O modelo socioeconômico cooperativista teve origem na Inglaterra – nos tempos da Revolução Industrial – como uma alternativa a modelos tradicionais como o capitalismo e o comunismo, propondo o esforço comum de um grupo para alcançar benefícios também comuns a todos.
Desde então, o cooperativismo tem se expandido por todo o mundo e ganhado cada vez mais adeptos. Pessoas que percebem na cooperação uma estratégia certeira para todos, juntos, irem mais longe.
Mas podem ser diversos os motivos e objetivos que levam essas pessoas a cooperarem entre si. Veja só:
– Tipos de cooperativas pelo mundo
Os tipos de cooperativa variam conforme os interesses do grupo cooperado.
Conheça os 13 ramos de cooperativas que atuam no Brasil
– O cooperativismo mundial em números
O último Censo Global do Cooperativismo, realizado pela ONU*, apontou a existência de mais de 2,6 milhões de cooperativas em todo o mundo, somando mais de 1 bilhão de membros e clientes.
O estudo também indica mais de 12,6 milhões de postos de trabalho gerados por empreendimentos cooperativos. Sendo que esse número não inclui as 982.400 cooperativas agrícolas da China, cujos dados sobre emprego não estavam disponíveis na época da pesquisa.
O Censo Global do Cooperativismo ainda destaca que a França é o país com maior número de cooperados (membros e clientes), mas a Nova Zelândia é o país com maior geração de empregos cooperativos.
Entre os ramos cooperativos, as agropecuárias são as que mais se destacam em número de cooperativas (mais de 1 milhão), enquanto as cooperativas financeiras são as que reúnem maior quantidade de membros (mais de 700 milhões).
– O crescimento do cooperativismo em todo o mundo
De acordo com a edição de 2016 do Observatório Mundial das Cooperativas**, as 300 maiores cooperativas do mundo apresentaram crescimento de 7% no período, com faturamento de U$ 2,53 bilhões, um incremento de 7,20% em relação dos US$ 2,36 que foi apresentado em 2015.
Na França, estão três das maiores cooperativas mundiais: a maior cooperativa financeira do mundo, a maior de consumo e a maior de viagens e turismo. A maior cooperativa industrial é da vizinha Espanha. Já a maior cooperativa de seguros global é norte-americana. Enquanto a República da Coréia tem a maior cooperativa agrícola do mundo. E o Brasil também se destaca no ranking, com a maior cooperativa social (de saúde) do planeta, a Confederação Nacional das Cooperativas Médicas Unimed do Brasil.
– O importante papel do cooperativismo
Muito mais do que um simples modelo de negócios, o cooperativismo tem sido visto como uma alternativa viável e eficaz para o desenvolvimento sustentável das nações.
O próprio Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon destaca que “as cooperativas desempenham um papel importante em muitas sociedades. Acreditamos que elas possam dar contribuições significativas para o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em termos de geração de emprego, erradicação da pobreza, redução da fome e da desigualdade”.
O Secretário-Geral ainda salienta o importante papel dos diversos tipos de cooperativas, sendo que, as agrícolas ajudam a melhorar a produtividade de pequenos produtores, facilitando seu acesso à tecnologia, ao crédito, à novos mercados, etc. As cooperativas sociais, por sua vez, podem constituir uma importante rede de segurança nos casos em que o bem público diminui ou é mínimo. Em outro exemplo, as cooperativas financeiras são, em alguns casos, alternativas únicas de dezenas de milhares de pessoas que vivem na pobreza.
Para Guy Ryder, diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), “as cooperativas não são uma ideia nova, mas são mais relevantes do que nunca se olharmos para os desafios de desenvolvimento e para as oportunidades que o mundo enfrentará nas próximas décadas”.
Conheça o maior sistema cooperativo financeiro do país, o Sicoob.
*Último Censo Global do Cooperativismo, executado pela Dave Grace & Associates, por solicitação do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, em 2014, disponível, em inglês, aqui.
**O Observatório Mundial das Cooperativas se realiza em cooperação com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e com o Instituto Europeu de Investigação sobre Cooperativas e Empresas Sociais. O relatório completo está disponível, em inglês, aqui.