As vantagens do empréstimo coletivo

Conheça o modelo peer-to-peer lending e saiba como aproveitá-lo.

Vantagens da Cooperação | 17 de julho de 2017
empréstimo
empréstimo coletivo
Vantagens

 

Já imaginou poder fazer um empréstimo sem ter um banco como intermediário? Você se relacionaria diretamente com o(s) investidor(es) e pagaria menos taxas, certo? Certo; é exatamente assim que funcionam os empréstimos coletivos – também chamados peer-to-peer lending (P2P). E tudo isso ainda pode ser feito online com o auxílio das Fintechs.

Fintech é um termo originado da junção entre as palavras finance e technology (finanças e tecnologia, em português) e refere-se a empresas que oferecem serviços financeiros com base nas novas tecnologias. Assim, em geral, são empresas digitais, funcionando como plataformas na Internet ou em aplicativos mobile.

Algumas Fintechs – como as brasileiras Biva e Nexoos – dedicam-se, justamente, a conectar empresas ou pessoas que precisam de empréstimo com investidores. Assim, o tomador de empréstimo pode receber aportes de um ou mais investidores (por isso, empréstimo coletivo), sem precisar do intermédio de um banco.

A ideia enquadra-se no conceito de crowdsourcing – em que a inteligência, o conhecimento ou os recursos coletivos são usados na resolução de algum problema. Um exemplo de crowdsourcing é o crowdfunding (ou financiamento coletivo) – quando uma multidão se reúne para dar suporte financeiro a um projeto (como um filme) ou a uma iniciativa (como uma startup). Já no caso do peer-to-peer lending (ou empréstimo coletivo) o foco são empréstimos, principalmente para empresas, conectando diretamente o tomador do empréstimo e um ou mais investidores.

Saiba mais sobre crowdfunding.

Conheça, então, quais as vantagens do empréstimo coletivo, especialmente para empreendedores de micro e pequenos negócios:

 

1 - Taxas de juros competitivas

Por conectar tomadores de empréstimo e investidores mais diretamente, as plataformas de empréstimo coletivo cobram taxas de juros menores, variando, em geral, entre 1,6% e 6,5%. Essas percentagens são bastante competitivas se comparadas às cobradas por bancos comuns. Aliás, essa comparação revela outra vantagem do modelo P2P:

 

2 - Pouca burocracia

Em um banco comum, as modalidades de crédito com liberação automática (como cheque especial ou rotativo do cartão), geralmente, estão associadas a altos juros. E mesmo nas modalidades com juros menores (como o cartão BNDES ou o microcrédito), há uma boa dose de burocracia envolvida (a exemplo de visitas técnicas, demonstrativos financeiros, garantias, comprovação de enquadramento da atividade empresarial, etc.).

Nas plataformas de empréstimo coletivo, por outro lado, a burocracia é reduzida. Para começar, não costuma ser necessário apresentar garantias. E empreendedores com restrições no próprio nome ou no nome da empresa não são, necessariamente, excluídos do empréstimo coletivo. A aprovação dependerá do nível de restrição.

Mas é preciso estar atento a alguns pontos antes de pedir um empréstimo coletivo, como:

– ter, pelo menos, 18 anos de idade;

– ser cidadão brasileiro com residência no país;

– possuir conta corrente bancária individual no seu nome;

– ter pelo menos 15 meses de constituição da empresa;

– não ser pessoa politicamente exposta.

Exceto por essas observações, o processo costuma ser rápido: o empreendedor se cadastra e envia os documentos solicitados, incluindo também o valor do empréstimo, o prazo de quitação e a finalidade do dinheiro. Tudo isso online, a qualquer hora, de onde estiver. Caso a proposta do empreendedor seja aprovada pela plataforma, ela é aberta para que os investidores interessados possam financiá-la. Ao atingir 100% do valor requisitado pelo empreendedor, o crédito é liberado na conta dele (se, pelo contrário, os investidores não se interessarem pela apresentação do empreendedor, ele poderá não ser financiado).

 

3 - Divulgação do projeto e visibilidade da empresa

Além das vantagens financeiras mais diretas, cadastrando-se em uma plataforma para solicitação de um empréstimo coletivo, o empreendedor está divulgando sua empresa e seu projeto para múltiplos investidores.

Ou seja, paralelamente ao ganho financeiro, a empresa também pode chamar mais atenção para seus projetos, atraindo mais visibilidade para o negócio e quem sabe, até, angariando mais alguns clientes, fãs e seguidores da marca.

 

4 - Feedback imediato

Outra vantagem (ainda que indireta) dos empréstimos coletivos é saber o que os investidores pensam sobre sua empresa, se acreditam ou não em seu projeto – o que pode lhe permitir confirmar ou otimizar sua iniciativa.

A fundadora do Instituto Alpha Lumen (IAL), Nuricel, comenta: “Eu precisava de investimento para ampliar a estrutura. Quando comecei a procurar apoio nas instituições financeiras, me assustei. Tudo demandava infinitos demonstrativos e eu tive a impressão de que não tinha valor como cliente. No banco, não há sinergia alguma com o que é construído pelo empreendimento nem o compromisso em viabilizar o seu sucesso. Com o peer-to-peer lending, a história foi outra; bem diferente. A empresa foi parceira, acreditou no nosso trabalho e investiu no nosso sucesso. Não houve burocracia alguma. Eles estudaram nosso trabalho e acreditaram no nosso desenvolvimento. O investimento que conseguimos na plataforma foi crucial para alavancar oportunidades para a empresa. Estamos abrindo a segunda unidade e dobrando o número de estudantes atendidos pelo IAL. Esse aumento de massa crítica nos permitirá gerar mais projetos de multiplicação, o que gerará mais visibilidade e ampliará mais o número de estudantes, num círculo virtuoso”.

 

ATENÇÃO: analise bem suas opções.

Antes de pedir um empréstimo coletivo, analise a confiabilidade da plataforma. Em Fintechs seguras, a liberação do empréstimo passa por análise de crédito, antifraude e comportamental. Além disso, deve haver proteção dos empreendedores e investidores por meio de parceria com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Outra opção a considerar, para quem deseja empréstimo com juros baixos e menos burocracia são as cooperativas financeiras. Essas instituições financeiras fazem parte do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e oferecem os mesmos serviços e produtos financeiros que bancos comuns. Mas, como não tem fins lucrativos, podem cobrar taxas de juros bem menores. Avalie essa interessante alternativa.

Conheça, por exemplo, o Sicoob, o maior Sistema Cooperativo Financeiro do país.

Gostou dessa dica? Cooperação começa por aqui, compartilhe esse conhecimento.


    Artigos que você também pode gostar