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O que é dinheiro? É apenas um pedaço de papel (ou de plástico, no caso do cartão)? É um número na conta? É sinônimo de poder? Qual a melhor forma de usá-lo? Para você, o que significa ter dinheiro? Qual é o papel do dinheiro na sua vida?
À primeira vista, essas perguntas podem até parecer simples. Mas pare um pouco para olhar ao seu redor. Pense sobre seus bens e posses. Tente lembrar quais foram as últimas vezes em que você gastou ou recebeu dinheiro. Se paramos alguns instantes para refletir, veremos que o dinheiro está mais presente em nossas vidas do que imaginamos.
Recordemos algumas situações comuns:
- “Vou só dar uma voltinha no shopping para ver se tem alguma promoção.”
- “Abasteço aqui mesmo ou vou até o próximo posto que costuma ser mais barato?”
- “Se você levar o sorvete, não vamos comprar chocolate desta vez.”
- “É preciso manter as aparências. O que nossos amigos vão pensar?”
- “Compro à vista com 10% de desconto ou parcelo em até 12 vezes?”
- “Compro este tênis ou guardo o dinheiro para viajar?”
- “Acaba o dinheiro e não acaba o mês!”
- “Ah, são só 5 reais a mais. O que são 5 reais?”
Consumir, negociar, suprir necessidades, atender desejos, fazer escolhas. Em tudo isso e muito mais, o dinheiro está presente. É por isso que a educação financeira é tão importante.
E quando falamos em educação financeira não estamos falando em ser um expert em matemática ou finanças, mas sim na capacidade de lidar tranquilamente com situações do nosso dia a dia que envolvem as finanças, com responsabilidade e bom senso.
A questão é que a forma de cada um de lidar com o dinheiro está relacionada, muitas vezes, aos próprios conceitos, experiências e valores pessoais. Portanto, vale a pena refletir um pouco melhor sobre o que é dinheiro, que significados ele assume em nosso cotidiano e o valor que damos a ele em diferentes situações. Acompanhe:
– Questão de escolha
Há quem diga que a vida é feita de escolhas. A cada dia, temos que tomar inúmeras decisões, sejam conscientes, inconscientes, habituais, pontuais, fáceis ou difíceis. As formas como utilizamos nosso dinheiro, certamente, fazem parte de muitas dessas escolhas.
Você pode escolher gastar ou pode escolher poupar. Pode decidir pagar à vista ou parcelado. Pode dar prioridade a atender a uma necessidade ou a um desejo. Pode cancelar uma assinatura ou adquirir uma nova.
O importante é entender que até as pequenas escolhas fazem a diferença. E não apenas no seu bolso. Decidir, por exemplo, tomar sempre um café na padaria depois do almoço, certamente, terá certo impacto em seu orçamento mensal – ainda que pequeno. Ao mesmo tempo, pode ser que você considere a bebida importante para manter-se alerta no trabalho.
Que tipo de gastos você considera essenciais? Quais dos seus gastos estão mais relacionados ao seu estilo de vida? O que é supérfluo para você? Tudo isso também tem a ver com o que é dinheiro para você.
Nesse sentido, vale a pena refletir também sobre a diferença entre necessidades e desejos. Quando você diz, por exemplo, que “precisa de algo" está se referindo a uma necessidade ou a um desejo?
Neste vídeo da série "Eu e Meu Dinheiro", produzida pelo Banco Central (BC), é possível ter uma ideia mais clara de como esse tipo de escolhas impacta em nosso dia a dia e em nosso orçamento:
– Dinheiro na mão é vendaval
“Ter dinheiro” é um conceito que pode variar de pessoa para pessoa. Há quem acredite que “ter dinheiro" significa conseguir pagar as contas todo mês. Há quem se refira a ter sempre algum trocado na carteira. Para outros, significa poder comprar o que quiser.
Só que, independente da definição, uma coisa é certa: para ter dinheiro é preciso guardar dinheiro. Se você gasta imediatamente tudo o que ganha, certamente, não vai conseguir juntar dinheiro.
Somente é possível ter dinheiro quando você guarda seus recursos, ainda que seja por pouco tempo ou uma pequena quantidade. Exemplo: se uma pessoa ganha R$ 1.500 e usa R$ 1.000 para pagar contas, ela terá R$ 500, mas só enquanto mantiver esse dinheiro guardado (seja na conta corrente, na carteira, no colchão, na poupança, etc.).
