Você já deve saber que cooperativas são sociedades de pessoas que constituem uma empresa para atingirem objetivos comuns (simplificadamente falando). Por definição, uma cooperativa diferencia-se de outros tipos de associações de pessoas por seu caráter econômico. Na prática, a finalidade das cooperativas é colocar os produtos e serviços de seus cooperados no mercado, em condições mais vantajosas do que eles teriam isoladamente. Daí já se apreende um dos principais benefícios que o modelo propicia aos seus associados (independente do setor): ganho de competitividade.
No caso específico dos produtores rurais, pelo menos dois tipos de cooperativas têm se mostrado bastante vantajosas: as cooperativas agropecuárias e as de crédito.
Cooperativas agropecuárias
Reúnem produtores rurais, agropastoris e de pesca, que trabalham de forma solidária na compra de sementes e outros insumos, no armazenamento, na industrialização e/ou na venda da produção ao mercado.
Fortalecidos dentro um grupo maior, os produtores têm vantagens que não teriam isoladamente; têm condições, por exemplo, de negociar contratos melhores e preços mais justos para insumos como sementes, fertilizantes e equipamentos.
Além disso, a maioria das cooperativas agropecuárias mantém uma equipe de técnicos, veterinários e agrônomos, para dar suporte aos produtores, o que pode garantir resultados melhores nas produções. Lojas com materiais e produtos agropecuários, bem como serviços variados ligados ao ramo - como beneficiamento de café, pasteurização de leite, embalagem de produtos, etc. - também são comumente oferecidos por essas instituições, facilitando a vida dos pequenos produtores.
Cooperativas de crédito
Até 2003, as cooperativas de crédito brasileiras eram divididas em cooperativas de crédito rural e cooperativas de crédito mútuo (urbano); de acordo com seu grupo profissional, a pessoa só poderia se associar a uma ou a outra. Isso mudou a partir da Resolução no 3.106/03 do Banco Central, que criou as cooperativas mistas e as cooperativas de empreendedores, formadas por empresários dos vários ramos da atividade empresarial.
Atualmente, o produtor rural que se associa a uma cooperativa de crédito tem assistência financeira e acesso aos mesmos produtos e serviços de um banco comum - contas, cartões, aplicações, resgates, pagamentos, etc - mas com taxas menores e recebimento de sobras (cooperativas não tem fins lucrativos; os resultados são repartidos entre os associados). Ou seja, os cooperados têm chance de ganhos maiores.
Além disso, algumas cooperativas financeiras oferecem linhas de crédito específicas para o financiamento rural. Saiba mais aqui:
Benefícios da cooperação no meio rural
O modelo cooperativo traz mais segurança à relação entre trabalhadores e proprietários rurais, conferindo ao trabalhador, por exemplo, remuneração condizente com a realidade do mercado de trabalho, associada a benefícios, como pagamento de INSS, dias parados, décimo-terceiro salário, assistência médica e educacional.
Devido ao ganho de escala, as cooperativas beneficiam diretamente o pequeno produtor, aumentando seu poder de negociação e suas oportunidades no mercado.
E não para por aí. Associados de cooperativas ainda podem ter maior acesso à informação, tecnologia, inovação e serviços de extensão agrária, além de formação na gestão de recursos naturais.
Dessa forma, a cooperação no ambiente agropecuário estimula a produção, bem como sua diversificação e modernização.
Os números comprovam
De janeiro a junho deste ano, as cooperativas foram responsáveis por US$ 2,79 bilhões em exportações. O montante é 4,22% maior do que no mesmo período de 2014. Em 10 anos, o crescimento das exportações de produtos agropecuários advindos de cooperativas já atingiu 271,8%.
Tal crescimento, além de atestar a qualidade dos próprios produtos exportados - que passam por inúmeras restrições e sanções - atesta a qualidade do modelo cooperativo como um todo, que tem se mostrado próspero e positivo para os cooperados e para toda a sociedade.
ONU confirma a contribuição das cooperativas
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP), a ação das cooperativas no âmbito agropecuário é fundamental para garantia da segurança alimentar e redução da pobreza, na medida em que as cooperativas beneficiam diretamente o pequeno agricultor ao aumentar seu poder de negociação e sua capacidade de compartilhar recursos. Assim, o pequeno produtor pode garantir a própria subsistência e fomentar a segurança alimentar das comunidades, além de aumentar sua participação na economia e ajudar a cobrir a demanda crescente por alimentos nos mercados locais, nacionais e internacionais.
Conheça melhor o Sicoob, o maior sistema cooperativo de crédito do país.