Recentemente, o Sicoob Central SC/RS – instituição integrante do maior sistema de cooperativas financeiras do Brasil, o Sicoob – tornou-se signatário do Movimento Nacional ODS, relacionado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. Mas não é de hoje que o cooperativismo apoia e incentiva o desenvolvimento sustentável.
Ao observar os 7 princípios do cooperativismo já dá para perceber que as instituições cooperativas são orientadas a ter uma atuação mais justa e humana, condizente com a noção de sustentabilidade integral, por demonstrar-se socialmente justa, economicamente viável, culturalmente diversa e ecologicamente correta.
Poderíamos dizer até que o incentivo ao desenvolvimento sustentável está na própria essência do cooperativismo. Mas vai além disso. Quer entender melhor essa relação? Confira:
Além de orientar-se pelos princípios do cooperativismo, cada cooperativa baseia sua atuação em seu próprio Estatuto Social e em políticas debatidas e aprovadas por todos os cooperados.
Em muitos casos é definida, inclusive, uma Política de Sustentabilidade para guiar as ações da cooperativa nesse sentido.
A Política de Sustentabilidade do Sicoob SC/RS, por exemplo, estabelece os pontos essenciais para que a instituição mantenha relações sustentáveis com todos os seus públicos – associados, clientes, comunidade, força de trabalho, fornecedores, governo e sociedade – e também com o meio ambiente.
Só que, no modelo cooperativista, esses tipos de diretrizes não ficam só na teoria. Veja a seguir:
Para começar, podemos dizer que as instituições cooperativistas contribuem para uma melhor distribuição de renda. Isso porque, nas cooperativas, em vez de um pequeno grupo de donos e/ou acionistas, todos os cooperados são associados da instituição, podendo receber sobras proporcionais a sua participação. Assim, as cooperativas retêm os recursos financeiros na sua área de atuação (cidade, comunidade), favorecendo o desenvolvimento local e regional.
Estudos e levantamentos recentes do Banco Central, da FIPE e da USP, demonstram, inclusive, que as cooperativas colaboram para a inclusão financeira dos brasileiros e, nas comunidades onde estão presentes, influenciam no aumento da renda, do número de empregos e de negócios, bem como no avanço do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Além disso, por legislação específica do setor, as cooperativas destinam, anualmente, uma porcentagem de suas sobras para o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES). E muitas dessas instituições também mantêm seus próprios programas e fundações humanitários e/ou ambientais, a exemplo do Instituto Sicoob – entidade voltada à realização de projetos e ações nas áreas de cooperativismo e empreendedorismo, cidadania financeira e desenvolvimento sustentável.
É perceptível ainda que, em cada setor ou ramo de atuação, as cooperativas trazem contribuições específicas no sentido de incentivar o desenvolvimento sustentável.
As cooperativas agropecuárias, por exemplo, facilitam o acesso dos agricultores familiares, pequenos e médios produtores a tecnologias avançadas, entre outros benefícios. As cooperativas de eletrificação rural levam energia elétrica a milhares de casas em que as companhias tradicionais não chegam. As cooperativas financeiras fazem o mesmo por pequenos municípios onde não há bancos. E esses são apenas alguns exemplos.
Fato é que as cooperativas estão realmente dedicadas a beneficiar a todos os seus cooperados e também as comunidades onde estão inseridas. Não é por acaso que a própria ONU reconhece o papel do cooperativismo na promoção dos 17 ODS que compõem a Agenda 2030. Vamos falar mais sobre isso:
Em 2015, os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovaram por unanimidade o documento “Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, baseado em 5 eixos de atuação, os 5 Ps:
• Paz
• Pessoas
• Planeta
• Prosperidade
• Parcerias
É apoiada nesses pilares que a a Agenda 2030 da ONU estabelece os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável:
1 – Erradicação da pobreza
2 – Fome zero e agricultura sustentável
3 – Saúde e bem-estar
4 – Educação de qualidade
5 – Igualdade de gênero
6 – Água potável e saneamento
7 – Energia acessível e limpa
8 – Trabalho decente e crescimento econômico
9 – Indústria, inovação e infraestrutura
10 – Redução das desigualdades
11 – Cidades e comunidades sustentáveis
12 – Consumo e produção responsáveis
13 – Ação contra a mudança global do clima
14 – Vida na água
15 – Vida terrestre
16 – Paz, justiça e instituições eficazes
17 – Parcerias e meios de implementação
Em 2017, durante o Seminário internacional O Cooperativismo e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comentou: “As cooperativas desempenham um papel importante em muitas sociedades. Acreditamos que elas possam dar contribuições significativas para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em termos de geração de emprego, erradicação da pobreza, redução da fome e da desigualdade.”
Para promover os 17 ODS que integram a Agenda 2030, além do compromisso global assumido por diferentes países, existem também diversas iniciativas regionais (de estados ou cidades) que buscam facilitar a aplicação das metas do desenvolvimento sustentável no dia a dia das pessoas.
Um bom exemplo disso é o Movimento Nacional ODS, uma rede de caráter apartidário, ecumênico e plural, formada pela articulação de voluntários de diferentes setores da sociedade “com o propósito de facilitar a incorporação dos ODS na prática das pessoas e organizações brasileiras.”
Formada em 2004 como Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, em apoio aos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), essa rede acompanhou a evolução dos Objetivos Globais da ONU, atualizando sua razão social em 2015, junto ao lançamento da nova Agenda das Nações Unidas.
Atualmente, o Movimento Nacional ODS reúne 5 estados e 42 cidades, incluindo o Movimento Nacional ODS Santa Catarina, que tem entre os seus signatários o Sicoob Central SC/RS, apoiador oficial do ODS 8 – Trabalho digno e crescimento econômico.
Com isso, além de suas ações e projetos habituais em prol da sustentabilidade social, econômica, cultural e ecológica, a instituição fica responsável por participar de reuniões e executar ações que promovam o crescimento econômico sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos.
Durante a Semana ODS na Prática de outubro de 2019, por exemplo, o Sicoob SC/RS realizou palestras de educação financeira e atividades lúdicas com crianças para trabalhar a importância do consumo consciente. E podemos esperar mais ações como essas por aí. Afinal, cooperativismo e desenvolvimento sustentável andam de mãos dadas.
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