Mesmo para quem não entende muito sobre Economia, é relativamente fácil reconhecer os efeitos da inflação. Agora, você sabe como reduzir esses efeitos no seu dia a dia? Quer saber como proteger o seu patrimônio desse aumento generalizado de preços?
Segundo o IBGE, as altas do grupo Habitação foram puxadas pelo aumento do preço do aluguel, da energia elétrica, do gás de botijão ou encanado e da taxa de água e esgoto em algumas regiões.
No grupo Alimentação e Bebidas, além de itens como carnes, óleo de soja, arroz, leite e frutas, também subiram os valores de alimentação fora do domicílio, incluindo refeições e lanches.
Já no grupo de Transportes, em julho, o preço da gasolina aumentou pelo sétimo mês consecutivo. Os demais combustíveis também tiveram alta, assim como as passagens aéreas e o transporte por aplicativo.
Levando em conta essas informações, já é possível começar a traçar algumas estratégias para amenizar os efeitos da inflação e proteger seu bolso. Veja só:
No caso dos alimentos e bebidas, substituir é uma das principais estratégias que você pode adotar para reduzir os efeitos da inflação sobre seu orçamento.
O consultor de varejo Marco Quintarelli explica que as marcas líderes costumam investir muito em marketing, o que acaba encarecendo o valor de seus produtos, principalmente quando se trata de itens mais elaborados como achocolatados, biscoitos, congelados, geleias e produtos de limpeza.
Por isso, se a ideia é economizar, o ideal é optar por produtos de marcas próprias dos supermercados ou de outras marcas mais baratas.
Outra boa dica é considerar substituir os alimentos que estão mais caros. A gente já comentou por aqui, por exemplo, algumas alternativas para driblar o aumento da carne. Você também pode: substituir o arroz por aipim, abóbora, batata doce ou inhame ou fazer arroz de couve-flor; trocar o feijão por lentilha, milho, ervilha ou grão de bico de vez em quando; entre outros.
Substituir as refeições e lanches feitos na rua por alternativas preparadas em casa também pode ajudar a diminuir os efeitos da inflação no seu bolso. Levar sempre com você uma garrafinha de água e uma barrinha de cereal ou uma fruta pode ser uma boa ideia para resistir às tentações.
É importante dizer, ainda, que essa dica de substituir não está limitada apenas aos alimentos e bebidas; ela também vale para outros tipos de produtos que você costuma comprar. Em todo caso, o ideal é sempre pesquisar preços e buscar produtos que tenham melhor custo-benefício para você.
Nós já explicamos anteriormente sobre as bandeiras tarifárias da conta de luz, que acrescentam na fatura um valor variável a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Essa variação é definida pela Aneel e depende do estado dos reservatórios das usinas elétricas, que impactam no custo da geração de energia.
A questão é que, de abril para maio, a bandeira acionada mudou da amarela para a vermelha patamar 1. Em junho, foi acionada a bandeira vermelha patamar 2 e no final desse mesmo mês, a Aneel aumentou os valores cobrados por cada tipo de bandeira. Em agosto, com a bandeira vermelha patamar 2 acionada, o custo foi de R$ 9,492 para cada 100 kWh consumidos.
Nesse caso, a principal dica para esquivar-se dos efeitos da inflação é reduzir o desperdício de energia. Chuveiro, ferro de passar roupa, chaleiras elétricas e aquecedores são alguns dos principais vilões nesse contexto, ainda mais se considerarmos a região Sul do país, em que o inverno impulsiona a maior utilização desse tipo de equipamentos.
A economista Bruna Soto recomenda: “não deixar a geladeira com a porta aberta, diminuir o tempo de banho, utilizar eletrodomésticos eficientes e desligar da tomada o que não está utilizando”.
Só que, é importante frisar que a estratégia de acabar com os desperdícios também pode ser aplicada a outros fatores além da energia elétrica. Para reduzir gastos com alimentos e bebidas, por exemplo, essa também é uma ideia bastante válida. O mesmo pode ser dito sobre os gastos com combustível. Aliás, vamos falar mais sobre isso:
Em alguns casos, – seja pela distância, pelo tempo ou outros fatores – ir de carro é uma necessidade. Em outros, porém, pode ser apenas uma forma mais cômoda de deslocar-se. Só que, com os consecutivos aumentos nos preços dos combustíveis, pode ser interessante considerar algumas alternativas para escapar dos efeitos da inflação.