A questão é entender que para “ter dinheiro” é preciso guardar, é preciso poupar.
Aliás, você já tem uma reserva de emergência? O que você faria se precisasse de dinheiro de forma urgente? Ter dinheiro poupado pode ser uma ótima solução nesses momentos.
Assista ao vídeo “O Pão da Avó” da série "Eu e Meu Dinheiro" do BC clicando aqui e saiba mais sobre o tema.
– Rachar a conta
Dizem que a união faz a força e que duas cabeças pensam melhor do que uma e, além disso, ainda podem rachar a conta. Mas quando se trata do orçamento familiar nem sempre é tão fácil equilibrar as finanças.
Nesse caso, a primeira dica de educação financeira é reunir a família. Afinal, é comum que cada um tenha uma visão distinta sobre o que é dinheiro e sobre como seus gastos pessoais impactam no orçamento. Entrar em acordo é, portanto, o primeiro passo.
Além disso, manter um acompanhamento frequente das contas e planejar as melhores formas de empregar as receitas familiares é fundamental.
Assistindo ao vídeo “O Piano ou a Aninha” da série de educação financeira do BC, é possível refletir mais profundamente sobre o tema.
A boa notícia é que essa ideia de “rachar a conta” tem tudo para funcionar bem. Basta observar o modelo cooperativista: as instituições cooperativas são como uma família, em que todos participam das decisões e contribuem para o mantimento da entidade (com participação econômica e direito a sobras quando os resultados são positivos).
Para saber mais, baixe grátis o e-book O Cooperativismo Financeiro é para você e descubra as vantagens de cooperar.
Assim como ocorre com "o que é dinheiro" e o que significa “ter dinheiro”, as definições para “ganhar bem” também costumam variar de pessoa para pessoa.
O importante, nesse contexto, é entender que, independentemente de quanto você ganha, os seus gastos precisam estar limitados a esse valor.
– Ganhar bem
Gastar mais do que se ganha, contar com uma quantia ainda não recebida e comprar sem saber se vai haver dinheiro para pagar são atitudes que podem prejudicar seriamente o seu orçamento.
Em casos como esses, nem sempre ganhar mais é a solução. Existem, inclusive, pessoas que recebem salários consideravelmente altos e, mesmo assim, acabam gastando mais do que ganham.
O mais recomendável, portanto, é reservar um momento para refletir sobre seus hábitos e seu estilo de vida. Criar o costume de analisar suas contas com mais frequência, por exemplo, pode ser bastante favorável para ter melhor controle do seu orçamento. Considerar reduzir alguns de seus gastos com estilo de vida ou com supérfluos também pode ajudar.
Além disso, vale comentar aqui ainda sobre o uso responsável do crédito. Afinal, as linhas de crédito – automáticas ou não – podem, sim, ser uma boa solução financeira. Mas para isso é preciso utilizar o crédito com consciência, preferencialmente, de forma pontual.
Contar, por exemplo, com o limite do cartão ou do cheque especial como se fosse uma extensão do seu salário não é nada recomendável. Por outro lado, você pode fazer do cartão de crédito um aliado do seu orçamento se souber usá-lo com mais atenção.
Da mesma forma, as demais linhas de crédito também podem ser úteis para diversos propósitos. Mas antes de solicitar um empréstimo ou um financiamento, é fundamental planejar como você vai quitar essa despesa somada aos seus gastos habituais.
– O gastador e o poupador
Há quem diga que dinheiro é para gastar. E é verdade. A questão é que estamos todos limitados às nossas receitas e, por isso, cada gasto representa uma escolha.
Em outras palavras, dinheiro é, sim, para gastar. Mas pode ser para gastar agora ou depois. Pode ser gasto com uma necessidade ou com um desejo, com um sonho ou com algo trivial.
Sabendo disso, há também muita gente que, pelos mais diversos motivos, opta por economizar e poupar uma parte de seus recursos, seja pensando no futuro da família, seja para realizar um sonho, seja para investir ou até pelo simples costume de economizar para qualquer emergência.
O vídeo “Filhos da Mama” da série “Eu e Meu Dinheiro” do BC trata sobre essa questão.
Só que nem sempre é preciso encontrar-se em um desses extremos. O ideal mesmo é ter educação financeira e consciência sobre suas escolhas de consumo e sobre o impacto de cada um delas no seu orçamento, assim como no meio ambiente e na sociedade.
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