Por definição, o intercâmbio é uma troca, uma permuta. Na prática, trata-se de uma troca de culturas entre nações, uma vivência extremamente enriquecedora, que envolve a experiência de viver em outro país, o aprendizado e/ou a prática de outro idioma, a autonomia de estar longe de familiares/amigos e também um imenso crescimento pessoal, decorrente da superação de todos esses desafios.
Aliás, com a economia do país em ritmo de recessão, o desafio de conseguir juntar dinheiro para fazer um intercâmbio pode parecer ainda maior. Contudo, a especialista Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, comenta que: “é possível investir em sonhos, mesmo na crise. A diferença neste cenário desafiador é o nível de disciplina e comprometimento necessário para juntar o dinheiro que bancará o intercâmbio”.
Então, quer saber como se planejar e conseguir juntar dinheiro para fazer o sonhado intercâmbio virar realidade? Siga este passo a passo:
Hora de descobrir todas as informações que puder para fazer um bom planejamento e definir suas estratégias.
Existem diversas modalidades de intercâmbio. Pesquise e defina o melhor tipo de intercâmbio para você, de acordo com o tempo que queira ficar no país e conforme seus objetivos.
Alguns exemplos:
– Curso de idioma – de um a três meses de duração. Pode ser interessante, por exemplo, se você já trabalha e quer manter seu emprego por aqui, aproveitando as férias para ter uma experiência mais curta em outro país, com o objetivo de aprender ou aperfeiçoar o idioma.
– Ensino Médio – quem é estudante pode passar de seis meses a um ano cursando as matérias próprias de seu nível em uma instituição internacional.
– Au pair – opção para mulheres entre 18 e 26 anos, que queiram trabalhar como babás no país de destino, com um período (manhã ou tarde) dedicado ao estudo do idioma.
– Universidade ou curso profissionalizante – para quem pretende fazer cursos de Graduação, Pós-Graduação, Extensão ou Profissionalizantes, a duração do intercâmbio varia de três meses até todo o curso ou, em alguns casos, ainda são autorizados de um a dois meses a mais de permanência além da duração do curso.
– Trabalhar e estudar – modalidade que permite que o intercambista estude durante um período e trabalhe no outro. A duração costuma ser de seis meses a um ano.
Cada país tem suas próprias regras em relação a intercâmbios e vistos. É bom ficar atento. A diretora da Bridges Intercâmbio, Maria Cláudia Martins, exemplifica: “Muita gente quer ir para a Austrália, porque lá pode-se trabalhar. Mas a Austrália exige que o viajante demonstre determinado valor em conta, como premissa para a obtenção do visto. Aí a pessoa fecha o pacote, mas depois não consegue o visto. Por isso um planejamento a longo prazo é tão importante. Planejamento e conhecimento sobre o país para o qual pretende ir”.
É bom informar-se também sobre as opções de escolas/cursos/universidades, sobre as cidades e regiões, sobre o mercado de trabalho e a economia local, sobre a rotina e o custo de vida e sobre tudo mais que você tiver curiosidade. Portanto, pesquise na Internet, converse com amigos e conhecidos que tiveram experiências similares, tire dúvidas com agências de intercâmbio, enfim, informe-se.
Há instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, que oferecem bolsas de estudos, geralmente, mediante a aprovação em um processo seletivo. Conforme seus objetivos, procure esse tipo de oportunidade para diminuir seus custos. Alguns exemplos:
– Universidades – muitas universidades nacionais têm convênios com instituições estrangeiras, facilitando o acesso de seus alunos a bolsas de estudos. Universidades internacionais também costumam abrir processos seletivos para quem queira concorrer às bolsas de forma independente.
– Rotary Club – a entidade facilita o intercâmbio de jovens de 15 a 19 anos, oferecendo hospedagem em Rotary Clubs internacionais, além do pagamento de passagem, seguro viagem, documentos e despesas gerais (o custo do curso não é incluso). Saiba mais.
Uma boa ferramenta online para busca de bolsas de estudo é: bolsas.universia.net.
