Você sabia que quase 10 milhões de brasileiros já são associados a cooperativas de crédito (também chamadas cooperativas financeiras)? E não é por acaso que esse é um dos ramos cooperativistas que mais crescem no país (ao lado dos ramos agropecuário e de saúde).
As cooperativas de crédito têm se mostrado uma sólida opção tanto para pessoas físicas, quanto para pessoas jurídicas, oferecendo produtos e serviços financeiros com mais vantagens para todos os seus associados.
Organizadas em grandes sistemas ou de forma independente, as cooperativas de crédito brasileiras administram uma quantidade significativa de ativos e ganham destaque entre as melhores companhias do setor de serviços financeiros, como mostrou o último prêmio As Melhores da Dinheiro (saiba mais a seguir).
Além disso, em cerca de 600 municípios brasileiros, as cooperativas de crédito são as únicas instituições financeiras disponíveis, promovendo a inclusão financeira de milhões de pessoas.
Veja, então, como se organiza o Cooperativismo de Crédito no Brasil, o que garante a segurança das operações financeiras cooperativas e quais os diferenciais que fazem o Cooperativismo de Crédito ser cada vez mais competitivo.
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Estrutura do Cooperativismo de Crédito no Brasil
Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) há um total de 986 cooperativas de crédito em operação no país. Entre elas, 198 são cooperativas de crédito independentes, de acordo com o Banco Central. As demais estão organizadas em oito diferentes sistemas cooperativos.
Um sistema cooperativo é uma forma de integrar as operações de cooperativas singulares e/ou centrais que intercooperam entre si. Entenda melhor:
- Cooperativa singular – formada por, no mínimo, 20 pessoas, são aquelas que prestam serviços diretamente aos associados;
- Cooperativa central – formada por, no mínimo, três cooperativas singulares, integrando e orientando suas atividades de forma intercooperativa;
- Confederação de cooperativas – formada por, no mínimo, três cooperativas centrais, integrando e orientando as atividades de todas as filiadas, além de aumentar sua representatividade.
No Brasil, quatro sistemas cooperativos financeiros são compostos por cooperativas de crédito centrais e outros quatros sistemas são confederações cooperativas. O maior sistema cooperativo financeiro do país é o Sicoob, formado por 460 cooperativas singulares, 16 cooperativas centrais e uma confederação, além do Bancoob – banco cooperativo controlado pelas cooperativas filiadas ao Sicoob.
Os dados demonstram que, em todo o país, há um recuo do número total de cooperativas singulares de crédito, se comparado aos números de anos anteriores. Por outro lado, os pontos de atendimento das cooperativas financeiras têm aumentado continuamente, tornando essas instituições mais eficientes e competitivas.
Operações fiscalizadas pelo Banco Central
As cooperativas brasileiras possuem legislação própria, encontrada na Lei 5.764/71. Portanto, são autorreguladas. Mas as cooperativas do ramo de crédito, especificamente, fazem parte do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e, por isso, seguem as normatizações do Conselho Monetário Nacional (CMN) e têm suas operações acompanhadas e fiscalizadas pelo Banco Central.
Ademais, as cooperativas financeiras contam com o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) – similar ao FGC dos bancos tradicionais – que protege depositantes e investidores com garantia de até R$ 250 mil por CPF, em caso de quebra da instituição, falência, etc.
Ou seja, operando com uma cooperativa de crédito, você tem garantias similares às de um banco tradicional. Mas pode ter ainda mais segurança, já que na cooperativa você é um dos associados, pode conhecer a fundo as políticas da instituição e opinar sobre elas, com poder igualitário de voto.
Além disso, quanto mais os associados operam com a cooperativa, maiores as chances da instituição ter resultados positivos e poder distribuir sobras entre todos, conforme a participação de cada um.
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Serviços financeiros acessíveis e competitivos
Uma das razões da acelerada expansão do cooperativismo de crédito pelo país é a oferta de mais vantagens para todos os seus associados. Afinal, as cooperativas não visam ao lucro, mas sim ao benefício de seus cooperados. Por isso, podem, por exemplo, cobrar taxas e juros bem menores do que os cobrados por bancos tradicionais.
E o baixo custo dos produtos e serviços financeiros cooperativos não significa baixa qualidade. Pelo contrário. Uma prova disso é que o maior sistema cooperativo financeiro do país, o Sicoob, foi recentemente classificado pela revista Isto É Dinheiro como uma das cinco melhores companhias de serviços financeiros do Brasil (ao lado da Alelo, Smiles e Tecban, no prêmio As Melhores da Dinheiro, de 13/09/18).
Henrique Castilhano Vilares, membro do Conselho de Administração do Sicoob, acredita que dar acessibilidade aos associados é um dos pontos que torna o cooperativismo de crédito cada vez mais competitivo.
“O Sicoob investe continuamente em infraestrutura e em transformações digitais para oferecer atendimento facilitado ao cooperado. Nosso aplicativo mobile, por exemplo, é o mais bem avaliado entre todos os bancos do país, com nota 4,8, e somos pioneiros em Open Banking no Brasil. Temos orgulho de oferecer canais digitais de excelência alinhados com o que há de mais moderno em tecnologia bancária”, comenta Vilares.
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Dica de leitura: O Milagre da Cooperação
Na Bienal Internacional do Livro, que aconteceu em agosto em São Paulo, foi lançado o livro “O Milagre da Cooperação” de Marcelo Correa Medeiros.
A obra traz cases reais de gestão empresarial cooperativa e exemplos de resiliência e superação, além de depoimentos de diversas pessoas que participaram da construção da história cooperativa na serra catarinense. Vale a pena a leitura.