Como sair do aluguel?

E será que realmente vale a pena?

Guia de Bolso | 26 de agosto de 2015
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Como sair do aluguel?
Como sair do aluguel?

Sonhar com a casa própria faz parte da cultura do brasileiro. De acordo com pesquisa da Voltage e da Bridge Research, este é o maior objetivo financeiro de 46% da população do país. Isso porque, historicamente, o investimento em imóveis tem se mostrado atraente pela segurança material e financeira. Ou como muitos dizem por aí: “melhor pagar pelo que é meu”.

Mas será mesmo?

A situação econômica do Brasil e do mundo tem mudado bastante. O estoque de imóveis a venda no país é elevado e, segundo estudo da Proteste, o custo total de um imóvel financiado subiu cerca de 8% até março deste ano em relação a julho de 2014. Além disso, hoje, o aluguel pode sair até 60% mais barato que as prestações iniciais de um imóvel equivalente.

Alugar ou comprar?

Depende. As duas decisões têm vantagens e desvantagens e, optar por uma delas, vai depender muito do seu perfil, dos seus objetivos e da sua situação financeira.

Veja uma breve comparação:

ALUGAR

COMPRAR

Se a sua decisão é comprar, algumas dicas:

1 – Tenha um planejamento financeiro.

Para saber sua real situação financeira, é necessário ter tudo na ponta do lápis, para ter real noção do quanto você ganha, do quanto gasta, do que pode poupar e do que pode investir. Comece baixando o KIT DE FERRAMENTAS PARA FINANÇAS PESSOAIS e preenchendo sua planilha financeira.

2 – Tenha um aluguel barato

Se a sua decisão é comprar um imóvel, primeiro economize com o valor do aluguel. O ideal é que o aluguel custe no máximo 0,5% do valor do imóvel arrendado. E para economizar, ele dever custar até 20% da sua renda, valor inferior ao que você pagaria por uma parcela de um financiamento.

3 – Pesquise bem os imóveis a venda

Pesquise, avalie as condições do bairro, do condomínio e, se possível, até a vizinhança. Negocie bem. Evite demonstrar demasiado interesse. E cuidado com a paixão à primeira vista. Analise impostos de transmissão, taxas bancárias, avaliações do imóvel, juros de financiamento, custos de mudança, etc.

4 – Poupe a diferença entre o seu aluguel e o valor da parcela

Se você paga um aluguel de R$ 600 hoje e teria condições de pagar uma parcela de até R$ 1.000,00 em um financiamento, é melhor continuar no aluguel, guardando os R$ 400 de diferença na poupança. Dessa forma, em menos de 20 anos é possível comprar um imóvel de até R$ 100 mil à vista. Acha que 20 anos é muito tempo? E um financiamento em 30 anos também não é?

5 – Prefira comprar à vista

Para a maioria dos brasileiros, isso pode parecer impossível, sendo o financiamento a alternativa mais viável. Mas será que não se trata de um imediatismo? Veja o que realmente acontece, ao longo dos anos, em cada situação:

- SITUAÇÃO 1 – FINANCIAMENTO

- Valor do imóvel desejado: R$ 200 mil

- Valor da renda total da família por mês: R$ 5 mil

- Valor máximo que pode ser investido na parcela (30% da renda): R$ 1,5 mil

- Entrada: R$ 50 mil (digamos que já esteja na poupança)

- Financiamento: R$ 150 mil

- Prazo: 420 meses

- Considerando a taxa de juros = 0,79% ao mês

- Pagamento relativo às parcelas após 420 meses: R$ 598.118,36

- Valor total pago após 420 meses: R$ 648.118,36

 

Resultado: após 35 anos, terá sido pago três vezes e meia o valor do imóvel.

 

- SITUAÇÃO 2 – POUPANÇA + COMPRA À VISTA

 

- Valor do imóvel desejado: R$ 200 mil

- Valor da renda total da família por mês: R$ 5 mil

- Valor máximo que pode ser investido na parcela (30% da renda): R$ 1,5 mil

- Entrada: R$ 50 mil (digamos que já esteja na poupança)

- Valor pago de aluguel atualmente (20% da renda): R$ 1 mil

- Poupar a diferença entre o valor do aluguel e da parcela: R$ 500 ao mês

- Total investido em 120 meses (incluindo entrada inicial): R$ 110 mil

- Total ganho em juros compostos: R$ 89.258,11

- Valor total em poupança após 120 meses: R$ 199.258,11

 

Resultado: em pouco mais de 10 anos é possível comprar o imóvel à vista, pelo preço justo.

 

6 – Se não for possível, reduza ao máximo o tempo do financiamento

Para financiar um imóvel, bancos comuns costumam exigir no mínimo 20% do valor total como entrada do negócio. Mas o ideal é dar pelo menos 40% do valor total do imóvel como entrada e financiá-lo no menor tempo possível, para que seja menor a incidência de juros e para correr menos riscos de variar a sua situação financeira e a do país.

Outra boa dica pra quem pretende financiar é que as cooperativas financeiras chegam a ter taxas de juros até 20% menores do que os bancos comuns.

Saiba mais aqui.

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