Guia de Bolso

Coleta Seletiva e Reciclagem em condomínios

Você sabia*?

  • No Brasil, são geradas, mais de 210 mil toneladas de lixo por dia.
  • Logo, cada brasileiro gera, em média, 1 kg de lixo diariamente.
  • Por ano, o total chega a mais 70 milhões de toneladas de lixo coletadas no país.
  • De 30% a 40% desse montante poderia ser reciclado.
  • Mas apenas 13% desses resíduos são encaminhados para reciclagem e uma porcentagem ainda menor consegue ser efetivamente reaproveitada.

Imagine, então, a situação de um condomínio com dezenas ou centenas de moradores. Certamente, a quantidade de lixo produzida é grande. Por outro lado, o impacto de implantar a coleta seletiva e a reciclagem desses resíduos também é significativo. Nada mais razoável, portanto, do que incentivar essas iniciativas.

A depender do volume de material coletado e reciclado pelo condomínio, pode haver até uma negociação com a Prefeitura local para conseguir um benefício nas taxas de coleta de resíduos. Isso sem contar os benefícios para o meio ambiente.

Confira, então, um passo a passo para implantar a coleta seletiva e a reciclagem de materiais em seu condomínio:

 

1 – Planejamento do espaço de armazenagem

O primeiro passo é pensar no espaço em que os resíduos serão alojados ao serem coletados para serem encaminhados, posteriormente, à reciclagem.

Nesta etapa, também é importante definir que tipos de materiais serão coletados e como será feita a separação. Vocês podem, por exemplo, separar o lixo em recicláveis, lixos comuns e especiais. Ou fazer uma divisão ainda melhor, separando papéis, metais, plásticos, vidros, orgânicos, lixos comuns e lixos especiais.

Além disso, é necessário definir os espaços em que serão disponibilizados os coletores para que os moradores descartem seus resíduos. Uma boa ideia pode ser colocar contêineres próximos aos elevadores de serviço ou nas proximidades da garagem.

 

2 – Preparação da estrutura

Tendo planejado como será a separação dos resíduos e os espaços disponíveis, é hora de pensar nos equipamentos e na estrutura necessária.

Será preciso, por exemplo, definir se serão utilizadas lixeiras coloridas específicas para coleta seletiva, se haverá contêineres, coletores ecológicos ou cabines especiais para cada tipo de material.

Também estão disponíveis no mercado coletores especiais, para pilhas, por exemplo, para lâmpadas, para óleo vegetal, entre outros.

Nesta etapa, é indicado realizar os orçamentos para a compra dos equipamentos necessários ou planejar a realocação de estruturas que o condomínio já possua.

Além do mais, é preciso definir a frequência da coleta, dias da semana e horários, para não acumular materiais no condomínio além da capacidade de armazenamento.

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3 – Treinamento de responsáveis e conscientização dos condôminos

Este passo é de fundamental importância, pois a efetiva realização da coleta seletiva e da reciclagem depende da participação e dos cuidados de funcionários e de moradores.

Por isso, o ideal é que todos sejam informados do projeto desde o início, ressaltando a importância da contribuição geral para a efetividade da ideia.

No condomínio Residencial Buenos Aires, com 850 moradores e duas lojas anexadas, foi promovido um treinamento para todos. Durante três meses, de duas a três vezes por semana, havia profissionais que ficavam no salão de festas à disposição dos condôminos, para esclarecer dúvidas. De hora em hora, faziam uma sessão de capacitação.

O ex-síndico Geremias Alves da Luz, que ajudou a implantar o projeto, comenta: “A gente ficou um período acompanhando o descarte [feito pelos moradores]. Além dos treinamentos, houve orientação. Colocamos jornais explicativos nos elevadores e distribuímos cartilhas.”

Os funcionários e responsáveis também devem ser orientados sobre as formas de fazer a coleta e separação dos resíduos, sem misturar sacos de diferentes materiais, com cuidados na manipulação e dando a destinação correta para cada tipo de lixo.

 

4 – Alerta com papéis e plásticos

Papéis e plásticos são materiais de fácil combustão. Por isso, é preciso ter atenção aos locais de armazenagem, longe do calor, de fontes de fumaça ou fagulhas.

Além disso, é importante alertar as seguradoras sobre a iniciativa de coleta seletiva e sobre o consequente armazenamento desses materiais, para que, em caso de sinistro, o ressarcimento seja compatível com o incidente.

 

5 – Destinação para reciclagem ou contratação do serviço

A reciclagem dos materiais em si pode ser, ou não, um processo feito dentro do condomínio.

Em algumas cidades, por exemplo, há serviços de coleta seletiva municipais que permitem encaminhar os materiais coletados diretamente para reciclagem. Em alguns casos, também existem Postos de Entrega Voluntária (PEVs) onde os condomínios podem deixar os resíduos recicláveis separados para serem recolhidos.

Outra opção é fazer uma parceria com catadores de recicláveis ou contratar uma empresa especializada no serviço de reciclagem para realizar esse processo em local próprio ou em um espaço cedido pelo condomínio.

O mais importante é a responsabilidade compartilhada de todo esse processo, envolvendo moradores, funcionários, administração e outros parceiros, em um movimento de conscientização geral, com benefícios para todos.

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EXTRA: tipos de lixo

 Lixo reciclável

  • jornais, revistas, caixas de papelão, caixas de longa vida e outros papéis limpos;
  • garrafas, frascos e potes de plástico;
  • latas de bebidas e alimentos;
  • garrafas, potes e frascos de vidro;
  • copos e taças;
  • parafusos, pregos, grampos, clipes e fios;
  • sacos, sacolas ou plástico filme (limpos);
  • canos, tubos e conexões;
  • isopor

Lixo orgânico (que pode virar adubo)

  • restos de alimentos (exceto carne e ossos);
  • cascas, talos e folhas de frutas e legumes;
  • cascas de ovos;
  • pó de café e coador de papel;
  • retalhos de tecido

Lixo comum (rejeitos)

  • lixo sanitário;
  • fitas e etiquetas adesivas;
  • guardanapos e toalhas de papel;
  • embalagens metalizadas;
  • copos descartáveis sujos;
  • papéis engordurados ou sujos, papel carbono, celofane, amanteigado ou parafinado;
  • bituca de cigarro;
  • esponjas e espuma de colchão;
  • latas com restos de tintas ou materiais tóxicos e corrosivos;
  • restos de espelhos, lâmpadas, utensílios de porcelana ou cerâmica;
  • fezes de animais

Lixos especiais (com destinação específica)

  • óleo de cozinha usado**;
  • pilhas e baterias;
  • embalagens de agrotóxicos, combustíveis e remédios.

 

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*Fontes: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2016 – Abrelpe e estudo sobre reciclagem, 2017, do IPEA disponível aqui.
**Não jogue na pia o óleo de cozinha usado, pois ele pode entupir redes de esgoto, além de poluir rios e represas. O ideal é armazenar o óleo usado em garrafas em encaminhá-lo para reciclagem em instituições específicas.

 

Photo by Max Lakutin on Unsplash
Sicoob

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