Vantagens da Cooperação

As Cooperativas de Consumo e o consumo consciente

O cooperativismo é um modelo que pressupõe a união de diversas pessoas com interesses comuns para somarem esforços e conseguirem vantagens maiores para todos. No caso das Cooperativas de Consumo (um dos 13 ramos atuantes no Brasil), o objetivo é abastecer os associados, fazendo compras em comum, para conseguir preços mais baixos e mais qualidade.

Aliás, esse foi um dos primeiros ramos do cooperativismo, surgido já em 1844, na Inglaterra, em plena Revolução Industrial, quando era difícil conseguir itens como frutas, legumes e farinha de trigo.

No Brasil, a primeira Cooperativa de Consumo começou a operar em 1889, em Minas Gerais. Atualmente, são 147 cooperativas desse tipo espalhadas pelo país, com cerca de 2,9 milhões de associados, segundo a OCB. Esses números só não são maiores devido à acirrada competição com as grandes redes de supermercados.

Mas as Cooperativas de Consumo possuem diversas vantagens que as diferenciam, promovendo, inclusive, os princípios do consumo consciente. Veja só:

 

Como funcionam as Cooperativas de Consumo?

Muito antes dos sites de compras coletivas surgirem, os associados das Cooperativas de Consumo já sabiam: quando o volume de compras é maior, fica mais fácil conseguir melhores preços e condições de pagamento. Assim, as Cooperativas de Consumo originam-se da associação de pessoas que decidem fazer compras em comum, de forma a ter mais vantagens para todos.

Legalmente, as cooperativas são instituições sem fins lucrativos, em que os cooperados participam economicamente, para manutenção do negócio. Além disso, por princípio, todos os cooperados tem direito igualitário de voto, podendo participar das decisões da cooperativa. Ou seja, os associados são os donos da cooperativa e usufruem democraticamente de todos os resultados da instituição.

Assim, os cooperados de Cooperativas de Consumo devem adquirir ao menos uma quota-parte do negócio para inscreverem-se. A partir daí, passam a ser mais que meros compradores, tendo direito de voto, participação nos resultados e acesso a produtos de qualidade por preços menores.

 

A relação entre Cooperativas de Consumo e pequenos produtores

A maioria das Cooperativas de Consumo brasileiras está relacionada a aquisição de produtos alimentícios. Mas também é possível encontrar Cooperativas de Consumo de combustível (proprietárias de postos de gasolina, por exemplo) e parece claro que o modelo ainda pode ser replicado para o consumo de medicamentos, livros, roupas, etc.

De qualquer forma, o cooperativismo de consumo alimentício é bastante significativo, não só pelo seu predomínio nacional, como também pelo seu incentivo à agricultura familiar e à economia solidária, promovendo maior inserção econômica de pequenos produtores e melhor distribuição de renda.

Isso porque muitas Cooperativas de Consumo optam por negociar diretamente com pequenos produtores, estando associadas, inclusive, a diversos projetos de agricultura orgânica e sustentável.

Há vários casos, também, de Cooperativas de Produção e Consumo, interligando esses dois ramos do cooperativismo, de forma a aproximar ainda mais pequenos produtores e consumidores.

Assim, as Cooperativas de Consumo demonstram um dos grandes diferencias que possuem em relação a redes de supermercados: nas Cooperativas, os associados (consumidores) sabem, realmente, a origem dos produtos consumidos. E ainda têm poder de opinar efetivamente sobre a escolha desses fornecedores. Confira:

 

Planejamento e sustentabilidade nas compras das Cooperativas de Consumo

Em uma Cooperativa de Consumo, as compras são feitas de maneira planejada. E esse é um dos princípios do Consumo Consciente. Afinal, assim é possível evitar as compras por impulso, além de fazer um uso mais racional do dinheiro e dos próprios produtos.

Veja aqui os 12 princípios do Consumo Consciente.

O cooperativismo de consumo também favorece a redução de impactos ambientais, já que é possível conhecer (e escolher) as fontes dos produtos consumidos. Além das compras cooperativas, normalmente, adotarem embalagens mais simplificadas (produtos comprados a granel, em caixas, etc.).

A relação mais próxima entre produtores e consumidores, que costuma acontecer nas Cooperativas de Consumo, ainda permite que os consumidores conheçam e valorizem práticas sustentáveis de seus fornecedores e contribuam efetivamente para a melhoria de produtos e serviços, demonstrando maior consciência no consumo.

 

As Cooperativas de Consumo e a consciência comunitária

O próprio fato de associar-se a uma cooperativa já demonstra certa consciência de coletividade, ao reconhecer que a união de esforços comuns com administração democrática leva ao ganho de mais vantagens para todos.

Além disso, um dos princípios do cooperativismo é o “Interesse pela Comunidade”,

que orienta as cooperativas a respeitarem as peculiaridades sociais e a vocação econômica do local, desenvolvendo soluções de negócios e apoiando ações humanitárias e socioambientalmente sustentáveis, voltadas ao desenvolvimento das comunidades onde estão instaladas.

Assim, o cooperativismo de consumo costuma envolver alto grau de consciência coletiva e comunitária, ajudando a disseminar práticas de consumo consciente e beneficiando, dessa forma, não só aos seus cooperados, como a todo o mundo.

 

Leia também:

O que o cooperativismo tem a ver com a sustentabilidade?

O cooperativismo e o desenvolvimento das comunidades.

10 boas práticas cooperativas.

 

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Capa: Photo by Francesco Gallarotti on Unsplash
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