Além das regras estabelecidas pelo país de destino, o próprio curso/escola/universidade pode ter exigências a cumprir antes de fazer a matrícula. Podem ser documentos específicos, autenticações, legalizações junto a órgãos públicos, etc. Então, pesquise bem todos os detalhes para não ser pego de surpresa na última hora, quando não tiver mais tempo de resolver essas questões burocráticas.
DICA: crie uma pasta em seu computador para reunir todos os documentos e comprovantes que vai ter que juntar ao longo do processo. Dentro dessa pasta, crie também um documento (pode ser um documento de texto ou uma planilha de excel, por exemplo) com o detalhamento de todo o seu plano, passo a passo, estabelecendo metas a cumprir (ex.: procurar diploma, autenticar histórico escolar, fazer cópias do passaporte) e prazos para cada uma delas. Ter tudo registrado é uma boa forma de se planejar e se organizar melhor.
Momento de planejar-se financeiramente para conseguir realizar seu sonho.
Se é você mesmo quem vai financiar seu intercâmbio, é importante começar a ter melhor controle do seu orçamento, fazendo um acompanhamento frequente das suas contas. Para isso, o ideal é ter tudo registrado em uma planilha financeira, todos os seus ganhos e gastos, para visualizar tudo mais facilmente e ter melhor noção das suas possibilidades pessoais de economia.
Ainda não tem uma planilha financeira? Baixe grátis a sua aqui.
Além do preço pago pela matrícula e mensalidades do curso escolhido, que costumam ser quitados integralmente antes da viagem, você ainda terá que arcar com os gastos referentes a autenticações e legalizações de documentos, vistos e outras taxas, passaporte, seguro de saúde (pelo tempo de permanência no país de destino) e passagens. Pesquise bem todas as opções e preços. Some tudo para calcular em média quanto terá que desembolsar para começar a realizar seu sonho.
Optar por um programa de intercâmbio pode ser um facilitador de todo o processo (tendo, é claro, um custo envolvido). Nesse caso, só fique bem atento a tudo que está ou não incluso no programa. Procure o programa que tenha melhor custo-benefício de acordo com seus interesses. E não deixe de esclarecer bem todas as suas dúvidas antes de assinar o contrato.
No caso de bolsas de estudo, também é bom ficar atento ao que está ou não no pacote, prevenindo-se de eventuais contratempos.
Não adianta se planejar apenas para os gastos antes de viajar. Independente do país escolhido, você vai precisar ter uma quantia reservada para se manter no local (em alguns mais, em outros, menos). Por isso é importante fazer um bom levantamento de informações, como mencionamos na fase 1, buscando descobrir o custo de vida no local, não esquecendo de gastos com alimentação e passeios e preparando-se também para possíveis gastos extras (ex.: roupas de inverno para países frios, etc.).
Uma boa ferramenta online de comparação de custos de vida em diferentes locais do globo é expatistan.com/cost-of-living (em inglês).
DICA: não esqueça que você também precisa ter uma reserva financeira para quando voltar de viagem. A realização de um intercâmbio não garante que você vá conseguir um emprego facilmente na volta. Planeje-se para ter algum saldo quando voltar.
Se você seguir com atenção os passos anteriores, vai chegar ao valor médio necessário para a realização do seu sonho (some as quantias obtidas nos passos 6 e 7 – gastos antes, durante e depois do intercâmbio). Esse é o valor total que você precisará poupar para fazer seu intercâmbio de forma financeiramente tranquila. Mas como conseguir todo esse dinheiro (você pode estar se perguntando)? E a melhor resposta é economizando e poupando.
Observe em sua planilha financeira (que você deve ter elaborado no passo 5) o que lhe parece essencial e o que é supérfluo para você. Comece a consumir de forma mais consciente, evitando compras por impulso e lembrando que pequenos gastos podem acabar representando uma boa parte do seu orçamento. Corte o que for possível para você, de olho em seus objetivos, mas sem fazer disso um sacrifício insustentável a longo prazo. Enfim, tente reduzir seus gastos de forma a economizar uma parte do que ganha, poupando esse dinheiro para completar a soma que descobriu acima.
