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5 dicas de investimentos para autônomos

Quem é profissional liberal ou autônomo costuma ter maior liberdade e flexibilidade em relação a horários e processos. Por outro lado, a renda mensal de quem trabalha por conta própria também costuma variar. Como, então, organizar-se para investir?

Afinal, investir é o que vai fazer o seu dinheiro começar a trabalhar para você e render mais. Mas como investir sem ter certeza de quanto você ganha por mês ou se vai precisar daquele dinheiro no mês seguinte, por exemplo?

A solução é entender melhor seu orçamento e planejar-se melhor. Para isso, confira estas 5 dicas especiais para autônomos que querem começar a investir:

 

1 – Separe as contas

O maior problema de muitos profissionais autônomos é não separar as contas pessoais das contas da empresa. Quer dizer, os problemas começam por aí. Porque a mistura dos orçamentos pode gerar diversas confusões, seja no fluxo de caixa do dia a dia ou na hora da declaração de receitas.

Então, a primeira dica é separar as contas, de preferência, procurando uma boa instituição financeira para criar uma conta PJ a parte para a empresa e fazendo os cálculos de seus orçamentos de maneira independente um do outro.

Mesmo que seu local de trabalho seja em sua própria residência, você pode, por exemplo, dividir em duas partes a conta de luz e contabilizar metade para a empresa e metade em suas contas pessoais.

Leia também:

 

2 – Entenda as contas

Após separar definitivamente as contas PF e PJ, analise cada um dos seus orçamentos. Quanto sua empresa arrecada por mês? Quanto custa mantê-la? Qual a média de valor dos seus gastos pessoais?

Para muitos economistas, o segredo está em entender que, apesar do autônomo ser seu próprio patrão, a sua empresa deve pagar o seu salário (correspondente a sua média de gastos) e o que sobra de lucros (diferença de ganhos da empresa e gastos pessoais) pertence à empresa e deve ser usado como reserva ou investimento no negócio.

Essa mudança de visão pode ajudar os profissionais autônomos a transformarem sua empresa de uma “forma de sustento” em um negócio de sucesso.

O próximo passo é começar a investir na prática.

 

3 – Invista

Uma boa forma de você saber quanto pode investir por mês é analisando seu orçamento. Sendo autônomo, é recomendável que essa análise seja de longo prazo, verificando notas, extratos e faturas dos últimos seis meses, pelo menos.

Calcule o lucro mensal de sua empresa somando os ganhos e subtraindo as despesas que teve. E descubra qual sua média mensal de lucro somando o total de cada mês e dividindo pelo número de meses.

Calcule também sua média de gastos pessoais, somando todas as suas despesas mensais e dividindo pelo número de meses.

Exemplo:

Lucros da empresa (receitas – despesas)

Dez: R$ 2 mil | Jan: R$ 3 mil | Fev: R$ 4 mil | Mar: R$ 1 mil | Abr: R$ 2 mil

2 + 3 + 4 + 1 + 2 = 12 (÷ 6) = 2 mil (média de lucro/empresa)

 

Gastos pessoais

Dez: R$ 1,5 mil | Jan: R$ 2 mil | Fev: R$ 2,5 mil | Mar: R$ 1,5 mil | Abr: R$ 1,5 mil

1,5 + 2 + 2,5 + 1,5 + 1,5 = 9 (÷ 6) = 1,5 mil (média de gastos pessoais)

 

Esses cálculos, relativamente simples de fazer, são essenciais para o profissional autônomo planejar melhor suas finanças e também para saber em que meses tem margem para investir e quanto pode investir.

 

4 – Em que aplicações investir?

O primeiro passo, antes de começar a diversificar suas aplicações, é criar uma reserva financeira da sua empresa (assim como você já deve ter a sua reserva de emergência pessoal).

Ou seja, para os primeiros lucros poupados da sua empresa, o destino pode ser mesmo a poupança da sua conta PJ. Afinal, essa reserva visa assegurar sua empresa em caso de imprevistos e, por isso, deve contar com liquidez total, sem importar muito o rendimento desse montante.

Tendo garantida essa reserva, você deve começar a informar-se sobre os tipos de aplicações financeiras existentes no mercado. Uma boa dica para isso é baixar gratuitamente o e-book Investimentos.

A escolha das aplicações mais indicadas para fazer o seu dinheiro render vai depender do seu perfil de investimentos (mais conservador ou mais agressivo), da quantia a ser investida, do tempo que você pretende deixar seu dinheiro aplicado e dos seus objetivos de investimento.

O planejador financeiro Valter Police Júnior ainda faz um alerta para os profissionais que não contam com salário fixo, sobre a liquidez dos investimentos escolhidos. Para Police, “a própria poupança e o CDB são produtos interessantes para formar o que chamamos de ‘colchão de liquidez’. Se você investir em ações, por exemplo, pode ter que vender os papéis na baixa em caso de emergência.”

Quem procura mais rendimentos e juros menores também deve ficar atento a aplicações como os Recibos de Depósito Cooperativo (RDC), similares ao CDB e ao RDB, só que feitos por cooperativas de crédito – instituição financeira que não visa lucros.

Saiba mais em O que é RDC e quais as vantagens para você?

Em reportagem da revista Exame, respondendo a um questionamento de um profissional liberal sobre investimentos, o mestre em Economia Beto Veiga comenta ainda: “sugiro que procure um investimento em título de renda fixa, de preferência LCA, que tenha uma remuneração superior a 85% do DI”. Outra boa dica de aplicação para autônomos. Saiba mais aqui.

 

5 – Valorize seu negócio

Com os resultados de seus investimentos financeiros, é hora de investir também no desenvolvimento do seu negócio.

Inove. Expanda. Se você já chegou ao seu limite de atendimento, eleve o valor do seu serviço. E não estamos falando só do preço, mas dos motivos para que os seus clientes valorizem o seu negócio.

Se você já investe seu dinheiro, fazendo ele trabalhar para você, é hora de investir também em sua empresa, seja um investimento físico em equipamentos, seja um investimento em matéria-prima ou mão-de-obra ou ainda um investimento em qualificação profissional.

Mais do que um profissional autônomo, fazer bons investimentos pode fazer de você um empreendedor de sucesso.

 

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Photo by Nathan Dumlao on Unsplash
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