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Para manter o seu negócio produtivo e competitivo, o produtor rural precisa, frequentemente, tomar decisões sobre a aquisição de insumos e defensivos, a compra ou aluguel de maquinário, a construção de infraestrutura, a contratação de funcionários, etc. A questão é que todas essas decisões (e muitas outras) estão relacionadas ao orçamento do negócio rural e é por isso que fazer uma boa gestão financeira do agronegócio é fundamental.
Em outras palavras, podemos dizer que administrar melhor as contas da sua propriedade rural ajuda a tomar decisões mais assertivas, cortando gastos, reforçando áreas e otimizando processos, de forma a alcançar melhores resultados.
Imagine, por exemplo, que um produtor deseja aumentar seus rendimentos mensais. Qual a melhor forma de obter esse resultado? Investindo no aumento da área da lavoura? Reduzindo gastos? Que tipo de custos poderiam ser cortados para sobrar dinheiro para investir na produção?
A resposta a essas perguntas depende, é claro, de cada caso. A boa notícia é que é justamente a gestão financeira do agronegócio que permite descobrir a melhor estratégia em cada situação.
Infelizmente, muitos produtores rurais – seja por falta de hábito, de tempo ou de conhecimento – acabam deixando de lado o controle financeiro, o que costuma resultar em problemas como: cortes inefetivos, geração de dívidas, redução das receitas, etc.
Só que, para isso também há solução. Afinal, nunca é tarde para aprender, e a tecnologia pode ajudar – e muito – a fazer a gestão financeira do seu agronegócio de forma mais prática.
Para começar, acompanhe estas 5 dicas fundamentais para melhorar o controle financeiro da sua propriedade rural. E não deixe de conferir a dica extra especial ao final deste artigo.
1 – Conhecer para cuidar
Para cuidar bem da sua lavoura ou criação, você precisa conhecer bem o solo, as plantas e os animais. O mesmo acontece com as contas do seu negócio rural: para controlá-las melhor, é necessário, antes de tudo, conhecê-las bem.
- Quais são os custos fixos que você tem a cada mês?
- Quais gastos variáveis você costuma ter?
- Quanto é o mínimo que você precisa investir para ter retorno positivo?
- Quanto você recebe em média pelo que produz?
- Qual foi o mês em que você mais gastou? Por quê?
- Qual foi o mês em que menos gastou? Por quê?
- Qual foi o mês em que você mais recebeu? Por quê?
- Qual foi o mês em que menos recebeu? Por quê?
Atualmente, o seu saldo é positivo (ganha mais do que gasta) ou negativo (gasta mais do que ganha)?
Analisando suas contas com atenção mês a mês é possível descobrir as respostas a perguntas como essas. E este é o primeiro passo para fazer uma melhor gestão financeira do agronegócio.
2 – Controle do fluxo de caixa
O fluxo de caixa nada mais é do que a relação de entradas (ganhos ou receitas) e saídas (gastos ou despesas) em determinado período.
Controlar o fluxo de caixa significa, portanto, ficar de olho em tudo aquilo que você gasta e recebe a cada semana, quinzena ou mês, por exemplo.
É exatamente essa atenção frequente ao que está entrando e saindo do caixa do seu negócio rural o que permite agir com mais segurança, seja para conter gastos, para manter o equilíbrio entre despesas e receitas ou para investir.
3 – Controle dos custos de produção
Sementes, fertilizantes, herbicidas e custo de operação de adubação e plantio são alguns dos gastos variáveis de uma propriedade agrícola. Enquanto isso, os impostos, o aluguel de máquinas e o salário de funcionários contratados podem ser considerados custos fixos.
A questão é exatamente conhecer cada um desses custos: saber o total de despesas fixas e ter noção de como e quando se alteram os gastos variáveis, para poder tomar decisões de forma estratégica.
Ou seja, não basta apenas ficar atento ao que está entrando e saindo do caixa. É necessário conhecer em detalhe e controlar bem cada uma dessas saídas, verificando o quê é possível cortar e em quê é melhor investir para conseguir ter um melhor custo-benefício.
4 – Use a tecnologia a seu favor
Fazer toda a gestão financeira do agronegócio de cabeça não costuma ser uma boa ideia, já que são muitos os dados que precisam ser analisados.
O ideal mesmo é registrar tudo, pode ser em um caderno, em uma planilha financeira ou com a ajuda de um aplicativo que você pode baixar no seu celular ou tablet.
Atualmente, existem diversos aplicativos de controle financeiro da propriedade rural – como eAgro, Gestão Agro, Aegro, Agrare, etc. – que, além de armazenar dados sobre gastos e ganhos, também geram gráficos e comparativos que permitem analisar melhor o orçamento do seu agronegócio e, assim, tomar decisões mais acertadas.
5 – Planejamento é fundamental
Tão importante quanto conhecer e controlar as contas do seu negócio rural é planejar os próximos passos.
Estando atento ao seu orçamento mensal, você pode, por exemplo: reservar com antecedência o dinheiro necessário para a manutenção de máquinas, programar pagamentos de prestações para coincidir com o recebimento de vendas a prazo, preparar-se para meses de menores ganhos ou maiores gastos, projetar investimentos mais seguros, etc.
Uma dica importante, nesse sentido, é imaginar diferentes cenários – com projeções mais otimistas, mais realistas e mais pessimistas – para elaborar estratégias conforme cada caso.
Ao planejar-se financeiramente, pense, portanto, não apenas em fatores econômicos (como a gestão do estoque, os custos de importação e exportação), mas também em fatores climáticos, em possíveis variações do mercado, etc.
EXTRA: Conheça as cooperativas financeiras
Você sabia que, além das próprias cooperativas do agro, as cooperativas financeiras também são grandes parceiras do agronegócio?
Um bom exemplo disso é o Sicoob – um dos maiores sistemas cooperativistas financeiros do Brasil – e também um dos maiores financiadores do agro em todo o país.
Só que, além de oferecer crédito rural com taxas muito mais acessíveis, as cooperativas financeiras também oferecem outros produtos e serviços exclusivos para os produtores rurais com mais vantagens – como o Seguro Rural e os feirões de negócios –, assim como oportunidades de educação financeira, como as Clínicas Financeiras disponibilizadas pelo Instituto Sicoob.