro estoque, entre outros.
Além disso, durante o contrato de compra da franquia (período de, em média, dez anos), o franqueado deve pagar uma mensalidade na qual costumam estar inclusos: royalties (de 1% a 30%), taxa de publicidade (em média, de 10%) e taxa de fornecimento de suprimentos, que varia conforme o produto comercializado.
Em alguns casos, o franqueador também pode cobrar para que um especialista visite previamente o local onde se pretende montar a nova franquia para fazer um estudo da viabilidade e do potencial da localidade.
E é preciso lembrar que há ainda outros gastos envolvidos no processo de abertura e manutenção da franquia que são de responsabilidade do franqueado, tais como: aluguel do imóvel, água, luz, Internet, telefone, limpeza, impostos fixos, pagamento de funcionários e sócios, etc.
Ou seja, quem deseja abrir uma franquia não pode se ater apenas ao valor de aquisição. É preciso calcular todos os outros custos envolvidos no negócio, incluindo uma boa margem de capital de giro para trabalhar enquanto o negócio não obtém retorno.
Para quem quer abrir uma franquia com menores aportes, existe a opção das microfranquias. Tratam-se modelos mais enxutos de marcas conhecidas ou franqueadoras com história mais recente. Em alguns casos, o valor de aquisição é menor que R$ 10 mil. No site da Associação Brasileira de Franchising é possível encontrar alternativas assim.
De qualquer forma, analise bem a marca franqueada, com atenção a todas as dicas anteriores. Pesquise, estude, compare e não deixe de fazer um planejamento próprio de negócio, envolvendo todos os custos e ações necessárias. Se preciso, conte com a ajuda de uma consultoria especializada e garanta mais segurança no investimento de suas economias.
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