Além de serem instituições que visam beneficiar a todos os seus cooperados de forma democrática, as cooperativas também se diferenciam por trazer retornos positivos para as comunidades onde atuam, seguindo o princípio cooperativista do Interesse pela Comunidade.
Em meio à atual crise gerada pela pandemia de coronavírus, essa atitude cooperativista fica ainda mais clara. Para se ter uma ideia, o Sicoob – maior sistema de cooperativas financeiras do país – foi reconhecido pela revista Forbes Brasil como uma das 100 empresas que mais fizeram doações para combater os efeitos da Covid-19.
“Do ponto de vista do cooperativismo, a pandemia reforçou nosso propósito de servir à população com a cooperação e a solidariedade”, opina o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada.
Mas a contribuição das cooperativas para com a população vai além das doações. Quer ver? Acompanhe algumas ações cooperativistas de apoio às comunidades em diversos setores:
Cuidar do mundo em que vivemos é uma das formas de zelar pela qualidade de vida das pessoas. Por isso, muitas cooperativas desenvolvem e/ou apoiam ações e projetos de preservação ambiental, envolvendo a comunidade e conscientizando a todos sobre a importância de cuidar do meio ambiente.
Um bom exemplo disso é dado pelo Sicoob São Miguel, que prevê, apenas neste ano, um investimento de R$ 140 mil em projetos ambientais de responsabilidade social, como:
No município de Palma Sola, a cooperativa ainda apoia o projeto Farmácia Viva, que busca resgatar o uso de plantas medicinais, valorizando a cultura popular e reduzindo o uso de medicamentos industrializados.
“Minha família sempre utilizou ervas medicinais. Lembro que antigamente não tínhamos tanto acesso a medicamentos industrializados, então, os chás eram os nossos aliados”, conta o prefeito de Palma Sola, Kiko Mantelli, e completa: “Fico feliz de estarmos resgatando essa tradição e, claro, promovendo saúde e qualidade de vida para toda a população. Agradeço também o Sicoob pela parceria em mais este projeto do município.”
O Sicoob Credisulca é outro caso exemplar. A cada mês, a cooperativa recicla quase 500 quilos de papel.
“Ao invés de ser jogado no lixo comum, todo papel utilizado e descartado em nossa sede e agências vai para um setor que processa a matéria-prima na máquina fragmentadora. Dessa forma, a cooperativa garante a mais alta segurança – visto que esses documentos normalmente possuem informações sigilosas – e, ao mesmo tempo, contribui com um mundo mais sustentável”, conta o diretor Administrativo Nelson Gabriel.
Após processado, o papel é doado para a Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis do Município de Turvo. A presidente da associação, Celeste Senger, comenta: “Hoje recebemos muitas doações, mas poucas têm o cuidado que o Sicoob Credisulca possui, e isso é ótimo pois facilita o nosso trabalho.”
O presidente da cooperativa, Romanim Dagostin, acrescenta: “Reciclar também é cooperar. É um gesto simples, mas muito significativo para o meio ambiente.”
Oferecer apoio financeiro aos seus cooperados e incentivar o desenvolvimento econômico das regiões em que atuam são outras formas que as cooperativas têm de contribuir com a comunidade.
Nesse sentido, vale mencionar que o maior Sistema de Cooperativas Financeiras do Brasil, desde o início da pandemia, reestruturou suas operações de crédito e passou a oferecer a prorrogação de prazos de pagamento, além de dar liberdade às suas cooperativas para criarem suas próprias linhas de crédito de acordo com a necessidade das comunidades locais.
A partir daí, o Sicoob Oestecredi, por exemplo, passou a oferecer taxas de crédito diferenciadas para os associados que efetuam compras no comércio local, necessitando de financiamentos junto à instituição. A iniciativa faz parte da campanha “Sicoob apoia o comércio local” e, como afirmou o presidente Lauro Inácio Slomki, “vai auxiliar as empresas a continuarem ativas, garantir empregos e manter a saúde econômica dos municípios de nossa área de atuação.”
