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Em muitos casos, quando se fala em educação financeira, o foco é a pessoa física e a administração do orçamento pessoal e/ou familiar. Só que esse processo de desenvolvimento de habilidades para gerenciar melhor seus recursos financeiros também pode ser bastante útil para empreendedores. Por isso, o foco deste artigo é tratar sobre a educação financeira para empresas.
Assim como no caso da educação financeira pessoal, não se trata exatamente de aprofundar-se em cálculos matemáticos ou em conhecimentos contábeis específicos, mas sim de seguir alguns princípios básicos de organização e de ter informações suficientes para tomar decisões e atuar em prol do bem-estar financeiro da sua empresa.
Sabemos que muitos empresários (principalmente autônomos, microempreendedores e donos de pequenos negócios) precisam lidar diretamente com a área financeira da empresa. E mesmo para quem pode contar com profissionais especialistas atuando nesse setor, ter noções de educação financeira empresarial pode ser bastante útil para tomar decisões de gestão mais eficazes.
Confira, então, as 7 principais dicas de educação financeira para empresas:
1 Conheça as finanças da sua empresa
- Você sabe exatamente o quanto sua empresa fatura por mês? Por dia? Por hora?
- Você mantém um controle de fluxo de caixa?
- Você sabe quais são os gastos prioritários e urgentes que precisa fazer?
- Você tem uma reserva para isso?
- Você sabe em que pontos sua empresa poderia economizar?
A primeira dica fundamental de educação financeira para empresas é conhecer as finanças da sua empresa, se possível, em detalhe. Conhecer é a chave para cuidar melhor.
E para conhecer realmente o orçamento do seu negócio, o primeiro passo é separar as contas da empresa das suas contas pessoais.
É muito comum, sobretudo em negócios menores, misturar as finanças PF e PJ. Só que essa decisão tende a prejudicar o seu controle financeiro.
Além disso, “apesar de as contas específicas para pessoas jurídicas (PJ) apresentarem valores um pouco mais altos do que as de pessoas físicas (PF), elas compensam em relação aos serviços mais amplos, às concessões de crédito mais vantajosas, às taxas mais baixas e ao acesso a produtos financeiros específicos para a pessoa jurídica, que não são disponibilizados para pessoa física”, comenta o analista do Sebrae, Marcelo Barroso.
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2 Acompanhe tudo de perto
Diz o ditado que “o boi só engorda com o olho do dono”. Ao relembrar esse refrão, não queremos dizer que você não deva delegar responsabilidades. Pelo contrário, se for viável contar com profissionais especializados atuando em cada setor, isso pode contribuir (e muito) para o sucesso da sua empresa. Só que, no caso dos micro e pequenos negócios, nem sempre isso é possível. E mesmo que sua empresa conte com uma equipe financeira, é importante manter-se bem informado sobre as movimentações, sobre variações no faturamento, sobre o correto pagamento de impostos, etc., de forma a tomar as medidas preventivas ou corretivas necessárias para manter o negócio no rumo certo.
3 Informe-se sobre impostos e custos trabalhistas
Mesmo que esta não seja sua área de especialização e que sua empresa conte com a ajuda de um contador, entender sobre o impacto que impostos e custos trabalhistas podem ter no seu negócio pode ajudar a evitar algumas surpresas desagradáveis.
Para começar, você pode conferir como funciona O Imposto de Renda e outros impostos, incluindo tributos federais, estaduais e municipais.
Quanto aos custos trabalhistas, eles podem variar conforme o regime fiscal em que sua empresa está enquadrada e de acordo também com o tipo de contratações que você faz. É válido informar-se de acordo com a situação específica da sua empresa, já que, além dos salários, o 13º, as férias, as contribuições para FGTS, INSS, etc. podem ter um grande peso no orçamento corporativo.
4 Saiba os objetivos, metas e prioridades do seu negócio
Quando o assunto é educação financeira para empresas, ter um bom planejamento para curto, médio e longo prazo é uma dica fundamental. Pensar no que é possível fazer somente depois do fechamento do mês não é o mais adequado. Em vez disso, o ideal é monitorar as movimentações financeiras para poder planejar bem cada passo, tendo em vista as metas, os objetivos e as prioridades da sua empresa.