Fazendo uma média de quanto você consegue economizar por mês, já pode também fazer uma previsão do tempo que vai ser necessário para juntar todo o valor do intercâmbio. Não se assuste se o prazo for longo. Normalmente são necessários alguns anos para concretizar o sonho do intercâmbio. Se você tiver persistência, certamente, vai conseguir.
Para fazer com que o dinheiro que você está poupando se multiplique, uma boa ideia é investi-lo. Você vai precisar conservar uma parte do dinheiro na poupança para gastos anteriores à viagem. Mas atualmente a poupança tem apresentado rendimentos bem inferiores à outras aplicações do mercado (tão seguras quanto ou ainda mais). Portanto, considere investir uma parte da quantia poupada para fazê-la render mais. Para quem tem pelo menos um ou dois anos para investir, os títulos do Tesouro Público, os CDB’s e o RDC’s podem ser aplicações interessantes.
DICA: Outra alternativa interessante é tentar aumentar sua renda com trabalhos homeoffice ou freelancer, quem sabe aproveitando-se até de algum hobby ou talento para conseguir algum dinheiro extra.
A maneira mais recomendada de comprar moeda estrangeira é de forma parcelada, um pouco por vez. Como não dá pra prever o câmbio futuro, o ideal é comprar um pouco de moeda sempre que a cotação baixar. Acompanhe sites de cotação na Internet e vá fazendo suas reservas. É bom levar um valor em dinheiro e providenciar também um ou dois cartões internacionais de crédito e débito (com bandeiras diferentes).
Prepare-se para viajar.
No site da Polícia Federal você encontra todos os passos e documentos necessários para retirar ou renovar o seu. Em alguns casos, o processo de obtenção pode demorar um pouco, portanto, tome providências com alguns meses de antecedência. E fique atento à validade do documento: a maioria dos países exige que, na hora da entrada, o passaporte esteja válido por mais seis meses após a data marcada para retorno.
Provas de seleção para bolsas de estudos, provas de proficiência em idiomas, provas de conhecimentos culturais, entre outras; as exigências para cada intercâmbio variam. Fique atento a datas, locais de realização das provas e prazos para divulgação de resultados (em alguns casos, os resultados podem demorar alguns meses para sair). Inclua tudo em seu planejamento para se organizar melhor.
Se você cumprir com atenção a fase de levantamento de informações, já vai ter escolhido, nesta etapa, um curso de acordo com seus interesses, com dados suficientes sobre a cidade onde se localiza, bem como sobre preços e descontos possíveis no próprio curso.
Assim, munido dos documentos necessários, comprovantes e com resultados positivos nas provas exigidas, você já pode dar entrada na matrícula do curso desejado.
Alguns países exigem que seja feito um seguro de saúde pelo tempo de permanência no país. De qualquer forma, ter um seguro de saúde internacional pode ser considerada uma atitude bastante prudente, para estar preparado para qualquer emergência médica longe de casa. Com a matrícula do intercâmbio encaminhada, é hora de dar entrada no seu.
DICA: se você faz uso de remédios de uso contínuo, leve as receitas junto com você e, se os medicamentos forem permitidos no país de destino, leve também um suprimento adequado para uso durante a viagem.
A maioria dos países exige visto para a realização de intercâmbio. Para retirar o seu, contate a Embaixada ou Consulado do país de destino, agende uma entrevista e aguarde aprovação. É aconselhável pedir o visto com bastante antecedência e não comprar as passagens antes da aprovação para não correr riscos de ter que remarcá-las.
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Passe a seus familiares endereço, telefones, e-mail e outros contatos em que possam lhe encontrar durante a realização do intercâmbio e mantenha-os informados de atividades não-rotineiras. Também é aconselhável anotar o número do consulado brasileiro para pedir ajuda em alguma situação mais séria.
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