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A Selic é a taxa básica de juros brasileira. De acordo com o economista Thiago Rodarte, “essa taxa tem grande influência sobre as demais taxas de juros da economia (como juros de empréstimos, cartões de crédito, cheque especial, etc.), a taxa de câmbio, a de inflação, além de outras variáveis econômicas”. É exatamente por isso que o recente aumento da Selic pode fazer toda a diferença no seu bolso e no seu dia a dia.
Desde agosto do ano passado, esse índice havia atingido a sua mínima histórica (2% ao ano). Para os brasileiros, isso significou, entre outros fatores, uma redução no preço do crédito para variados fins: para comprar imóveis, para capital de giro, etc.
Este ano, porém, desde março, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem optado pelo aumento da Selic. Em junho, a taxa foi reajustada para 4,25%, em agosto chegou a 5,25% ao ano e a expectativa é que, até o final de 2021, ela siga essa tendência, podendo chegar a 7%, na opinião dos especialistas financeiros.
Para entender quais devem ser os efeitos diretos e indiretos dessa subida da taxa Selic no seu orçamento e no dia a dia de todos os brasileiros, acompanhe:
Controle da inflação
Você já deve ter percebido que alguns itens aumentaram de preço, como o óleo de soja, a carne, o botijão de gás, a energia elétrica, a gasolina, etc.
Na economia brasileira, o que mede essa variação é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em maio, esse índice disparou e o acumulado dos últimos 12 meses acabou ficando bem acima do teto da meta do governo para o ano.
Foi justamente por essa pressão inflacionária que o Copom decidiu, em junho e em agosto, por novos aumentos da Selic, já que a variação dessa taxa costuma ser utilizada como um recurso para o controle da inflação no país.
Assim, para a maioria dos consumidores, o aumento dessa taxa pode ajudar a conter o avanço nos preços.
A questão é que, enquanto a subida dos preços leva a uma subida da Selic, o aumento dessa taxa leva, por sua vez, a um aumento dos juros praticados pelo mercado financeiro.
Confira a seguir, então, outros efeitos desse processo para o seu bolso:
Para quem tem dívidas
Para quem tem dívidas (empréstimo, financiamento, cheque especial, etc.), o aumento da Selic e, consequentemente, dos juros realmente não é uma boa notícia.
Neste caso, a melhor solução depende, é claro, da sua situação específica. Mas a gente deixa aqui as principais recomendações dos especialistas:
- Organize suas dívidas para saber exatamente o quê, quando e quanto você precisa pagar;
- Organize seu orçamento para saber em que pontos você pode economizar;
- Tente renegociar dívidas adequando taxas e prazos conforme sua situação financeira;
- Conheça alternativas como a Portabilidade de Crédito e o Refinanciamento;
- Conheça modelos socioeconômicos alternativos como o cooperativismo e descubra as vantagens oferecidas pelas cooperativas financeiras, como taxas e juros menores, entre outras;
- Considere trocar dívidas com altos juros por opções mais em conta, como o Crédito Consignado.
Para quem investe
Se no ano passado os investidores da renda fixa tiveram reduções nos ganhos devido ao baixo índice em que se encontrava a Selic, neste ano, as previsões já começam a ser um pouco mais animadoras.
Para quem investe seu dinheiro em aplicações atreladas à Selic, o aumento da taxa deve impactar diretamente no aumento da rentabilidade.
Ainda assim, a poupança continua tendo um rendimento relativamente baixo (o que não diminui sua importância para o armazenamento da reserva de emergência, por exemplo).
Em compensação, outros investimentos de renda fixa (como o RDC - , as Letras de Crédito, etc.), especialmente os pós-fixados, podem ter melhor retorno a partir de agora.
Para importadores e exportadores
Durante o ano passado, com a moeda brasileira desvalorizada e os juros baixos, as exportações ganharam grande estímulo.
Atualmente, como algumas nações já começaram o processo de recuperação econômica pós-pandemia, a demanda desses países por ofertas no Brasil continua em alta.
Por outro lado, é válido observar que o aumento da Selic tende a atrair mais investimentos estrangeiros para o Brasil, resultando na valorização da moeda brasileira e, com isso, no estímulo às importações em detrimento das exportações.
Só que, até o momento, a taxa de juros ainda não aumentou o suficiente para atrair esses investimentos e dar início a esse processo.
Tendo em vista que a pandemia ainda não acabou, mas a vacinação tem avançado gradualmente, o ideal é seguir acompanhando de perto os movimentos do mercado nacional e internacional para planejar melhor seus negócios e cuidar bem do seu bolso.
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