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Entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, ocorreu o primeiro ciclo – considerado como projeto piloto – do Programa Brasil Mais, uma iniciativa do Governo Federal com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade das micro, pequenas e médias empresas brasileiras de todos os segmentos da indústria, comércio e serviços.
Observando o contexto nacional, pode-se dizer que o Programa Brasil Mais chega em boa hora, tendo em vista o crescimento do número de abertura de micro e pequenas empresas e de microempreendimentos individuais (MEI).
De acordo com levantamento do Sebrae, no primeiro semestre deste ano, foram abertos 2,1 milhões de negócios do tipo por todo o país – o maior valor registrado para o período desde 2015.
Nesse cenário, o Programa Brasil Mais aparece como uma ótima opção para dar apoio aos empreendedores de micro, pequenos e médios negócios, com a promoção de melhorias rápidas, de baixo custo e alto impacto, para melhorar a gestão, inovar processos e reduzir desperdícios.
Iniciativa da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME), o Brasil Mais tem gestão operacional da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e é executado em parceria pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Além disso, para atingir o máximo de empresas em todo o país, o Programa conta com o apoio institucional de órgãos públicos, entidades civis, organizações privadas e também, é claro, do cooperativismo.
Acompanhe e saiba mais:
Como funciona o Programa
Contando com a estrutura e capilaridade dos parceiros do Sistema S, o Programa Brasil Mais aproveita os Agentes Locais de Inovação (ALI) para oferecer acompanhamento técnico aos participantes de todo o país.
O atendimento é subdividido em dois eixos de atuação:
- Melhores práticas produtivas – para a indústria;
- Melhores práticas gerencias – para empresas de todos os setores.
Em ambos os casos, a jornada começa com uma autoavaliação do empreendedor, um passo fundamental para que os participantes entendam suas reais necessidades e busquem as melhores soluções.
Em seguida, cada um desses eixos passa pelas seguintes fases:
- Fase de otimização
Ciente de suas necessidades, a empresa recebe capacitações, consultorias e acompanhamento técnico para auxiliar no aprendizado e adoção de melhores práticas produtivas e gerenciais.
- Transformação digital
Fase em que a empresa recebe suporte para a adoção de ferramentas e tecnologias digitais que permitam aperfeiçoar os processos produtivos e gerenciais.
Ao todo, o ciclo de atendimento de cada empresa dura quatro meses.
Complementarmente, na plataforma do Programa Brasil Mais, além das informações sobre os serviços e atendimentos personalizados, os participantes também encontram ferramentas de autoavaliação, assim como vídeos, infográficos e e-books sobre boas práticas de gestão.
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O apoio do cooperativismo financeiro
Por oferecem taxas de juros mais baixas do que as de bancos comuns e aumento de spreads consideravelmente menor, as cooperativas financeiras são uma opção mais justa para pequenos negócios na hora de obter empréstimos. Essa foi uma das conclusões apontadas pelo Relatório de Economia Bancária do Banco Central (BC) de junho do ano passado.
Além disso, de acordo com pesquisa realizada em maio deste ano pelo Sebrae em parceria com a FGV, o Sicoob – um dos maiores sistemas de cooperativas financeiras do Brasil – é a instituição financeira em que os pequenos negócios obtiveram maior sucesso ao solicitar crédito durante a pandemia.
Tais dados comprovam que não é de hoje que o cooperativismo financeiro tem apoiado as micro, pequenas e médias empresas, seja oferecendo crédito com melhores condições e taxas mais baixas, seja pela distribuição de sobras ou por outras vantagens do modelo cooperativista.
A novidade é que o Sicoob SC/RS – central sulista do mencionado sistema cooperativo – tornou-se também um dos apoiadores institucionais do Programa Brasil Mais, somando forças com os autores dessa iniciativa para colaborar com o aumento da produtividade e da competitividade das micro, pequenas e médias empresas da região.
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Resultados da primeira fase
Oito mil empresas dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Tocantins participaram do primeiro ciclo do Programa Brasil Mais, entre novembro de 2020 e fevereiro deste ano.
De acordo com dados divulgados pelo Governo Federal, 56% dos negócios analisados tiveram melhoria de produtividade após participar do Programa, sendo verificado um aumento de 52% de produtividade e um incremento de 18% no faturamento.
Além disso, ao comparar os resultados alcançados por essas empresas com a Pesquisa Sebrae/FGV sobre o impacto da Covid-19, notou-se que os pequenos negócios atendidos pelo Programa Brasil Mais tiveram um faturamento, em média, 42% superior às micro e pequenas empresas em geral.
Diante de tais resultados positivos, a adesão ao Programa tem crescido. Até o momento, 22.250 empresas já foram atendidas e outras 22 mil estão em atendimento. Até dezembro de 2022, a meta é contemplar, no total, 105 mil empresas por todo o país.
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