Objetivo similar tem o Sicoob Crediauc ao apoiar o projeto de incentivo ao turismo regional liderado pela Águas do Oeste Catarinense Convention & Visitors Bureau em parceria com a Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (AMAUC).
Os parceiros apostam na adesivagem de carretas que fazem a rota Brasil/Mercosul para divulgar os atrativos da região e, assim que possível, atrair mais visitantes.
“O setor [turístico] passa por um período difícil devido às restrições de isolamento social provocados pela pandemia da Covid-19 e, se nada for feito para preservar essa atividade, a situação tende a piorar ainda mais”, opina o presidente Paulo Renato Camillo e completa: “Temos muitas coisas boas para oferecer a quem vem de fora e esse projeto vai ao encontro do nosso objetivo enquanto cooperativa que é o de desenvolvimento pleno das regiões em que atuamos.”
“Contribuir com a vida das pessoas está na nossa essência e agora, mais uma vez, a cooperação será fundamental para superar este desafio”, declarou Wolni José Walter, presidente do Sicoob Credija, quando a instituição – em intercooperação com a Cooperja – doou respiradores para os hospitais São Roque (de Jacinto Machado, SC) e Nossa Senhora de Fátima (em Praia Grande, SC), além de itens como máscaras, produtos de limpeza, álcool em gel, etc.
Mas esses exemplos não foram únicos. Em todo o território nacional, o Sicoob chegou a doar quase R$ 4 milhões em insumos hospitalares e R$ 2,5 milhões em equipamentos e itens de proteção individual.
O sistema líder em cooperativismo financeiro também teve destaque na doação de alimentos e de produtos de higiene e limpeza repassados a comunidades.
O Sicoob Trentocredi, por exemplo, realizou, em abril, a doação de uma cama ao hospital municipal de Canelinha e, apenas nesse mês, entregou cestas de alimentos a 116 famílias, por meio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da região.
O Sicoob Crediauc, por sua vez, arrecadou 3 toneladas de alimentos não perecíveis para doação, por meio da campanha “Sicoob Solidário” e também repassou recursos aos hospitais de Concórdia, Seara e Itá para auxiliar na compra de equipamentos e insumos.
Enquanto isso, o Sicoob Central SC/RS e o Instituto Sicoob regional organizaram uma campanha interna para arrecadação de mantimentos não perecíveis e, com a ajuda dos colaboradores, puderam doar quase uma tonelada de alimentos à Irmandade do Divino Espírito Santo (IDES), em Florianópolis.
De acordo com dados do Sicoob nacional, ações similares também foram realizadas em locais afastados dos grandes centros. No Centro-Oeste, as doações feitas pela instituição chegaram a R$ 1,5 milhão; no Norte, a R$ 523 mil; no Nordeste, foram R$ 221 mil. Juntas, as três regiões receberam mais de 30% do total de donativos feito pelo Sistema.
Este ano, até o Dia de Cooperar – Dia C – foi diferente. Seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a maioria das ações sociais praticadas por cooperativas na data foram digitais. Mas as medidas preventivas não impediram essas instituições de demonstrar seu interesse pelas comunidades.
O Sicoob SC/RS, por exemplo, promoveu uma campanha de arrecadação de alimentos com mais de 400 pontos de coleta em 204 municípios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Em cada município, os mantimentos arrecadados foram doados a instituições sociais e filantrópicas ou ao próprio CRAS, que mapeia as famílias com maior vulnerabilidade em cada região. Para as famílias com crianças que receberam doações também foi entregue uma edição da Coleção Financinhas.
De acordo com dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), em todo o país, mais de 600 cooperativas de diversos ramos inscreveram mais de 1.400 iniciativas no Dia C. Desse total, 1.067 tiveram como foco a redução da propagação do novo vírus e de seus impactos negativos na vida das pessoas e na economia.
Na data, o próprio Sistema OCB ainda tratou de promover a cultura e a educação cooperativa, realizando um evento online com transmissão ao vivo pelas redes sociais, incluindo a apresentação de cases cooperativos e contando com um pocket show da banda Skank.
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