Quais os custos para criar um filho?

Dicas para se planejar melhor e para economizar.

Guia de Bolso | 17 de outubro de 2016
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Quais os custos para criar um filho?
Quais os custos para criar um filho?

Muita gente diz que criar um filho pode ter um alto custo envolvido. Mas será que é possível fazer uma estimativa de todo esse custo? Dá para se planejar? E, afinal, que tipos de gastos incluem esse planejamento?

É claro que o custo para criar um filho pode variar muito, dependendo da condição financeira dos pais, bem como dos princípios e valores com que pretendem educar os filhos. Mas existem, sim, algumas estimativas.

Segundo Adriano Maluf Amui, professor da ESPM e presidente do Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (INVENT), os gastos básicos incluem alimentação, educação, saúde e lazer; mas há também muitas outras despesas ao longo do crescimento da criança.

O professor fez os cálculos para descobrir o custo médio de criar um filho até os 23 anos. Veja:

- para famílias com renda de até R$ 2 mil/mês – R$ 53,7 mil

- para famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 6 mil – R$ 407,1 mil

- para famílias com renda entre R$ 6 mil e R$ 25 mil – R$ 948,1 mil

- para famílias com renda acima de R$ 25 mil – mais de R$ 2 milhões

As somas podem parecer um pouco assustadoras. Mas são importantes para demonstrar a relevância de um bom planejamento financeiro.

Aliás, para se planejar melhor, confira quais são os gastos mais comuns em cada etapa da criação da criança. E fique atento também a algumas dicas para garantir maior tranquilidade financeira.

– Planejamento e gestação

Muitas vezes, a decisão de ter um filho inclui também outras decisões importantes, como, por exemplo, trocar de apartamento, ampliar a casa, trocar de carro ou comprar um.

A preparação do quarto do bebê também deve ser levada em consideração. Os gastos envolvidos, nesse caso, vão desde um simples berço até pelúcias, nichos, tapetes, papéis de parede e móbiles, a depender da vontade e condição dos pais.

Outros custos a se levar em conta nesse período são os itens de enxoval e produtos de higiene. Por isso, o chá de bebê é a primeira oportunidade para quem quer economizar. Se esse for o caso, em vez de uma festa suntuosa, é melhor optar por um chá simples, planejando bem os presentinhos pedidos para gastar menos com o enxoval.

Leia também: Dicas para economizar no enxoval do bebê.

Um plano de saúde também pode ser um investimento importante, já que a mamãe precisará de vários exames e consultas pré-natal. Além disso, muitos planos ainda costumam cobrir a internação da gestante e o berçário (só é preciso estar atento à exigência de carência). Se forem pagos à parte (particular), esses gastos podem ultrapassar facilmente os R$ 4 mil. A não ser que os pais prefiram fazer todo o acompanhamento pelo SUS. A rede pública também oferece bons hospitais infantis com maternidade.

– Do nascimento aos cinco anos

Ao nascer, em geral, a criança alimenta-se apenas do leite materno. Mas há diversos casos em que a criança não pode se alimentar do peito e precisa de alimentação especial. Isso geralmente significa caras latas de leite em pó especial.

As roupinhas também são um custo constante após o nascimento. O bebê cresce rápido e, em geral, uma roupinha costuma ser usada poucas vezes antes que não sirva mais na criança. Por isso, a doação e a troca de roupinhas infantis é uma prática cada vez mais comum. Se quer economizar, entre em contato com outras mães e verifique essa possibilidade.

Nessa fase da infância, contar com um plano de saúde também é uma boa ideia. A criança certamente precisará de um pediatra e, com um plano de saúde, os pais podem ficar mais tranquilos nessa situação. Já no caso das vacinas, a rede pública brasileira oferece todas as doses necessárias.

Outro custo a se considerar nesse período pode ser a creche. Se os pais trabalham e a criança não tem com quem ficar, a creche pode ser uma alternativa.

E não deixe de levar em conta também as festinhas de aniversário (alguns pais de primeira viagem costumam exagerar nos gastos das festas de seus pequenos), os brinquedos, os presentes para festinhas de coleguinhas, etc.

– Dos cinco aos 10 anos

A criança já está mais crescidinha e começa a demonstrar suas próprias vontades. Nessa fase, além dos gastos básicos com saúde, alimentação, etc., os pais ainda terão que lidar com os novos desejos da criança. E é bem comum que elas sejam influenciadas em seus desejos de consumo pelos coleguinhas da escola, por exemplo.

Para o professor Amui, “a geração atual é educada digitalmente e conhece os aparelhos eletrônicos. também gosta de imitar os amigos, como os que viajam à Disney”. Maluf Amui ainda comenta que há uma pressão social entre os próprios pais. “Eles gostam de mostrar o que oferecem aos filhos”.

Por outro lado, essa pode ser uma ótima fase para começar a dar melhores noções de educação financeira para a criança. Um exemplo: se o filho pede um presente caro, em vez de os pais fazerem malabarismos para comprar, podem mostrar à criança que toda realização depende de um esforço, pedindo a ajuda do filho para reduzir algumas contas para assim conseguir fazer a compra. Estimular que o filho comece um cofrinho para realizar algo que queira também é importante.

E por falar em aprendizados, outro custo bastante relevante nessa fase é a escola, o que envolve também uniformes, material e transporte escolar. Além disso, ainda devem ser considerados os cursos extra curriculares, como natação, balé, idiomas, etc.

– Dos 10 aos 18 anos

Perto da adolescência, os custos desembolsados com a educação dos filhos chegam a cerca de 40% dos gastos totais.

Os gastos com lazer e entretenimento também aumentam. Afinal, a criança já não é mais tão criança, começa a definir melhor sua personalidade, seu estilo e muitos de seus gastos nesse período estão relacionados a gostos.

Uma opção interessante para os pais continuarem o processo de educação financeira e manterem o orçamento em ordem é considerar oferecer uma mesada ao filho, desde que este passe a custear sua diversão. Se o filho gastar tudo antes do fim do mês, não vale complementar o valor. A ideia é deixar o adolescente perceber a necessidade de poupar para planos futuros.

A propósito, um plano comum a esse período é o sonhado intercâmbio. Mas é preciso analisar se a viagem cabe no orçamento da família. Certamente, a experiência é enriquecedora, mas pode ser preferível adiar os planos do que se endividar.

– A partir dos 18 anos

Quando o filho completa 18 anos, muitos pais querem presenteá-lo com um carro. Para isso, uma boa dica é fazer um investimento desde o nascimento da criança. Segundo Adriano Amui, “se você investir R$ 100 por mês desde o nascimento do seu filho, com renda de 10% ao ano, terá poupado R$ 57.670,00 em 18 anos”.

A ideia da poupança também vale para financiar a faculdade do filho, caso o jovem ainda não tenha começado a trabalhar e o pai tenha que continuar custeando os estudos. Mas nessa fase é importante que o filho comece a ser estimulado a procurar um estágio. Com experiência, é mais fácil conseguir um emprego após o término da faculdade. E o próprio estágio pode ser um trampolim profissional.

Quais os custos para criar um filho?

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