Com garra, coragem e muito talento, as mulheres têm conquistado cada vez mais seu espaço na sociedade. Ao longo dos anos, muitos obstáculos sociais e profissionais já foram superados, facultando mais independência e oportunidades às mulheres. Mas há ainda um importante caminho a ser percorrido.
Nesse contexto, o cooperativismo destaca-se como um modelo socioeconômico guiado por valores de ajuda mútua, democracia, igualdade, equidade e solidariedade, com oportunidades, responsabilidades e benefícios comuns a todos, sem discriminação.
Não é à toa que a participação feminina no mundo cooperativo aumenta cada vez mais. Afinal, muitas mulheres identificam-se com os valores mais humanos e éticos do cooperativismo. E além disso, unir forças para cooperar sempre traz resultados positivos, ainda mais com as mesmas oportunidades para todos.
– A gestão democrática e a participação feminina
A democracia não é só um princípio abstrato do cooperativismo. Ela é praticada. Cooperativas são instituições de gestão democrática. As decisões são tomadas com conhecimento e participação de todos. Todos os cooperados têm o mesmo direito de votar e de ser votado, sendo que o voto é igualitário, independente do perfil, condição ou posses de cada um.
Ou seja, em uma cooperativa, homens e mulheres têm direitos e deveres iguais e podem participar igualmente da gestão da instituição.
– A representatividade das mulheres no cooperativismo
A importância da mulher foi percebida desde a origem do cooperativismo, em 1844, na Inglaterra. Foi uma mulher, Ana Tweedale, quem ajudou a conseguir o local onde ocorriam as reuniões e depois passou a funcionar a primeira cooperativa do mundo, a Sociedade dos Probos de Rochdale.
Desde então, a participação feminina no cooperativismo só tem crescido. Segundo dados da OCB, hoje, cerca de 52% dos cooperados brasileiros são mulheres.
Isso mesmo: as mulheres já representam mais da metade dos cooperados em todo o país. E são inúmeros os casos das mulheres que ocupam cargos gerenciais no ramo cooperativo, das mulheres líderes de cooperativas e, inclusive, de cooperativas formadas exclusivamente por mulheres.
Só para citar alguns exemplos:
- as atuais gerentes gerais do SESCOOP e da OCB são mulheres: Karla Oilveira e Tânia Zanella, respectivamente.
- Representando nacionalmente o ramo das Cooperativas de Produção, está Márcia Maria Oliveira, do Rio Grande do Norte.
- À frente da OCB/MS, está a superintendente Dalva Garcia Caralamac.
- Cibely Antônia é a mulher que fundou uma das maiores cooperativas de reciclagem e serviços do Rio de Janeiro.
- Helena Rozângela Mattos Centurião é presidente de uma cooperativa educacional de sucesso no Mato Grosso do Sul.
- Sandra Araujo de Oliveira é presidente de uma cooperativa de saúde odontológica, também no Mato Grosso do Sul.
E essa lista poderia se estender muito e muito mais. Afinal, são diversos e absolutamente fundamentais todos os papéis que as mulheres desempenham, tanto no âmbito cooperativo (e no mercado como um todo), quanto na família e na sociedade.
Isso sem contar que a Associação Cooperativa Internacional - ACI - também é presidida por uma mulher, Monique Leroux, que assumiu, em 2015, o cargo de outra mulher, Dame Pauline Green.
Assim, a representatividade, importância e valorização da mulher dentro do universo cooperativista segue crescendo.
– O papel da mulher na evolução do cooperativismo
As mulheres assumem cada vez mais papéis de destaque no cooperativismo. Para o conferencista Eduardo Shinyashiki, a liderança está cada vez mais feminina.
Shinyashiki foi convidado do 15º Encontro de Mulheres Cooperativistas, ocorrido em setembro do ano passado em Santa Catarina. E comentou: “Estamos falando de acolhimento ao invés de pressão, cobrança e crítica. Estamos falando de saber ser multifuncional, não simplesmente no sentido de dar ordem, mas de se engajar e estar junto participando. Essas são qualidades extremamente femininas”.
Para o presidente da OCESC e do SESCOOP/SC, Marcos Antonio Zordan, “a mulher é mais detalhista, metódica e leal aos princípios do cooperativismo, não falta às reuniões e estimula, por via de consequência, a participação do homem. Sua presença contribuiu para harmonizar as diferenças, atenuar as tensões, fortalecer os pontos de convergência e realçar os interesses comuns”.
Você já conhece o maior sistema cooperativo de crédito brasileiro, o Sicoob?