Se empreender é um desafio, empreender sozinho é um desafio ainda maior. E por que não empreender em conjunto, então, aproveitando as habilidades, conhecimentos e competências de todo um grupo de empreendedores? Essa é a ideia geral por trás do Empreendedorismo Coletivo. Um conceito que tem tudo a ver com a cooperação.
Na Série Empreendimentos Coletivos, elaborada pelo Sebrae, comenta-se, a esse respeito, que “a cooperação entre as empresas tem se destacado como um meio capaz de torná-las mais competitivas”.
Os especialistas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ainda acrescentam que “aprender a trabalhar em conjunto, estabelecendo e mantendo relações de parceria, passa a ser uma nova fronteira para ampliar a competitividade dos pequenos negócios”.
Mas quais são, exatamente, as vantagens do Empreendedorismo Coletivo? Acompanhe:
Uma das dificuldades na hora de empreender está relacionada aos recursos necessários – dinheiro, máquinas, estruturas, etc.
Há casos em que a escala de produção não é suficiente para a aquisição de novos recursos necessários, bem como outras situações em que máquinas e equipamentos estão ociosos e poderiam ser liberados para outros fins.
Uma saída estratégica, para casos como esses, pode ser o compartilhamento de recursos, criando uma forma de uso cooperativo dos bens e aumentando, assim, a eficácia operacional de todos os envolvidos.
Trata-se do compartilhamento de conhecimentos e habilidades, de forma intencional e organizada. Normalmente, ocorre com mais frequência como forma de solucionar demandas pré-existentes dentro de uma empresa, do que entre empreendedores autônomos. Mas essa prática também pode ter excelentes resultados. Afinal, com o esforço cooperativo no sentido de incrementar o conhecimento geral, pode-se aumentar a eficácia operacional de todas as partes.
Quando empreendedores trabalham juntos, cooperativamente, ganham escala e, assim, podem ter acesso a melhores condições de negociação. Essa prática já é comum em modelos organizados formalmente, como nas cooperativas, nas associações, nas centrais de negócios e nas redes empresariais.
Produtores rurais que se associam a cooperativas agrícolas, por exemplo, podem ampliar seu alcance de mercado, conseguindo também melhores preços em seus produtos. Ou seja, os benefícios decorrentes da melhoria das condições de compra de insumos e da venda de produtos são mais palpáveis.
Trabalhar de forma cooperativa e organizada aumenta a eficácia na hora de se relacionar com o mercado. É possível, por exemplo, trabalhar em conjunto para melhorar uma condição de fiscalização, para promover uma sensibilização de mercado, para alterar uma legislação, etc.
A questão é que, cooperando, consegue-se maior poder de barganha, de mobilização e de negociação. E essa é mais uma vantagem do Empreendedorismo Coletivo.
Para conseguir lançar inovações tecnológicas – tão em evidência no momento – são necessárias muitas pesquisas, testes e investimentos. O que poderia significar perda de competitividade para pequenas empresas que não tem como apostar recursos na área. Aliás, a limitação tecnológica pode significar muitas dificuldades no futuro.
Uma forma de viabilizar pesquisas tecnológicas e outros avanços similares é dividir o investimento com outros empreendedores/empresas que também tenham interesse nos resultados. Outro modo cooperativo de aumentar a eficácia operacional.
Com o Empreendedorismo Coletivo, é possível realizar o compartilhamento de estruturas, recursos e conhecimentos. Com isso, torna-se viável a criação e a oferta de melhores produtos e serviços.
Há empresas que buscam obter esses ganhos por meio de fusões, por exemplo. Mas, muitas vezes, é possível chegar a resultados melhores por meio de negociações e acordos cooperativos, sem que seja preciso abrir mão da sua identidade empresarial.
Quando se fala na exploração de novos mercados ou na experimentação de novas técnicas, os custos envolvidos costumam ser altos.
Porém, isso pode ser superado de forma cooperativa. As empresas podem, por exemplo, dividir os custos da participação em feiras e eventos, compartilhar pesquisas de mercado e trabalhar em conjunto na construção de marcas.
Se os interesses são comuns, pode-se atingir, pelo esforço comum, resultados bons para todos.
Em um mercado cada vez mais exigente, obter certificações é uma das maneiras de se alcançar diferenciais competitivos em diversos ramos de atividades empresariais. Mas, para isso, costumam ser necessárias adequações do processo produtivo, melhorias no produto, entre outros investimentos.
Também nesse caso, cooperar pode ser a forma mais indicada para viabilizar a obtenção de certificações coletivas de grupos organizados de pequenas empresas. Nesse sentido, o Empreendedorismo Coletivo facilita e racionaliza o processo de obtenção de certificação, além de ser fundamental ao processo de manutenção e gestão da condecoração.
Já é comprovado que a cooperação é uma forma eficaz de facilitar o acesso ao crédito saudável e a outros serviços financeiros de forma mais vantajosa, acelerando, assim, o desenvolvimento dos pequenos negócios.
As cooperativas de crédito são ótimos exemplos de empreendimentos coletivos desse tipo, oferecendo os mesmos produtos e serviços de um banco comum, só que com taxas bem menores, além da distribuição de sobras, entre outras vantagens.
Aliás, você já conhece o maior Sistema Cooperativo Financeiro do Brasil, o Sicoob?
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