Com a crise econômica, a venda de carros zero-quilômetro vem caindo desde 2013. Segundo a Fenabrave, os emplacamentos de carros novos diminuíram em quase 50% nos últimos três anos. Enquanto isso, a venda de carros usados subiu cerca de 4% no período.
Dados da Fenabrave ainda revelam que, em 2016, a participação dos modelos usados no mercado foi superior a 80%. Só para se ter uma ideia, em novembro de 2016, o zero-km mais emplacado (o Onix) chegou a 15.700 unidades, enquanto o usado mais vendido (o Gol) teve 82.117 negociações concluídas no mesmo mês.
Os menores preços dos usados, certamente, são os principais motivadores dessas estatísticas. Mas, afinal, compensa mesmo comprar um veículo seminovo? Ou é melhor investir em um zero-quilômetro?
Antes de decidir, confira as vantagens e desvantagens de carros novos e usados de acordo com cada um dos seguintes quesitos:
– Preço de mercado
No quesito preço, os veículos usados são, notadamente, mais vantajosos que os carros novos. Com uma boa pesquisa, é possível encontrar carros seminovos de categoria superior e bem equipados por preços menores que os de muitos veículos novos.
Vamos a alguns exemplos, usando valores aproximados, baseados na Tabela FIPE:
> Se você tiver R$ 35.000,00, pode escolher entre comprar um VW Gol 1.0 Mi novo, sem ar-condicionado, um Ford Fiesta Sedan SE 1.6 2013, que pode até vir mais bem equipado ou, ainda, um Hyundai HB20 C./C.Plus/C.Style 1.6 16V 2013.
> Se você tiver cerca de R$ 60.000,00, pode escolher entre um Chevrolet Onix Hatch LTZ 1.4 novo, ou um Honda Civic Sedan LXS 1.8 2015, ou ainda um Toyota Corolla ALTIS 2.0 2013.
Ou seja, se você quiser economizar, o veículo usado é mais indicado. Ou, se não abrir mão de um carro novo, precisará optar por um veículo mais modesto, pelo mesmo preço que pagaria em um usado superior.
Veja:
– Desvalorização
Um dos principais motivos para os carros usados terem preço menor é a desvalorização pela qual passam os veículos, desde o momento que saem da concessionária a primeira vez.
É por isso que muitos especialistas dizem que a compra de um carro não pode ser considerada, necessariamente, como um investimento, já que não há rendimentos inerentes e, sim, custos extras advindos do novo bem.
Fato é que o primeiro ano de um automóvel é quando ocorre a maior desvalorização. Para comprovar, usemos os mesmos modelos do exemplo anterior:
> o comprador do VW Gol 1.0 Mi novo, em um ano, perderia cerca de R$ 8.000,00 contando só a desvalorização (comparação com preço do mesmo modelo 2015). Enquanto, o comprador do Ford Fiesta Sedan SE 1.6 usado (2013) perderia aproximadamente R$ 3.000,00 com a depreciação em um ano e o comprador do HB20 teria perda de apenas R$ 2.330,00.
> o comprador do Onix LTZ novo perderia R$ 10.000 com a depreciação, apenas no primeiro ano. Já o comprador do Civic 1.8 teria perda de aproximadamente R$ 5.000 e o comprador do Corolla perderia cerca de R$ 4.000 em um ano*.
*Para o cálculo dos valores médios de depreciação foram usados os preços indicativos da Tabela Fipe, comparando sempre o mesmo modelo com o ano anterior.
– Manutenção
Em relação à manutenção, o carro novo costuma compensar mais que o usado. Isso contando que o zero-quilômetro tem plena vida útil pela frente. Os sistemas não sofreram desgastes; os equipamentos, pinturas e acabamentos estão todos zerados. Além disso, os fabricantes ainda costumam oferecer garantias que variam, normalmente, entre três e cinco anos.
Mas é preciso ficar atento às revisões programadas para não perder a garantia oferecida. Até cerca de 30 mil km, essas revisões obrigatórias ainda costumam ter preços razoáveis. Com atenção ao veículo e cuidados regulares, os custos com manutenção são, normalmente, baixos nos primeiros anos.
No caso do carro usado, por sua vez, recomenda-se, antes da compra, pedir a opinião de um mecânico de sua confiança ou contar com os serviços de uma empresa avaliadora. Se houver reparos necessários, isso pode ser usado para negociar descontos na compra do veículo.
De qualquer forma, as despesas com manutenção de um usado, em geral, não justificam a compra de um carro novo. É improvável, por exemplo, que o o comprador do Fiesta Sedan 2013 gaste com manutenções, no primeiro ano, R$ 5 mil a mais do que o comprador do Gol 1.0, a ponto de equiparar a maior depreciação sofrida pelo VW novo (conforme comentado no item anterior).
– IPVA, Seguro e Documentação
O Imposto de Propriedade sobre Veículos Automotores (IPVA) varia conforme o valor do carro, independente de ser um modelo novo ou usado.
Já no caso do seguro automotivo, a definição de preços inclui uma série de itens – como a idade do motorista e as condições a que são expostas o veículo –, dependendo menos do modelo ser novo ou usado e mais do valor do automóvel e do perfil do cliente.
Mas em se tratando da documentação, optar por um carro novo ou usado pode fazer a diferença. Afinal, quem compra um zero-km, precisa também se preparar (com alguma agilidade) para as despesas de emplacamento, licenciamento, IPVA e DPVAT. Enquanto, quem opta por um carro usado, dependendo da época do ano e do final da placa do veículo, talvez não tenha que se preocupar com o pagamento imediato das taxas e impostos, mas somente com os custos de transferência.
– Opções disponíveis
Além dos preços em si e das demais despesas, antes de decidir entre a compra de um carro novo ou usado, é preciso considerar as opções disponíveis. Afinal, o mercado de usados está cada vez mais forte e amplo. Mas ainda assim, se você tiver uma preferência bem específica (seja de cores, modelos ou acabamentos), pode acabar não encontrando opções usadas disponíveis do jeito que você deseja. E talvez seja o caso de optar por um carro novo.
Em todo caso, para economizar na compra de automóveis novos ou usados, considere também as opções disponíveis de financiamento com menores juros. Em cooperativas financeiras, por exemplo, você consegue encontrar crédito para financiar veículos com taxas bem menores do que as cobradas por bancos comuns. Vale considerar essa opção para fazer um melhor negócio na hora de comprar seu carro novo ou usado. Saiba mais aqui.
Outra boa opção a ser analisada para compra do automóvel pode ser um consórcio. Saiba mais aqui.
E confira também: As vantagens de um consórcio cooperativo.
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