Para tanto, é essencial ter bem definidos esses fatores, sabendo que: um objetivo é um alvo que se deseja atingir e as metas são os passos necessários para aproximar-se desse objetivo. Além disso, é necessário saber priorizar metas e objetivos, ordenando tudo que precisa ser feito.
Um exemplo: digamos que seu objetivo é aumentar o seu faturamento mensal. Como você planejaria fazer isso? Você poderia tentar fazer uma promoção, vender outros tipos de produtos ou, quem sabe, atrair novos clientes. Você precisaria contratar novos vendedores? Ou preferiria investir na venda online? Outra questão a analisar é em quanto tempo e por qual período você deseja aumentar esse faturamento: seria algo pontual ou duradouro? Seria um objetivo para alcançar rápido com um alto investimento ou algo a atingir gradualmente?
Perceba ainda que cada um desses pontos está relacionado a outras questões. Se você decide, por exemplo, começar a vender online para tentar atingir novos clientes, deverá buscar informações sobre marketing online, precisará decidir se vai criar seu próprio e-commerce e/ou colocar seu produto em um marketplace, entre outras definições.
Rever com certa frequência as metas, objetivos e prioridades da sua empresa também é fundamental para manter seu planejamento atualizado, fazer eventuais correções de rota e manter sua empresa prosperando.
5 Revise os processos
Outra boa dica de educação financeira para empresas e empresários em geral é a de revisar com certa frequência os processos da empresa e as movimentações financeiras.
Ficar atento a variações no faturamento e tentar averiguar o que motiva maiores ou menores ganhos pode ser uma boa forma de traçar estratégias mais assertivas.
Da mesma forma, rever os processos, os contratos e até, quem sabe, a precificação dos produtos e serviços, também pode ser muito útil.
Reflita, por exemplo, sobre questões como essas:
- Sua empresa tem algum equipamento que está sendo subutilizado?
- O fluxo de trabalho adotado é eficiente?
- Os fornecedores atuais atendem às necessidades da empresa?
- Investir em um curso ou workshop para os colaboradores poderia trazer ganhos de produtividade?
À primeira vista, pode até parecer que não, mas todas essas questões têm influência nas finanças da sua empresa e, por isso, tem tudo a ver com a educação financeira empresarial.
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6 Descubra alternativas mais vantajosas
Nesse contexto de revisão dos processos do seu negócio, outra dica muito interessante de educação financeira para empresas é buscar por alternativas distintas, adequadas ao seu negócio e mais vantajosas.
Um bom exemplo disso são as parcerias. Buscar por parceiros que possam desenvolver funções e/ou serviços complementares enquanto sua empresa foca no negócio em que é especialista pode ser uma ótima solução. Participar em um projeto de inovação aberta é outra ideia com diversos benefícios.
Na hora de adquirir algum novo equipamento ou maquinário, outra alternativa vantajosa a considerar são os consórcios. É claro que isso vai depender do prazo em que sua empresa tenha necessidade do bem a ser adquirido. Mas é bom lembrar que o consórcio é um modelo de aquisição sem juros e, com um bom planejamento, é possível aproveitar essa vantagem para gastar menos.
Já no caso das finanças especificamente, uma alternativa com diversas vantagens é o cooperativismo financeiro. Optar por abrir uma conta em uma cooperativa financeira pode ajudar a economizar e ganhar mais, já que, diferente dos bancos tradicionais, as cooperativas não visam ao lucro, oferecem taxas menores e participação nas sobras, entre outros benefícios.
7 Crie uma reserva de emergência empresarial
A reserva de emergência é um montante financeiro para ser utilizado em casos imprevistos e urgentes, protegendo o orçamento de prejuízos.
Quando falamos em finanças pessoais ou familiares, essa reserva pode ser útil, por exemplo, em caso de desemprego, enfermidades, acidentes, etc.
Só que também pode ser muito útil criar e manter uma reserva de emergência empresarial para prevenir o orçamento corporativo de custos trabalhistas inesperados, danos estruturais imprevistos, fatores externos que afetem os negócios, entre outras urgências financeiras que podem surgir.
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