Comprar um imóvel ou investir?

Aluguéis ou aplicações financeiras: o que rende mais? O que é mais seguro?

Guia de Bolso | 19 de janeiro de 2022
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O que rende mais: comprar um imóvel para viver de aluguel ou investir em aplicações financeiras? O que é mais seguro?
O que rende mais: comprar um imóvel para viver de aluguel ou investir em aplicações financeiras? O que é mais seguro?


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Comprar um imóvel para viver do recebimento de aluguéis é considerado, por muitos brasileiros, como um bom plano para garantir mais segurança financeira e tranquilidade para o futuro. Entretanto, é válido saber que essa não é a sua única opção e nem sempre é a mais rentável.

Apesar do investimento em imóveis ser uma das alternativas mais tradicionais no país, investir seu dinheiro em aplicações financeiras, em muitos casos, pode oferecer mais vantagens do que comprar um imóvel para viver de aluguel.

É válido ressaltar que não estamos falando aqui sobre a casa ou apartamento em que você vai morar com sua família. Nesse caso, o imóvel não é um ativo (já que você não vai ganhar dinheiro com ele), mas sim um passivo.

A ideia aqui é comparar alguns pontos para saber o que vale mais a pena: investir em um (segundo) imóvel para alugar ou investir em aplicações financeiras.

Acompanhe e saiba mais:

Segurança

Um dos primeiros pontos que costuma ser citado por aqueles que defendem o investimento em imóveis é a segurança. O fato de ter um produto físico em mãos com o qual negociar certamente contribui para essa percepção.

Além disso, por ser mais tradicional, o processo de compra e aluguel de um imóvel pode parecer, para muita gente, mais simples do que começar a investir em aplicações financeiras – o que também influencia na sensação de segurança.

Só que, é bom lembrar que nenhum investimento está completamente livre de riscos.

No caso da compra de um imóvel, existe o risco de não conseguir alugar em determinados períodos, o risco de inadimplência do inquilino e o de desvalorização do próprio bem, além do risco de acidentes (caso o imóvel não tenha seguro).

A tudo isso é preciso somar também o risco da necessidade de liquidez. Ou seja, caso você precise do dinheiro investido de maneira urgente, nem sempre é fácil (ou vantajoso) vender um imóvel às pressas para recuperar seu dinheiro.

E ainda que a falta de liquidez possa ser vista, algumas vezes, como uma forma de não cair em tentação, há momentos em que você pode realmente precisar desse dinheiro, seja por necessidade ou para aproveitar uma oportunidade melhor.

É preciso observar ainda que, caso você esteja pensando em financiar a compra de um imóvel para conseguir, posteriormente, viver de aluguel, esses riscos tornam-se ainda maiores.

Por outro lado, no caso dos investimentos financeiros, a segurança varia de acordo com o tipo de aplicação.

As aplicações de renda fixa, por exemplo, são consideradas bastante seguras, já que contam com uma previsão de retorno, seja fixo ou baseado em uma taxa de mercado.

Além disso, muitas delas ainda são garantidas pelo FGC (no caso dos bancos) ou pelo FGCoop - (no caso das cooperativas financeiras), que assegura os investidores em caso de quebra ou falência da instituição financeira.

Rendimento

Você sabia que investir em aplicações financeiras pode ser mais rentável do que comprar um imóvel para viver de aluguel?

“Um imóvel dá [de rendimento] entre 0,3% e 0,6% ao mês”, explica o especialista em investimentos Vinícius Fuzikawa. “Nas principais capitais brasileiras, é esse número. E é difícil você chegar a 0,6% ao mês de aluguel de imóvel aqui em São Paulo, por exemplo.”

Enquanto isso, de acordo com o especialista, o Tesouro Selic, por exemplo, se considerarmos uma taxa Selic de 10% ao ano, entrega cerca de 0,7% ao mês de rendimento líquido.

Outro exemplo dado por Fuzikawa é o de um Certificado de Depósito Bancário (ou CDB, que é similar ao Recibo de Depósito Cooperativo - ou RDC) que renda 115% do CDI. Neste caso, se considerarmos um CDI de 9,98% ao ano, uma pessoa que investisse R$ 300 mil durante 10 anos poderia ganhar R$ 800 mil ao final do período.

Em todo caso, é preciso considerar também os custos envolvidos em cada tipo de investimento.

Ao comprar um imóvel, além do custo do próprio bem, há gastos com taxas de cartório, certidões negativas, transferências, além, é claro, de IPTU, condomínio, manutenção, entre outros.

Vale reforçar que, se a ideia é financiar a compra do imóvel, esses custos aumentam ainda mais, impulsionados pela taxa de juros do empréstimo.

No caso dos investimentos financeiros, por sua vez, é bom ficar atento às taxas e impostos cobrados segundo o(s) tipo(s) de aplicação(ões) escolhido(s).

Em relação ao Imposto de Renda, por exemplo, há aplicações ou situações que demandam o pagamento de até 22,5% sobre a rentabilidade do investimento financeiro. Mas existem também aplicações que são completamente isentas de IR, como é o caso das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

Por outro lado, a alíquota de IR que incide sobre os aluguéis pode chegar a 27,5%.

Diante desses fatores, matéria publicada no blog Riconnect afirma: “Comprar um imóvel físico para investir, muitas vezes, só é recomendado se você é um expert do mercado imobiliário da sua cidade e caso possua bastante tempo para análise de todos os detalhes de cada empreendimento, como localização do imóvel, construtora, potencial de valorização.”

De toda forma, para fazer a melhor escolha, é preciso fazer as contas e comparar.

Situação atual do mercado

Não há dúvida de que o mercado imobiliário brasileiro foi um dos menos afetados pela pandemia. De fato, os dados do setor revelam que, durante 2020 e 2021, houve aumento nos valores financiados para a compra de imóveis e crescimento das vendas.

Atualmente, porém, é preciso levar em conta outros dois fatores: a alta acumulada nos custos dos materiais de construção e a trajetória de crescimento da taxa Selic.

Ainda assim, muitos especialistas do setor acreditam que o mercado imobiliário deve manter-se forte, pelo menos, até 2025. A tendência atual é pela busca de imóveis maiores e com áreas de lazer.

Por outro lado, o aumento da Selic também dá destaque ao mercado financeiro. Afinal, essa taxa básica de juros tem o poder de influenciar também o rendimento de diversas aplicações de renda fixa.

No começo do ano passado, com a Selic a 2% ao ano, muitos desses investimentos deixaram de ser atrativos. Porém na última reunião do Copom de 2021, essa taxa foi revista novamente, chegando a 9,25%. Já para este ano, os especialistas acreditam que a taxa Selic deve ficar entre 11,5% e 12,25%, contribuindo para aumentar o rendimento e a atratividade da renda fixa.

É notável, portanto, que em ambos os casos, deve ser possível encontrar boas oportunidades durante este ano.

O ideal, de todo modo, é pesquisar bem para encontrar as melhores ofertas (de imóveis ou aplicações), fazer as contas para comparar custos e rendimentos, informar-se sobre as possibilidades de valorização/desvalorização e de ganhos/perdas, além de alinhar tudo com o seu potencial de investimento e os seus objetivos.

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