Enquanto a alta dos preços vai se alastrando entre os produtos e serviços, os rendimentos do brasileiro vão parecendo cada vez mais curtos ao longo do mês. Em um cenário de inflação, recessão, desemprego crescente e juros em ritmo de alta, é importante ficar atento a alguns pontos para não perder as contas e acabar estourando o orçamento. Veja só:
Juros do crédito rotativo e do cheque especial
Rotativo é o nome dado ao crédito concedido para quem não paga o valor total da fatura do cartão. Quando você paga apenas o valor mínimo, o banco empresta automaticamente o restante do valor para você. Mas essa forma de empréstimo automático pode acabar custando caro. Afinal, os juros do crédito rotativo são, hoje, os maiores do mercado.
De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa de juros do cartão de crédito fechou 2015 em 399,84% ao ano. Com a maior taxa desde outubro de 1995 e sendo também a maior entre todos os modelos creditícios, o rotativo do cartão de crédito continua preocupando muita gente.
Mas as taxas de juros de outras linhas de crédito também subiram. No caso do cheque especial, por exemplo, ficou em 240,88% ao ano - a maior desde setembro de 1999.
Juros de empréstimos e financiamentos
No ano passado, segundo o Banco Central, no caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), a taxa média cobrada pelos bancos somou 120,4% ao ano, em novembro.
Ainda segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou 28,4% ao ano, no mesmo mês de 2015.
E a taxa média de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 25,9% ao ano, em outubro, subindo para 26,2% ao ano, em novembro.
É notório que as taxas de juros subiram em todas as linhas de crédito. Ainda assim, os juros cobrados pelo rotativo do cartão de crédito continuam sendo os mais altos praticados no mercado.
Expectativas e recomendações para 2016
Para o Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, "esse cenário se baseia no fato de os índices de inflação mais elevados, o aumento de impostos e os juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado a isso, há o baixo crescimento econômico, que deve promover o aumento dos índices de desemprego. Tudo isso somado e o fato de as expectativas para 2016 serem igualmente negativas quanto a esses fatores, leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência".
O diretor da Anefac ainda complementa: “tendo em vista o cenário econômico atual, que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses”.
Diante desse panorama, o ideal é tentar quitar dívidas pré-existentes o mais rápido possível, evitando assumir novas pendências e tendo muita atenção a novos empréstimos (recomendáveis apenas se necessários e bem planejados).
Como quitar dívidas do cartão e/ou cheque especial?
Como os juros do crédito rotativo e do cheque especial são alguns dos mais altos do mercado, se você tem dívida em um desses (ou em ambos), vale analisar opções de crédito com juros menores para saldar a(s) dívida(s) de cheque e/ou cartão.
Se você é aposentado, pensionista do INSS ou servidor público, tem acesso ao crédito consignado, podendo trocar a dívida do cartão por outra bem mais em conta, com juros que variam entre 1 e 2% ao mês.
Um empréstimo pessoal pode ser uma boa opção para quem não tem acesso ao crédito consignado, com juros que também costumam ser menores que os de cheque especial ou rotativo. Mas pesquise bem para encontrar um empréstimo com parcelas realmente baixas e planeje-se seu orçamento para pagá-las.
Onde encontrar crédito mais barato?
No cenário atual, as cooperativas de crédito são algumas das instituições que tem oferecido as taxas mais competitivas. Isso por que cooperativas não visam lucro. E podem, portanto, cobrar taxas bem menores que bancos comuns pelos mesmos produtos e serviços financeiros.
Algumas cooperativas possuem um amplo portfólio de linhas de crédito, tanto para Pessoas Jurídicas quanto para Pessoas Físicas: linhas de crédito pessoal, crédito consignado, cheque especial, financiamento de veículos, microcrédito, capital de giro, conta garantida, desconto de cheques, cartão de crédito, linhas do BNDES, entre outras.
E essas instituições ainda possuem outro diferencial em relação aos bancos, operando apenas com a alíquota especial, enquanto os bancos comuns cobram a alíquota normal mais a alíquota especial.
O gerente Financeiro de Negócios, Pedrinho Vignatti, diz que “a análise pura das taxas pode confundir o cliente, pois além das taxas de juros, existem outras tarifas, como IOF, Taxa de Cadastro, etc. Por isso é importante analisar o valor da parcela”. Vale a pena considerar uma opção mais cooperativa na hora de livrar-se das dívidas. Essa pode ser também uma opção mais econômica.
Empréstimo mais barato? Procure as cooperativas financeiras.
Conheça o maior sistema cooperativo de crédito do Brasil, o Sicoob.