Fazer alguns trajetos de bicicleta ou caminhando, por exemplo, são opções que ajudam a economizar e também contribuem para a sua saúde e para o meio ambiente. Confira algumas dicas para trocar o carro por pedaladas e caminhadas com mais segurança e praticidade.
Combinar caronas com conhecidos e utilizar o transporte público também são ideias interessantes para deixar o carro em casa quando possível.
No caso de ter que utilizar o automóvel particular, algumas boas dicas para reduzir o consumo de combustível são:
Além das estratégias que comentamos até agora, de acordo com a sua realidade (situação financeira, orçamento, hábitos de consumo, etc.) podem haver também outras soluções para reduzir os efeitos da inflação no seu dia a dia.
A melhor forma de descobrir essas soluções é organizar suas contas, analisar seu orçamento e planejar-se para economizar e para quitar futuras pendências com mais tranquilidade.
A orientadora financeira Louize Oliveira, do Sicoob – um dos maiores sistemas cooperativos financeiros do Brasil – dá a dica de olhar para o extrato do mês anterior e observar o quanto você gastou com itens desnecessários e “bobagens”. “Dessa forma, fica mais fácil cortar gastos e começar a poupar. Ainda dá tempo de iniciar este ano”, comenta Louize.
Segundo ela, ter uma meta – seja quitar uma dívida, construir a sua reserva de emergência ou fazer um investimento – pode ajudar a motivar a poupar. A partir daí ela orienta a fazer as contas, ver quanto é necessário para chegar ao objetivo, registrar suas rendas e seus gastos mensais e planejar quanto você tem que guardar regularmente para conseguir alcançar a sua meta.
Para ajudar nessa organização, você também pode inscrever-se no Se Liga Finanças – um curso online, gratuito e de curta duração, desenvolvido pelo Instituto Sicoob para ajudar você a dominar as “regras do jogo” das finanças.
De acordo com o analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Giovani Beviláqua, essa estratégia de organização financeira também pode ajudar os empreendedores a reduzir os efeitos da inflação.
“A gestão financeira e o fluxo de caixa devem ser feitos com muita atenção. Isso ajudará o empreendedor a conhecer a sua real situação e a elaborar estratégias para evitar, quando possível, os repasses ao consumidor”, comenta Giovanni.
O analista ainda faz questão de enfatizar que “é recomendável ter um controle cuidadoso e detalhado sobre os gastos para saber onde se pode diminuir custos, além de sempre procurar negociar”. Vejamos mais sobre o tema:
Tanto para os empreendedores quanto para os consumidores em geral, pesquisar preços e negociar são outras boas dicas para economizar e reduzir os efeitos da inflação no seu dia a dia.
Para Giovanni Beviláqua, “as negociações são sempre boas práticas a serem realizadas”. Ele diz que, após analisar a situação da empresa, o empreendedor deve tentar negociar dívidas, preços com fornecedores, aluguéis, taxas e financiamentos com instituições financeiras e o que mais pesar no orçamento da empresa.
Para consumidores e empreendedores, aliás, a pesquisa não precisa limitar-se aos produtos. É possível pesquisar, por exemplo, por instituições financeiras alternativas que cobrem menos e ofereçam mais vantagens, como acontece com as cooperativas financeiras.
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Você já deve ter percebido que todas as dicas que demos até aqui foram para reduzir os efeitos da inflação no seu orçamento atual.
Agora, se o que você deseja é proteger o seu patrimônio dos efeitos atuais e futuros da inflação, o mais recomendável é investir parte da sua renda em aplicações com rendimento atrelado a (ou maior que) a inflação.
Para os investidores mais conservadores, títulos de renda fixa pós-fixados, como o Tesouro IPCA+, os CDBs atrelados à inflação ou até um RDC podem ser boas oportunidades. Os investidores mais experientes e arrojados também podem considerar os fundos de inflação, as debêntures atreladas ao IPCA, os fundos imobiliários, o ouro e os investimentos no exterior.
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