Aluguel, água, luz, gás, telefone, Internet, compras de supermercado, restaurantes, lazer e entretenimento, etc. O custo de vida é a soma de todos os preços pagos pelos diversos bens e serviços consumidos pelas pessoas.
É claro que, para calcular o custo de vida, e sua variação ao longo do tempo, é necessário estabelecer alguns parâmetros, como faixa de renda em que será feita a medida, o impacto de cada item e a abrangência geográfica.
No Brasil, um dos indicadores oficiais do custo de vida é o IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – produzido e divulgado continuamente pelo SNIPC – Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. E uma das formas de medir a inflação – aumento generalizado e contínuo de preços – é justamente a variação do IPCA.
Aliás, após quase dez anos de pouca variação – seguindo a média de 5,3% – o IPCA voltou a subir em 2015, atingindo os 10,67%. Ou seja, os preços aumentaram. E a inflação foi realmente sentida por todos de uma forma ou de outra. Mas neste ano as previsões já são de um índice um pouco menor. Segundo estimativas do IBRE – Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas – o IPCA 2016 deve ser 7,5%.
Confira outras conjecturas econômicas que devem influenciar no seu custo de vida nos próximos meses:
No primeiro semestre deste ano, o PIB encolheu 4,6% em relação ao primeiro semestre de 2015. No segundo trimestre, o PIB ainda caiu 0,6% em relação ao primeiro, acima do que a média do mercado previa.
A redução é preocupante, já que um dos principais indicadores da saúde financeira do país (que dá o tamanho do descontrole fiscal) é a relação entre a dívida bruta e o tamanho do PIB – que havia saltado de 51,69%, no fim de 2013, para 69,5%, em julho deste ano.
E a inflação continua em alta. O IPCA de agosto ainda mostra aumentos nos preços de todos os grupos de produtos e serviços, exceto comunicação. Educação e despesas pessoais foram os grupos de maior elevação no mês em todo o país (0,99% e 0,96% respectivamente), seguidos por saúde e cuidados pessoais (0,80%). Artigos de residência (0,36%), alimentação e bebidas (0,30%), habitação (0,30%) e transportes (0,27%) tiveram aumento um pouco menor. E vestuários subiram em 0,15%.
No total, a inflação até agosto (5,42%) já superou a meta do ano, que era de 4,5%. Mas se a estimativa do IBRE/FGV estiver correta e esse índice chegar só aos 7,5%, já teremos um IPCA menor que o de 2015. Ou seja, já parece haver uma luz no fim do túnel.
Apesar do cenário instável, alguns indicadores começam a dar alento às previsões de recuperação econômica mais rápida. A produção industrial, por exemplo, cresceu 0,3% no segundo trimestre sobre o primeiro. Os investimentos também parecem estar retornando. Após dez trimestres de queda, eles aumentaram 0,4% na última medição.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) também tem dado sinais de recuperação. De março a julho deste ano, o ICI registrou uma sequência de cinco altas consecutivas, acumulando 12,4 pontos. Em agosto, houve recuo de 1 ponto. Mas o superintendente de estatísticas públicas do IBRE/FGV, Aloisio Campelo, destaca que “a queda no ICI em agosto pode ser interpretada como uma acomodação após uma sequência de altas expressivas, sem alterar a tendência de alta do índice no ano”.
Infelizmente, nem todos os indicadores são positivos. Um dos casos é o setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB e encolheu 0,8% no segundo trimestre em relação ao primeiro. O consumo das famílias também teve queda de 0,7%. Aliás, já são seis trimestres consecutivos de retração.
E há ainda outros problemas a serem enfrentados, como a inflação elevada, que tende a manter os juros reais altos por mais tempo, o mercado de trabalho enfraquecido e a alta taxa de desemprego. Isso sem falar na grave crise fiscal.
Um estudo realizado pelos economistas Rubens Penha Cysne, professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV-Rio, e Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra que quanto mais o governo demorar para fazer o ajuste fiscal ou para reduzir as contas públicas, maior será a conta a ser paga por empresas e trabalhadores.
De acordo com o levantamento, se o governo terminar o ano sem implementar o ajuste, o esforço fiscal adicional para implantá-lo no primeiro trimestre de 2017 seria de R$ 21 bilhões (0,35% maior do que teria sido necessário em junho deste ano). Se o ajuste ficar para o fim do ano que vem, esse esforço adicional ainda dobra para 0,71% do PIB, ou R$ 42,72 bilhões.
Ou seja, quanto mais o governo demora para implantar os ajustes fiscais ou aplicar os devidos cortes, mais vai ter que cortar (ou terá que elevar ainda mais a carga tributária), para tentar estancar o aumento da dívida pública.
Enquanto as reformas nacionais não vêm, é bom ficar atento ao seu orçamento e conferir até se o seu planejamento financeiro não precisa também de uma reforma.
Cuide melhor das suas finanças. Conheça o Sicoob – o maior sistema cooperativo financeiro do Brasil.
Aqui, falamos com bastante frequência sobre o cooperativismo. Mas você já parou para pensar o…
Desde que foi anunciado pelo Banco Central, o Drex — também conhecido como “Real Digital”…
Você já parou para pensar como será o seu futuro financeiro? A cada dia que…
Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo. Investir em dólar…
No Dia das Crianças, não precisa necessariamente ter um presentão novinho em folha. Mas é…
O desemprego estrutural é uma realidade que afeta a sociedade como um todo. Mas você…