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Atualmente, a propaganda está na TV, nos jornais, nas rádios, na Internet, nas fachadas das lojas, nos pontos de ônibus e até nos próprios ônibus urbanos. Há propaganda na rua, dentro da sua casa e até em banheiros públicos e privados. O alcance da propaganda é impressionante. E a influência exercida por ela também. Ainda mais quando falamos de jovens e adolescentes. Já parou para pensar nisso? Vamos discutir mais sobre o assunto:
Por definição, a propaganda é uma forma de apresentar uma informação, um produto/marca/empresa ou uma pessoa com o objetivo de influenciar a atitude de uma audiência. Ou seja, influenciar/persuadir pessoas é algo intrínseco ao conceito de propaganda.
Para muitos, quando se fala em propaganda, a primeira forma que vem à memória é a propaganda comercial (também chamada de publicidade). Mas o termo, em sua origem, era usado principalmente no contexto político, relacionado aos esforços de persuasão patrocinados por governos e partidos.
Logo, é importante perceber que: toda propaganda visa convencer seu público de algo, mas nem toda propaganda tem o objetivo de vender ou estimular o consumo. Existem, além das citadas propagandas políticas, as propagandas com recomendações de saúde, por exemplo, propagandas com estímulo a denúncias, propagandas para incentivar doações a causas sociais, etc.
O que ocorre, atualmente, é que os altos custos envolvidos na produção e divulgação das propagandas acarretam em uma maior porcentagem de propagandas comerciais na maioria dos meios de comunicação. Aliás, esse é nosso próximo ponto; veja:
Como mencionado, toda propaganda visa influenciar seu público. E no caso da propaganda comercial (a publicidade) o objetivo é exatamente convencer seu público a comprar algo.
Para tanto, a publicidade estuda o comportamento de cada público específico a que será direcionada e elabora estratégias para tentar convencê-lo a consumir, usando textos, imagens, cores, trilhas sonoras, apoio de celebridades, promoções, entre outros.
Além disso, a propaganda comercial permeia o dia a dia de uma grande parte da sociedade atual, presente não só na TV, mas também nas rádios, na Internet e nas ruas (desde as fachadas até os ônibus urbanos).
A questão é que, para jovens e adolescentes, que ainda estão em fase de formação de seu caráter e de seus padrões, essa presença massiva da propaganda comercial e a influência de consumo inevitavelmente exercida por ela podem ser fatores prejudiciais.
O publicitário e professor da UNITAU (Universidade de Taubaté), Josué Brazil, complementa: “Hoje, temos uma gama de produtos e serviços à disposição de todos os consumidores, muito maior do que tínhamos antigamente. Além do que, nós já temos uma sociedade mais voltada para o consumo do que tínhamos há alguns anos”.
Mas é bom lembrar que, em parte, a propaganda só reflete o comportamento de seu próprio público e há ainda diversos outros influenciadores de consumo, como algumas novelas, filmes e seriados, alguns canais de youtube dedicados a determinados assuntos (ex.: alguns vlogs ou blogs de moda que pregam a ostentação), entre outros.
Como mencionado, a propaganda estuda o comportamento de seu público (bem como as tendências de mudanças que estão pra ocorrer) e, em parte, reflete tudo isso. Por exemplo, uma das estratégias de convencimento da propaganda é usar a linguagem de seu público, para que ele se identifique com o que a propaganda quer dizer.
Mas esse público, por mais específico que seja (ex.: homens de 20-35 anos da região X que pratiquem determinado esporte), ainda terá várias diferenciações entre seus componentes. Só que a propaganda nivela essas diferenciações, aproveitando-se de padrões e generalizações já criados pela sociedade para facilitar a comunicação com um público mais amplo.
Dessa forma, cria-se um ciclo vicioso: as propagandas refletem os padrões e generalizações criados pela sociedade, a sociedade (particularmente os jovens e adolescentes) reproduz os padrões apresentados pelas propagandas (e por outros influenciadores) e assim sucessivamente. Alguns conflitos e situações de estresse familiar podem ser gerados por desacordos entre esses padrões.
O segmento de produtos alimentícios é um dos que mais investe em propagandas comerciais. Como o objetivo da publicidade de alimentos é mesmo convencer o público a comprar, muitos preceitos de saúde são ignorados, atendo-se ao propósito de venda do produto. Assim, há uma abundância de propagandas comerciais estimulando a venda de produtos ricos em gordura hidrogenada, em açúcar, em sódio, entre outros elementos que, em grande quantidade, podem ser prejudiciais à saúde.
E a propaganda comercial de alimentos tem ainda outro ponto a seu favor: lida com uma necessidade básica do ser humano que é a de comer. Provoca sua fome e seus desejos alimentares. Dessa forma, pode ter uma influência ainda maior.
Assim, quando se fala em problemas relacionados à obesidade, a publicidade de alguns alimentos tem sido apontada como um dos estímulos negativos, com o poder de influenciar as pessoas a se alimentarem de forma errada.
Reconhecer o real objetivo de persuasão das propagandas é o primeiro passo. Além disso, é preciso manter crianças, jovens e adolescentes bem informados e atentos a esse tipo de tentativa de persuasão. Se você tem filhos, procure conversar com frequência com eles sobre o assunto, explicando, na medida da compreensão de cada um, sobre esse objetivo de convencimento. Mostre também que o consumo pode ser uma atividade que satisfaz algumas necessidades, mas não é a chave da felicidade.
Claro que não dá para isolar as crianças, jovens e adolescentes completamente da influência da propaganda. Mas estimular outras atividades pode ser uma opção interessante para gerar novas ideias e formas de enxergar o mundo. Quem sabe trocar aquele tradicional passeio no shopping, por exemplo, por outras atividades, como esportes, encontros em família e com amigos, contatos com a natureza, etc.
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